
As chuvas deram uma tr�gua no fogar�u em Minas, mas a dor dos animais que vivem nos campos, no cerrados, na mata atl�ntica e outras �reas de biodiversidade n�o tem fim. As imagens do lobo-guar�, queimado e se contorcendo em agonia, s�o muito mais do que um alerta: s�o um recado direto ao cora��o dos que insistem em p�r fogo no mato, fazer queimadas, limpar terrenos e dar fim ao lixo, nas esquinas, como se n�o existisse o vento para fazer as chamas se propagarem.
Segundo o Corpo de Bombeiros de S�o Jo�o del-Rei, o animal foi encaminahdo para uma cl�nica veterin�ria.

Vendo a cena, ainda mais na v�spera do Dia das Crian�as, � imposs�vel lembrar dos lobos-guar�s recebendo o alimento da m�o dos padres no Santu�rio do Cara�a, em Catas Altas, na Regi�o Central do estado. Quem j� viu, principalmente a garotada, n�o consegue tirar a imagem da cabe�a por longo tempo. N�o s� pelo ato t�o curioso, mas tamb�m pela beleza do animal.

Vida silvestre
O lobo-guar� � encontrado do Sul da Amaz�nia ao Uruguai, excetuando-se o litoral, picos de altitude e a mata atl�ntica. � can�deo por ser fam�lia do cachorro, do cachorro-do-mato, do coiote, do chacal, da raposa e dos lobos europeu, norte-americano e canadense – o Canis lupus. E � o maior can�deo da Am�rica do Sul, porque a f�mea mede 90cm e o macho 95cm, aproximadamente – e da ponta do focinho at� a ponta do rabo 1,45m. As patas s�o altas para facilitar o movimento nos campos, j� que � um animal do cerrado.

Os pesquisadores dizem que o Chrysocyon brachyurus n�o � animal das matas fechadas, mas esp�cie campestre, que anda em estradas e trilhas e onde h� campos com baixa vegeta��o. No Cara�a, quem se dirigir ao Banho do Belchior, Pinheiros, Tanque Grande, Prainha, Cascatinha e Bocaina poder� ver com muita facilidade as pegadas do lobo-guar�. S�o quatro dedos, sendo que os dois do meio s�o um pouco mais juntos, almofada e garras.
Estima-se que a esp�cie viva 16 anos, pese em m�dia 25 quilos e ande 30 quil�metros por noite nas suas ca�adas. Trata-se de um animal de h�bitos noturnos, mais �gil ao entardecer e ao amanhecer. Durante o dia, fica descansando sobre a relva, deitando-se cada dia em um lugar, jamais em tocas. O Chrysocyon brachyurus � on�voro, portanto, come de tudo - dos pequenos animais, rato, gamb�, coelho, coelho-do-mato, pre�, cobra, sapo; das aves, jacu, saracura e outras. Por sinal, precisa dos pelos dos animais e das penas das aves para facilitar os movimentos perist�lticos, da digest�o. Gosta tamb�m de frutas, como a fruta-do-lobo ou lobeira, p�ssego, maracuj�, goiaba, etc. Al�m disso, � atra�do por cheiros fortes, como o de frutas e comida apodrecendo.