
De janeiro a outubro de 2020, os crimes considerados violentos ca�ram 33,78% com rela��o ao mesmo per�odo do ano passado, de 58.237 para 38.562 registros. O m�s de outubro, contudo, teve a quarta menor queda no comparativo m�s a m�s anual, atr�s de maio (-47%), abril (-42%), julho (-41,7%), agosto (41,3%) e setembro (-36%), com um patamar de redu��o de 33,4%, j� bem pr�ximo de mar�o, m�s do in�cio das medidas de isolamento e que fechou com 30% menos crimes violentos.
Antes da pandemia, a redu��o mensal m�dia ano a ano era de 24% e a mais brusca queda tinha sido registrada no comparativo de agosto de 2017 com o mesmo m�s de 2018, com 32% menos ocorr�ncias.
Os chamados crimes violentos s�o um indicador que soma as ocorr�ncias de homic�dio consumado e tentado, extors�o mediante sequestro consumado, sequestro e c�rcere privado consumado e tentado, estupro consumado e tentado, estupro de vulner�vel consumado e tentado, roubo consumado e tentado e extors�o consumado e tentado. Todos os �ndices tiveram queda, menos as tentativas de extors�o, crimes que por si reflete a a��o policial para impedir o crime.

o se observar a sazonalidade, os roubos apresentam um comportamento de amplia��o acima do costumeiro, mesmo em meio � pandemia. Levando em considera��o os �ltimos tr�s anos, o m�s de setembro deveria ser de queda de �ndices em compara��o a agosto, mas ocorreu um aumento pequeno, de 2,2%. No m�s seguinte, a tend�ncia de 12% de amplia��o foi maior neste ano, chegando a 19,3%. O mesmo ocorreu em Belo Horizonte, que apresentou amplia��o de registros de 13% de setembro para agosto, quando a m�dia era de 7%, e de 21,6% de outubro para setembro, sendo que o corriqueiro seria 14%. Na Grande BH o salto foi de uma m�dia de 8% para 27,8%.
Para o especialista em Intelig�ncia de Estado e Seguran�a P�blica, coronel Carlos J�nior, o efeito da pandemia � ineg�vel na redu��o dos �ndices de criminalidade violenta. “A pandemia diminuiu a frequ�ncia das rela��es sociais. N�o se saiu com a mesma assiduidade para padarias, supermercados e a�ougues, n�o se foi a cinemas, bares e boates. Isso reduziu com toda certeza os �ndices de crimes perpetrados em �reas p�blicas”, avalia.
Por outro lado, o coronel destaca que o trabalho policial pode investir em uma repress�o mais qualificada nesse per�odo usando ferramentas que permitem antecipar as necessidades de combate aos criminosos. “A pol�cia Militar age se norteando pela gest�o de desempenho operacional, que nos permite medir os resultados de nossas estrat�gias m�s a m�s, dia a dia, em cada fra��o operacional. Os bons n�meros deste ano s�o o reflexo de um trabalho com resultados operacionais satisfat�rios. O efeito disso � trazer um clima de seguran�a social”, afirma.
O especialista em seguran�a p�blica lembra tamb�m que h� outros indicadores n�o presentes nos relat�rios de crimes violentos e que mostram um trabalho que trouxe mais seguran�a neste ano. “Houve um bom desempenho tamb�m em taxas de apreens�es de armas de fogo e taxas de repress�o imediata aos crimes. Isso tudo reflete na preven��o aos crimes violentos”, salienta J�nior.

De acordo com a Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica de Minas Gerais (Sejusp), considerando todo o interior, 634 munic�pios - o equivalente a 74,33% do total - n�o registraram homic�dios, mantiveram ou reduziram os �ndices na compara��o com janeiro a outubro do ano passado.
“O �ndice de homic�dios, al�m de ser um importante indicador da criminalidade, � o menos impactado pelo per�odo de distanciamento social. Outros indicadores de destaque s�o os dados de furto e de estupro consumados, que permanecem em queda em Minas, tendo registrado redu��o de 22,41% e 24,85%, respectivamente. O �ndice de estupro de vulner�vel consumado tamb�m caiu significativamente no Estado, com diminui��o de 20,46% nas ocorr�ncias em 2020”.
O crime violento considerado mais grave � o homic�dio, que teve retra��o em Minas Gerais de 5,3%, passando de 2.151 ocorr�ncias em 2019 para 2.037 neste ano, sendo que a quantidade de v�timas caiu 5,2%, de 2.221 para 2.106. A propor��o de �bitos por crimes se manteve a mesma, de 1,3 mortos por ocorr�ncia registrada. Em Belo Horizonte, al�m do recuo de registros de 286 para 253 (-11,5%) e de v�timas, de 298 para 261 (-12,4%), a propor��o tamb�m caiu, de 1,4 para 1,3, alcansando a m�dia estadual.
J� na Grande BH, apesar da queda de ocorr�ncias de homic�dios de 492 para 463 (-5,9%), e de v�timas de 512 para 493 (-3,7%), observou-se uma eleva��o dessa propor��o, de 1,4 para 1,6 v�tima por crime registrado. Os dois munic�pios da Grande BH com mais v�timas por ocorr�ncias s�o Ibirit� (1,13) e Betim (1,09). De acordo com o especialista em Intelig�ncia de Estado e Seguran�a P�blica, coronel Carlos J�nior, isso pode ser um indicativo de a��o de quadrilhas e gangues em acertos de contas entre rivais.