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Estado de Minas DEN�NCIA

'Me colocaram como louca', diz mulher que acusa de ass�dio hipermercado de BH

Jovem afirma que foi seguida pelos corredores por um funcion�rio e descredibilizada ao narrar o fato � PM. O homem foi afastado do servi�o


29/09/2020 18:26 - atualizado 29/09/2020 21:10

(foto: Reprodução/Redes Sociais)
(foto: Reprodu��o/Redes Sociais)
Uma mulher denunciou um caso de ass�dio que aconteceu dentro de um hipermercado de Belo Horizonte no �ltimo domingo (27). O relato foi publicado pela estudante de medicina, Gabriela Chefaly, de 27 anos, nas redes sociais. Nos registros, a jovem conta que estava em uma das unidades da rede Extra, localizado na Avenida Francisco Sales, no Bairro Santa Efig�nia, Regi�o Centro-Sul da capital, quando um homem vestindo uma roupa branca com a logo da loja, usando touca e m�scara, come�ou a persegui-la pelos corredores. Ele foi afastado do servi�o de forma tempor�ria. 
 
Na publica��o, Gabriela narra como foram as aproxima��es do funcion�rio. Ela conta que o primeiro contato com o homem foi no setor de p�es, quando ele se aproximou de forma invasiva, dando ind�cios de que estava organizando uma prateleira. Em seguida, ela afirma que desviou do suspeito, pegou um produto e foi em dire��o a outra g�ndola. J� na sess�o de enlatados, o funcion�rio continuou a acompanh�-la, aproximou-se novamente, parando ao seu lado, indicando que estava arrumando mais alguns produtos. Ela afirma que a todo tempo o homem se inclinava em sua dire��o. Ela narra como em determinado momento a situa��o ficou insustent�vel e a deixou constrangida e assustada. 

“Novamente, mudei de setor, mas a persegui��o continuou e sua presen�a tornou-se intimidadora e este foi at� o final do supermercado, na sess�o de frios, atr�s de mim. Me seguindo a cada passo, tocando os produtos que eu avaliava e n�o levava. Na sess�o de frutas a sua presen�a se tornou insuport�vel e amedrontadora”, diz trecho do relato.

A estudante estava acompanhada do namorado, que ficou em um setor espec�fico do supermercado enquanto ela fazia as compras. Ap�s as investidas, a jovem relata que foi at� o companheiro e contou a ele o que havia ocorrido e, juntos, eles procuraram a ajuda de funcion�rios do local, que em um primeiro momento se mostraram prestativos em receber sua queixa e orientaram que Gabriela escrevesse uma carta de pr�prio punho, colocando suas informa��es pessoais e contando o que tinha acontecido. Inclusive, segundo ela, um dos funcion�rios deu a entender que n�o era a primeira vez que algo assim acontecia. No entanto, ela afirma que a situa��o mudou quando decidiu chamar a pol�cia e fazer um boletim de ocorr�ncia. 

“A partir deste momento, sofri uma das maiores invalida��es da minha vida, e acredito que a maior humilha��o que j� senti: a da descredibilidade. A partir deste momento, fui considerada quase como uma louca diante das autoridades policiais pelos mesmos funcion�rios que antes estavam me apoiando. Ningu�m mais viu nada, s� eu”, relatou no Instagram. Veja a postagem na �ntegra: 

Ver essa foto no Instagram

A VOZ DA MULHER, NO BRASIL, � UM GRITO MUDO. Hoje, 27/09/2020, domingo, entre as 17:00 e 18:00 da tarde, fui com meu namorado para o Supermercado Extra, da avenida Francisco Sales, numero 898, bairro Santa Efig�nia, em Belo Horizonte. Fui fazer uma compra r�pida no Supermercado. Na entrada, meu namorado foi averiguar o pre�o dos pratos, enquanto eu, sozinha, fui fazer as compras. No setor de p�es, avistei pela primeira vez a presen�a de um funcion�rio, portanto roupas que aparentavam serem ou do setor de p�es, ou do a�ougue. Pardo, 1,90m, com uma mascara preta e touca de trabalho transparentes. A roupa do indiv�duo portava o logo do supermercado, trajado totalmente de branco. O funcion�rio chegou muito pr�ximo a mim, no setor de p�es, dando ind�cios de que estava organizando uma prateleira. Logo me desviei, peguei meu produto e fui em dire��o a outra g�ndula. O funcion�rio tamb�m. Este aproximou-se novamente de mim, parando ao meu lado, indicando arrumar mais alguns produtos (esses agora da sess�o de enlatados), direcionando-se sempre em dire��o a mim. Novamente mudei de setor, mas a persegui��o continuou e sua presen�a tornou-se intimidadora e este foi at� o final do supermercado, na sess�o de frios, atr�s de mim. Me seguindo a cada passo, tocando os produtos que eu avaliava e n�o levava. Na sess�o de frutas a sua presen�a se tornou insuport�vel e amedrontadora, preditando meus passos e indo aos mesmos produtos. Desisti de continuar fazendo compras. Procurei meu namorado pelo corredor central do supermercado, relatei a ele que estava sendo perseguida, apontei o funcion�rio, que por sua vez viu que foi identificado e mesmo assim, n�o parou. Me acompanhou at� o caixa, onde fiz minha primeira reclama��o com a funcionaria, uma mulher. Disse a ela que estava sendo perseguida. Apontei a ela o homem, que agora estava escondendo-se atr�s de uma g�ndula pr�ximo a sess�o de sabonetes, olhando por entre as g�ndulas e os pilares da loja. Esta, me orientou fazer uma reclama��o ao SAC. (CONTINUA NOS COMENT�RIOS OU VEJA NOS MEUS DESTAQUES)

Uma publica��o compartilhada por Gabriela Chefaly (@gabichefaly) em



Em conversa com a reportagem do jornal Estado de Minas, a estudante afirmou que a mudan�a de comportamento dos funcion�rios perante a chegada da PM a surpreendeu. “A partir do momento que era uma situa��o pequena e interna o apoio estava l�, quando eu decidi levar para frente e dei a devida relev�ncia, quando eu acionei a pol�cia, tudo mudou. Me colocaram como louca como se eu estivesse inventando. Quando eu demonstrei que a minha dignidade era importante, eles come�aram a me descredibilizar”, disse. 

Ela afirma que para a pol�cia, os funcion�rios n�o confirmaram que o homem trabalhava no a�ougue do supermercado e mudaram por v�rias vezes as vers�es do fato. Eles foram questionados pela PM quanto as imagens do circuito de seguran�a e “falaram que o sistema estava estragado e que nada foi filmado”, relembra. 
 
Para ela o relato nas redes sociais veio como a oportunidade de encorajar outras mulheres que possam vir a sofrer algum tipo de ass�dio. “Eu queria que as mulheres tivessem mais voz. Ele fazia quest�o de ficar nas mesmas g�ndolas. Era um supermercado grande, ele andou comigo muito tempo. A partir do momento que uma mulher sente medo isso n�o pode ser considerado normal”, finalizou.  

A ocorr�ncia

Consta no registro da ocorr�ncia que dois militares compareceram ao hipermercado e se depararam com a jovem que aparentava estar chorosa e constrangida. Tamb�m de acordo com o boletim, Gabriela chegou a apontar quem era o indiv�duo para uma funcion�ria do caixa momento em que ele se abaixou tentando se esconder. 

Gabriela relatou aos policiais que durante o atendimento no SAC o indiv�duo insistia em observ�-la e que mesmo fora do estabelecimento e na presen�a do namorado ele a seguiu at� a sa�da. 

O companheiro da mulher confirmou a vers�o dela aos policiais e disse que presenciou parte dos fatos e que viu o homem tentando observ�-la de canto e, que ao contactar o gerente, foi informado que se tratava de um funcion�rio do a�ougue. O gerente no entanto n�o quis informar a identidade do funcion�rio.

J� o  chefe de portaria do estabelecimento n�o manifestou interesse em falar com as autoridades policiais alegando que n�o presenciou os fatos. Disse ainda que n�o sabia informar o nome da pessoa, nem confirmar se ele era funcion�rio da rede.

J� o fiscal da loja afirmou � pol�cia que o funcion�rio n�o estava mais no local, porque j� havia encerrado o expediente e que n�o pediu para que ele aguardasse porque a cliente havia sa�do da loja ap�s formalizar a reclama��o no SAC.

Tamb�m consta no boletim que os funcion�rios afirmaram que as c�meras da loja estavam inoperantes, j� que o sistema estava passando por uma manuten��o. Os militares ent�o orientaram para que o quadro de funcion�rios do hipermercado fosse mantido atualizado, bem como o nome dos que estavam de servi�o no dia para uma averigua��o futura. 

Resposta do hipermercado

Em nota, o Extra afirmou que “tomou conhecimento do relato na noite dessa segunda-feira (28) e imediatamente abriu um processo interno de apura��o que consiste em levantar mais informa��es da unidade em quest�o e contatar a cliente, o que foi realizada na manh� desta ter�a-feira (29). Al�m do pedido de desculpas pela experi�ncia relatada, a rede coletou mais detalhes para a investiga��o, garantindo a apura��o com rigor. At� que o Extra conclua a apura��o interna, o colaborador citado pela cliente est� afastado. A rede contribuir� ainda com as investiga��es das autoridades competentes".
 
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.  
 
 


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