
As a��es de combate ao novo coronav�rus empreendidas pela Prefeitura de Belo Horizonte, o governo estadual e a Uni�o t�m diferentes graus de percep��o na capital mineira, passados oito meses desde o in�cio da pandemia de COVID-19 no Brasil, em meio � completa aus�ncia de coordena��o centralizada na luta contra a doen�a respirat�ria. Houve, tamb�m conflito e muitas discord�ncias, em v�rias oportunidades, entre a PBH e o Pal�cio Tiradentes. Pesquisa feita em BH pela consultoria F5 Atualiza Dados, e publicada com exclusividade pelo Estado de Minas, mostra que a gest�o da PBH � a melhor avaliada pela popula��o. O pior desempenho foi atribu�do ao governo federal, na consulta feita a 300 pessoas em BH na quinta-feira.
Para 37,67% dos entrevistados, o trabalho da PBH durante a pandemia � considerado bom. Outros 27,33% acreditam que a postura do prefeito Alexandre Kalil (PSD) durante a COVID-19 � regular. O respaldo chega ao melhor n�vel para 16,33% dos entrevistados, que avaliam como �timo o trabalho do Executivo estadual na condu��o do combate � doen�a respirat�ria. Por outro lado, 9,67% da popula��o classificam a gest�o do munic�pio como p�ssima, enquanto avalia��es ruins representam 5,67%. Outros 3,33% n�o souberam opinar ou preferiram n�o responder.
Em 18 de mar�o, a PBH anunciou o fechamento do com�rcio na capital mineira, liberando para funcionamento s� aqueles estabelecimentos classificados em setores e servi�os essenciais, como supermercados, farm�cia e postos de gasolina. Em agosto, o com�rcio e outros segmentos puderam voltar a atuar gradativamente, com regras sanit�rias, e restri��o de dias e hor�rios de funcionamento.
Com a suspens�o das aulas presenciais, a prefeitura passou a distribuir cestas b�sicas e kits de higiene para alunos da rede municipal e em situa��o de vulnerabilidade social. O Executivo municipal tamb�m publicou decreto prevendo multa de R$ 100 para quem n�o usar m�scara de prote��o facial em espa�os p�blicos, no transporte p�blico e em estabelecimentos comerciais, industriais e de servi�os.
Para Domilson Coelho, diretor-executivo da F5 Atualiza Dados e cientista pol�tico, a boa avalia��o da gest�o de Alexandre Kalil ilustra o reconhecimento popular �s tentativas do Executivo municipal de barrar a pandemia. “As atitudes de Kalil surtiram efeito no combate � COVID-19. A popula��o entendeu o recado e concordou com as medidas adotadas”, diz.
Quando a avalia��o � feita para o governo de Minas Gerais, a maior parte dos entrevistados – 38,33% – considera regular o desempenho no enfrentamento � doen�a respirat�ria, ao passo que 30% avaliaram como boa a gest�o do governador Romeu Zema (Novo). Ainda segundo a pesquisa, 12% acreditam que o Executivo estadual faz um p�ssimo trabalho. Por outro lado, 8,67% avaliaram com �tima percep��o o trabalho do estado no combate ao coronav�rus, diferentemente de 7,33%, que taxaram como ruim a atua��o da equipe de Zema. Ao todo, 3,67% n�o souberam ou n�o responderam.
Entre as medidas tomadas pelo governo estadual, a que mais se destaca � a elabora��o do plano Minas Consciente, criado para guiar prefeitos na flexibiliza��o da quarentena para retomada da economia. Contudo, a proposta foi um dos pontos de discord�ncia com a PBH, que n�o aderiu ao plano, o que gerou atritos quando a capital mineira flexibilizou o funcionamento do com�rcio, em agosto.
Em setembro, a gest�o de Zema anunciou aux�lio emergencial para fam�lias em extrema pobreza no estado, de R$ 39 por familiar, durante tr�s meses. Um hospital de campanha foi erguido, em abril, no centro de conven��es Expominas, em Belo Horizonte, mas acabou fechado em setembro, sem receber pacientes. Leitos e equipamentos foram absorvidos pela Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
Quanto � atua��o do governo federal no combate � COVID-19, 32% classificam como regular. Outra parcela de 22% dos entrevistados avalia como boa a gest�o, mesmo percentual dos que acreditam que a administra��o de Jair Bolsonaro (sem partido) foi p�ssima durante a pandemia. J� 8,67% n�o souberam ou n�o quiseram responder. H�, ainda, 8% quem acham que a condu��o do Planalto ruim e 7,33% que classificam o trabalho como �timo.
Proximidade
O cientista pol�tico Domilson Coelho avalia que, diferentemente dos governos municipal e federal, a gest�o estadual n�o tem seus atos facilmente constatados pelos cidad�os. “A popula��o tem muita dificuldade de distinguir onde cada um dos governos come�a e termina. � f�cil de enxergar os atos e comandos do prefeito, que est� muito pr�ximo da popula��o. O governo federal recebe muita �nfase da m�dia, principalmente o de (Jair) Bolsonaro, que acumulou pol�micas sobre os temas da pandemia”, afirma.Para Domilson Coelho, a administra��o Zema se pauta por certa discri��o. “As atitudes tomadas pelo governo do estado n�o ficaram claras. O governo Zema � discreto, de poucas pol�micas e sem envolvimento, n�o s� em rela��o � pandemia”, completa.
DE CARA COM A CRISE
Principais a��es da PBH
Fechamento do com�rcio na capital mineira, – anunciado em 18 de mar�o – � exce��o de setores e servi�os considerados essenciais, como supermercados, farm�cia, postos de gasolina, entre outros;
Com a suspens�o das aulas, a prefeitura passou a distribuir, desde abril, cestas b�sicas e kits de higiene para alunos da rede municipal e em situa��o de vulnerabilidade social;
Instituiu, em julho, multa de R$ 100 em caso de falta de uso de m�scara em espa�os p�blicos, no transporte p�blico e em estabelecimentos comerciais, industriais e de servi�os
Principais a��es do governo de Minas
Elabora��o do plano Minas Consciente, criado em abril para orientar prefeitos na flexibiliza��o da quarentena para retomada das atividades econ�micas;
Tamb�m em abril, o governo inaugurou o hospital de campanha, constru�do no centro de conven��es Expominas, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte. A estrutura, no entanto, foi fechada em setembro, sem ter recebido pacientes. Leitos e equipamentos foram absorvidos pela Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig);
Em setembro, gest�o de Zema criou aux�lio emergencial para fam�lias em extrema pobreza, de R$ 39 por familiar, por tr�s meses
Principais a��es do governo federal
Decreto publicado em maio no Di�rio Oficial da Uni�o incluiu uma s�rie de atividades entre aquelas consideradas essenciais, como academias, sal�es de beleza, barbearias, entre outras. A inten��o era for�ar uma abertura, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro desde o in�cio da pandemia, por parte dos estados e munic�pios, que t�m autonomia para tomar decis�es sobre a gest�o durante a pandemia;
Em abril, criou o aux�lio emergencial para trabalhadores desempregados e informais. As cinco primeiras parcelas foram de R$ 600 cada. No entanto, ao estender o benef�cio, o governo reduziu o valor das tr�s �ltimas parcelas para R$ 300;
Em junho, o Planalto fez acordo de coopera��o para ter acesso � vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laborat�rio AstraZeneca. Al�m da distribui��o das doses em territ�rio nacional, o pa�s, por meio da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), tamb�m passar� a produzir os imunizantes. O Minist�rio da Sa�de, em outubro, chegou a anunciar uma inten��o de compra da CoronaVac, feita pela ind�stria chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de S�o Paulo, mas o presidente Jair Bolsonaro, no dia seguinte, vetou a aquisi��o. O presidente trava uma guerra pol�tica, em torno de um imunizante contra a doen�a respirat�ria, com o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB).