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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Pouco conhecimento sobre as queimadas em Minas desafia autoridades

Aus�ncia de dados sobre as causas dos inc�ndios em vegeta��es e dificuldades nas investiga��es mostram como ainda o estado est� longe de resolver esse problema


17/09/2020 18:34 - atualizado 17/09/2020 19:17

Incêndio consumiu mais de 4.500 hectares da vegetação da Serra da Moeda nesta semana(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
Inc�ndio consumiu mais de 4.500 hectares da vegeta��o da Serra da Moeda nesta semana (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
Embora comuns neste per�odo de seca, o n�mero de inc�ndios em vegeta��es vem crescendo em Minas Gerais nos �ltimos anos. A aus�ncia de dados sobre as causas das queimadas e as dificuldades nas investiga��es s�o fatores que mostram como o estado ainda conhece pouco sobre esse problema e sobre como ainda est� longe de resolv�-lo.

Dados do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) apontam um aumento de 23% no total de inc�ndios florestais em agosto de 2020 quando comparado com o mesmo m�s do ano passado - salto de 3.177 para 3.899. No acumulado do ano, de janeiro a agosto, o crescimento foi de 1%.

Em apenas quatro dias de setembro, de 11 a 14, os bombeiros atenderam a 356 ocorr�ncias de inc�ndios em vegeta��es somente na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Esse n�mero representa 69% do total acumulado de agosto na localidade.

Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o balan�o parcial de focos ativos de queimadas em Minas Gerais entre janeiro e setembro de 2020 j� � pr�ximo do total de 2018 – 4.439 deste ano, ante 4.627 de dois anos atr�s. A parcial de 2020, entretanto, ainda � bem inferior ao total de 2019, que foi de 9.999 focos.

Causas pouco conhecidas


Ainda pouco se sabe sobre a origem e a motiva��o desses inc�ndios. A estimativa do Corpo de Bombeiros � de que 90% dos inc�ndios ocorram por motiva��o criminosa –mas n�o h� levantamentos oficiais do governo acerca de ocorr�ncias de delitos dessa natureza.

"Existem v�rios fatores clim�ticos, como baixa umidade do ar, aumento da incid�ncia de ventos, longos per�odos sem chuva que fazem com que a vegeta��o fique mais seca e mais suscet�vel aos inc�ndios. N�o seriam problemas t�o preocupantes se n�o fosse o fator humano, que faz com que esse n�mero passe a ser mais volumoso a cada ano", comenta o capit�o Warley de Paula Vieira barbosa, do Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Respostas a Desastres do Corpo de Bombeiros.

Por outro lado, para o delegado Eduardo Vieira, respons�vel pela Delegacia Especializada de Investiga��o de Crimes Contra o Meio Ambiente, os inc�ndios por motiva��o criminosa s�o exce��o. "Via de regra, a maioria � de causas naturais. Muitas vezes n�o conseguimos identificar a inten��o, mas em v�rios casos apuramos que n�o h� inten��o de provocar dano ao meio ambiente, mas em outros, mais pontuais, ocorrem de forma dolosa [quando h� inten��o], principalmente para fazer uma limpeza do terreno e depois utiliz�-lo com outros objetivos", comenta.

Apesar disso, salienta que a lei brasileira prev� puni��o para ambos os casos. "Se cometeu com inten��o ser� reprimido, assim como de forma culposa, que tamb�m h� repress�o penal", esclarece.

O delegado comenta que h� dificuldade em realizar a apura��o desse tipo de crime. "Apesar disso, a Pol�cia Civil, junto com outros �rg�os, v�m realizando for�as-tarefa para articular a preven��o desses crimes. Existe uma for�a-tarefa em que o protocolo � que as pessoas que tenham o primeiro contato com o fogo relatem todos os vest�gios que possam sugerir crimes, como ponta de cigarro ou tra�o de combust�vel", explica.

Com o inqu�rito instaurado, a Pol�cia Civil realiza a per�cia para apurar a materialidade do crime. "A partir da� h� o trabalho da intelig�ncia policial, que faz os cruzamentos de quem j� foi indiciado, levantamento de imagens de drones, para se ter uma dimens�o do que possa estar relacionado e poder apurar a autoria do crime", detalha Eduardo Vieira.

Apoio da sociedade


Tanto o capit�o dos bombeiros quanto o delegado salientam como o papel do cidad�o � fundamental para prevenir esse problema. "S�o tr�s a��es b�sicas. A primeira delas � evitar atitudes que podem levar aos inc�ndios, como queima de lixo, pontas de cigarro, limpeza com fogo. A segunda � denunciar e a terceira � chamar os Bombeiros no primeiro ind�cio de fogo", comenta o capit�o Warley.

O delegado Eduardo Vieira salienta a import�ncia da den�ncia para as investiga��es e consequente puni��o dos respons�veis e, tamb�m, assegura que se trata de um ato seguro. "O cidad�o muitas vezes � a �nica testemunha ocular do inc�ndio, ent�o por isso a den�ncia � t�o importante. Pode se valer do anonimato ou, se n�o, saiba que a Pol�cia Civil tem toda a t�cnica para lidar com esse tipo de depoimento", esclarece.

O cidad�o pode denunciar qualquer ind�cio de inc�ndio criminoso pelo telefone 181. Em caso de flagrante de queimada, deve acionar os Bombeiros pelo 193 o mais r�pido poss�vel.
 
* Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz 


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