
De acordo com os m�dicos intensivistas, o aumento de casos nas UTI’s confirma uma “percep��o subjetiva de todos os sinais de alerta que tivemos nos �ltimos dias”. Na carta, eles relatam que a press�o vivenciada no sistema pode ser convertida em mortes.
Ainda segundo o documento, os sinais est�o relacionados ao aumento dos atendimentos nas salas de emerg�ncia de quadros respirat�rios febris agudos e crescimento r�pido de novos casos.
Os m�dicos tamb�m alertam que este ainda � um “um forte sinal que estamos enfrentando um recrudescimento da primeira onda da doen�a”. Segundo eles, a capital mineira ainda n�o vive uma segunda onda como em muitos pa�ses.
“Tecnicamente, n�o � a segunda onda, como em alguns pa�ses, pois n�o t�nhamos ainda sa�do da primeira onda, j� que n�o conseguimos atingir um n�mero baixo de casos novos que nos permitisse, por exemplo, considerar a volta �s aulas das crian�as”, explica a carta.
O risco de uma segunda onda do v�rus assusta a popula��o. Isso porque, nos �ltimos tr�s dias, o n�mero de interna��es de infectados graves aumentou em 20%.
Veja a carta na �ntegra:
“Depois de 13 semanas consecutivas de queda progressiva no n�mero de leitos de UTI ocupados por pacientes COVID com queda de 555 para menos de 200. Depois observamos mais 3 semanas seguidas de relativa estabilidade. Entretanto, nesta �ltima semana notamos um aumento r�pido e preocupante de 20% no n�mero de pacientes COVID em terapia intensiva e de 23% no n�mero de paciente COVID em ventila��o mec�nica.
Esse aumento observado foi de 197 para 236 pacientes internados em leitos de isolamento para COVID-19 nas UTIs de Belo Horizonte e aumento de 115 para 142 do n�mero de pacientes mais graves e em ventila��o mec�nica por causa da doen�a.
Esses n�meros confirmam a percep��o subjetiva de todos e os sinais objetivos de alerta que tivemos nos �ltimos dias com aumento do n�mero de atendimentos nas salas de emerg�ncia de quadros respirat�rios febris agudos,aumento r�pido do n�mero de casos novos confirmados por exames nos laborat�rios, piora do �ndice de transmiss�o da doen�a, para n�veis de RT acima de 1,1 que n�o eram observados desde julho.
Esse � um forte sinal do que estamos enfrentando um recrudescimento da primeira onda doen�a. Tecnicamente n�o � a segunda onda como em alguns pa�ses, pois n�o t�nhamos ainda sa�do da primeira onda, j� que n�o conseguimos atingir um n�mero baixo de casos novos que nos permitisse, por exemplo, considerar a volta �s aulas das crian�as.
Assim, � absolutamente essencial retomarmos o esfor�o coletivo de ampliar a ado��o das medidas preventivas capazes de reduzir a transmiss�o da doen�a, voltando todos ao n�vel de empenho e cuidado que j� tivemos antes, quando conseguimos derrubar os n�meros cr�ticos da doen�a (casos novos, leitos ocupados, mortes por dia) para um ter�o do que foram no pico.
� importante observar que no pico chegamos a ter 20 mortes por dia por COVID-19 na cidade e que nas �ltimas semanas t�nhamos conseguido baixar esse n�mero para cerca de 5 mortes por dia. Se falharmos e deixarmos voltar aos n�meros que observamos no pico em julho, estaremos condenando 15 pessoas � mais a morrer por dia, por falta de ades�o a medidas que j� sabemos serem eficazes e poss�veis de serem implementadas. Todos sabemos que uma dessas pessoas poder� ser algu�m querido e pr�ximo a n�s.
Ent�o n�o custa relembrar a import�ncia das medidas preventivas
Medidas de responsabilidade individual:
1. Manter dist�ncia de pelo menos 1 metro e meio das outras pessoas
2. Usar m�scara de forma correta, sobretudo quando fora de casa
3. Higienizar as m�os com �gua e sab�o ou com �lcool gel sempre que necess�rio
4. Evitar tocar o rosto
5. Evitar ou limitar o tempo de perman�ncia em espa�os fechados com muita gente
Medidas de responsabilidade coletiva:
1. Fazer campanhas sobre a import�ncia dessas medidas
2. Disponibilizar testes para todos os casos, mesmo para os casos leves e testar os contatos dos casos confirmados
3. Garantir quarentena dos casos suspeitos e isolamento dos confirmados
4. Cuidar para que todos os ambientes de uso p�blico sejam bem ventilados ou com filtragem de ar
5. Garantir que quando alguma vacina eficaz e segura estiver dispon�vel, que seja rapidamente disponibilizada para todos com crit�rios claros e corretos de prioridade
6. Garantir assist�ncia m�dica adequada para todos, tanto na rede de aten��o prim�ria, nas emerg�ncias, nos hospitais e nas unidades de terapia intensiva.
Enquanto isso, n�s m�dicos e demais profissionais da terapia intensiva continuaremos na nossa miss�o de salvar o m�ximo de vidas dos pacientes que chegam a precisar de terapia intensiva. Temos orgulho de que at� agora n�o ocorreram mortes por falta de cuidados de terapia intensiva em nossa cidade.
Gostar�amos de ter certeza que todos v�o fazer sua parte enquanto n�s continuamos fazendo a nossa.”