Novas obras do Cura come�am a ocupar o Centro de BH

“O Cura  democratiza a arte. De onde eu venho, tudo sempre foi negado. Na primeira vez que fui a um museu, eu j� era bem mais velha. Isso aconteceu por achar que eu n�o tinha esse direito. A import�ncia de ter as empenas pintadas (obras de arte afixadas nas paredes dos pr�dios) est� exatamente nas crian�as e adolescentes que j� v�o crescer acostumados com arte. Elas est�o no alto, � s� um olhar para cima, um simbolismo muito grande”, afirmou a artista L�dia Viber , em entrevista ao Estado de Minas . 

A pintora nascida na periferia do Alto Vera Cruz e Taquaril, em Belo Horizonte , faz parte da nova etapa do Circuito Urbano de Arte (Cura), que ganhar� mais quatro empenas na regi�o da Rua Sapuca�, no Bairro Floresta.

O projeto transmitir� o processo de produ��o das artes via Instagram devido � pandemia do novo coronav�rus, al�m de contar com v�rias oficinas, debates e a��es virtuais. Ser�o entregues tamb�m duas grandes instala��es de arte p�blica no Centro da cidade. “Esse projeto que eu estou pintado agora ainda � um segredo. Mas a princ�pio, trago a quest�o de dizer que estamos muito imediatistas e tentando ver as coisas muito r�pido. Essa pintura � para ser olhada devagar. Ela � para ser apreciada aos poucos, pelos detalhes.”

Contando com as obras que ser�o feitas, o Cura exp�e 18 obras de artes em fachadas, sendo 14 na regi�o do Hipercentro da capital mineira e quatro na regi�o da Lagoinha, formando, assim, a maior cole��o de arte mural em grande escala j� feita por um �nico festival brasileiro. O projeto presenteia BH com o primeiro e, at� ent�o, �nico mirante de arte urbana do mundo.

L�dia � uma das artistas refer�ncia em representatividade feminina no grafite e muralismo contempor�neo e por isso foi escolhida para pintar o Edif�cio Cartacho, na Rua dos Caet�s, 530.

De acordo com ela, fazer parte de um projeto como o Cura, que ilustra a capital mineira, � um reconhecimento da cidade onde ela criou ra�zes. “A arte � um respiro. Quando voc� observa uma arte, ela toca de alguma forma. Acredito que todos os sentimentos que estamos colocando neste projeto ir�o tocar de uma forma muito limpa elevando e dando mais esperan�a.”

Chamando a aten��o dos olhares curiosos que passam em frente ao antigo pr�dio da Escola de Engenharia da UFMG,  a nova instala��o do Cura chamada “Bandeiras na Janela” colore as ruas de Belo Horizonte. Feito pelos artistas Celia Xakriaba, #C�leraAlegria, Denilson Baniwa, Randolpho Lamonier e Ventura Profana os pain�is reproduzem as grandes obras dos artistas em grande escala.

De acordo com o projeto, a instala��o localizada na Avenida do Contorno, 842, ser� um momento para amplificar as vozes e desejos da classe art�stica e dos movimentos sociais num ano em que “a janela, virtual ou real, se tornou um dos poucos espa�os onde pessoas do mundo todo conseguem se expressar e manifestar”.

O Pr�dio �lvaro da Silveira foi constru�do na d�cada de 60 e abrigou a Escola de Engenharia da UFMG at� 2010.  Posteriormente, o im�vel foi cedido ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e, atualmente, encontra-se em obras. 

As obras que carregam em suas propostas a pot�ncia do manifesto, v�o decorar a Contorno por cerca de dois meses.

Ale%u0301m das bandeiras e pinturas das quatro empenas, o Cura conta com uma ntervenc%u0327�o in�dita no Viaduto Santa Tereza. Pela 1ª vez em sua histo%u0301ria, os arcos do viaduto foram transformados em uma grande instalac%u0327a%u0303o criada pelo artista contempora%u0302neo de Roraima, Jaider Esbell. A obra, um infl�vel de cerca de 40 metros, promete surpreender.

Com o nome de Entidades, a estrutura infl�vel traz para a capital mineira um registro da floresta amaz�nica, suas lendas e cultura e, se pela manh� as cores e a grandiosidade da instala��o chamaram aten��o dos internautas a estrutura conseguiu brilhar e surpreendeu ainda mais ap�s ser iluminada por luzes neon na noite desta ter�a-feira (22). 

Jaider � “artivista” ind�gena da etnia Makuxi (RR) com pr�mios na literatura, nas artes visuais e no cinema. Desde 2010, encontra tamb�m na escrita caminhos para suas manifesta��es art�sticas. Trabalhos individuais e coletivos, tanto no Brasil quanto no exterior, marcam a trajet�ria do artista que vive em Boa Vista (RR), capital onde criou e mant�m a primeira galeria de arte exclusivamente para obras de arte ind�gena contempor�nea.

• Edif�cio Cartacho - Rua dos Caet�s, 530 - L�dia Viber (Belo Horizonte/MG)
• Edif�cio Itamaraty - Rua dos Tupis, 38 - Robinho Santana (Diadema/SP)  
• Edif�cio Levy - Av. Amazonas, 718 - Daiara Tukano (S�o Paulo/SP)
• Edif�cio Almeida - Rua S�o Paulo, 249 - Diego Mouro (S�o Bernardo do Campo/SP)

* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.