As esta��es Venda Nova e Vilarinho - os dois maiores pontos de integra��o do sistema de transporte de Belo Horizonte - transbordam de passageiros na manh� desta quinta-feira (17). A aglomera��o � causada pela suspens�o da circula��o de coletivos durante a madrugada em toda a cidade, devido � queima de mais um �nibus na Grande BH - o quinto em menos de uma semana.
Na noite dessa quarta (16), o coletivo da linha 607 (Esta��o Vilarinho / Esplendor) foi incendiado em Ribeir�o das Neves por quatro criminosos encapuzados e armados com submetralhadoras. Com isso, Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) orientou as concession�rias a interromperem o fluxo de ve�culos at� que o dia clareasse, sob alega��o de falta de seguran�a para operar. O movimento s� foi retomado �s 6h.
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Sem transporte, os passageiros se arranjam como podem para chegar �s esta��es. Alguns vieram de Uber. Outros, de carona. Houve quem pegasse linhas metropolitanas e completasse o restante do percurso � p�. Muita gente vai chegar atrasada ao trabalho.
� o caso do porteiro Rodrigo Rubens, cujo expediente se inicia �s 6h. Ele conta que sai de casa, normalmente, �s 4h30 e chega � Esta��o Venda Nova �s 5h. De l�, toma outra condu��o rumo ao Centro. Ele calcula que chegar� ao trabalho com cerca de uma hora de atraso.
"Hoje, como n�o teve �nibus na cidade, eu tive que pegar um do DER, com passagem mais cara, para conseguir chegar � esta��o. S� que eu cheguei aqui e j� estou h� uma hora esperando, pois s� tem �nibus � partir das 6h, quando eu j� deveria estar come�ando a trabalhar. Paci�ncia", lamenta o passageiro.
A t�cnica de enfermagem C�lia Maria Soares, que trabalha no centro de hemodi�lise do Hospital da Baleia, estima que seus pacientes ficar�o esperando por ela por ao menos duas horas. A profissional come�a a trabalhar �s 5h30. �s 6h, quando os �nibus come�aram a circular, ainda estava na esta��o. "Peguei um Uber para chegar at� aqui. Cheguei por volta de 5h. Quando vi que os �nibus ainda iam demorar, tentei pegar um �nibus do lado de fora da esta��o, na avenida, mas n�o passou nenhum. O jeito � esperar", conforma-se.
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Quando os coletivos finalmente chegaram, muitos passageiros, irritados com o atraso, embarcaram reclamando. Sobrou desaforo para o motorista Robson Magela, da linha 621 (Esta��o Venda/Lagoa). Ele relata que, normalmente, come�aria a rodar �s 4h. Hoje, come�ou �s 6h, com medo ser ser agredido pela multid�o.
"Foi o vandalismo que prejudicou bastante as pessoas, n�? O motorista trabalha com medo constante. Com medo de danos f�sicos causados tantos pelos passageiros, quanto pelos bandidos. No caso da queima dos �nibus, j� houve casos em que o motorista n�o teve tempo de sair do carro", comenta.
Segundo a BHTras, o intervalo entre as sa�das dos �nibus MOVE foram incurtados para absorver o p�blico aglomerado as esta��es.
No s�bado (12), criminosos atearam fogo em um ve�culo da linha 705, que faz o trajeto Solim�es-Esta��o S�o Gabriel. Tr�s homens abordaram o �nibus, roubaram os passageiros e exigiram que todos sa�ssem antes de incendiar o coletivo.
Na sexta-feira (11), um ve�culo da linha 825 (Esta��o S�o Gabriel / Vit�ria II via UPA Nordeste) tamb�m foi atacado. Desta vez, por oito criminosos armados, que cercaram o �nibus com dois carros.
O primeiro ataque ocorreu no dia 9 de setembro, no Bairro Jardim Vit�ria, na Regi�o Nordeste da Capital. Tr�s homens renderam o motorista da linha 5502 C (Pousada Santo Ant�nio), mandaram que ele se retirasse e botaram fogo no autom�vel. O trio disse que estava a servi�o de presos da Nelson Hungria.