
Vale lembrar que no ano mais cr�tico de registros, 2017, foram 191 ataques no Estado. Neste ano, at� o fim de outubro, foram apenas 14. Desde 2005, quando ocorreram no noroeste do estado os primeiros registros de ataques dos bandos fortemente armados, com explosivos, t�cnicas de bloqueio de vias e conten��o das for�as policiais, que os embates se intensificaram e v�rias medidas foram tomadas.
“A Pol�cia Militar de Minas Gerais tem hoje um know-how no combate �s quadrilhas do novo canga�o. Foram muitos anos de experi�ncia combatendo esses crimes, que nos valeram entender como funcionam, pegar o fio da meada", afirma o porta-voz da PM, major Fl�vio Santiago..
"Passamos a antecipar as a��es, desbaratar muitas quadrilhas e dar uma resposta muito dura, com a morte de v�rios desses criminosos ao longo do tempo. � claro que a criminalidade vai se adaptando, mas Minas se tornou um estado que n�o � mais atraente para o novo canga�o”, aponta o porta-voz da PM.
De acordo com o oficial, atualmente em todo o estado h� patrulhamento e unidades capazes de respostas com armamento de igual pot�ncia. “Em 25 minutos, somos capazes de desembarcar uma aeronave com grupos especializados no enfrentamento desses tipo de quadrilha em qualquer munic�pio mineiro. Temos ve�culos blindados em algumas regi�es capazes de se fazer frente ao armamento mais pesado dos criminosos, aguentando at� disparos de metralhadoras .50 (armamento capaz de perfurar blindagens comuns e at� derrubar aeronaves)”, disse o major.

O combate realizado em Minas Gerais nos �ltimos anos tem chamado a aten��o de outros estados, interessados em fazer interc�mbio e aprender com a experi�ncia mineira. “Temos tido muita troca de experi�ncia com outros estados, sobretudo os que fazem divisa com Minas Gerais,como Goi�s, Espirito Santo e Rio de Janeiro”, afirma Santiago.
Entenda
Em Crici�ma, cerca de 40 criminosos trajando coletes bal�sticos e fortemente armados, com granadas, fuzis e submetralhadoras chegaram � cidade da Regi�o Sul em 12 carros. Em duas horas, eles trocaram tiros com policiais de um batalh�o, feriram duas pessoas, entre elas um militar, incendiaram dois caminh�es, explodiram caixas de um banco e fugiram deixando para tr�s 200 quilos de explosivos e R$ 800 mil. N�o se sabe aquantia levada.

O refor�o de meios no interior, aliado ao trabalho de intelig�ncia para antecipar as a��es ciminosas s�o destacados como vantagens adquiridas pelas for�as de seguran�a de Minas Gerais nesses 15 anos de enfrentamento �s quadrilhas do novo canga�o, na avalia��o do especialista em intelig�ncia de estado e seguran�a p�blica, coronel Carlos J�nior.
"Podemos destacar o refor�o de armamento para as pequenas fra��es da pol�cia no interior. Receberam fuzis (calibres 762 e 556), pistola .40 e muita muni��o qu�mica (granadas de g�s e explosivas para reter fuga debandidos e ve�culos)”, destaca o coronel. “Outra medida importante foi a desconcentra��o do patrulhamento a�reo. O deslocamento das tropas especializadas pode ocorrer rapidamente para qualquer regi�o,podendo viajar at� de noite com os recursos de vis�o noturna e de navega��o.
Mudan�a de perfil
O especialista em seguran�a p�blica, coronel Carlos J�nior, ressalta que os alvos do “novo canga�o” mudaram de cidades pequenas e isoladas para cidades m�dias, como Uberaba, a �ltima em Minas Gerais a ser sitiada, em 23 de junho de 2019, quando cerca de 30 homens roubaram um banco e balearam tr�s, sendo que uma pessoa morreu.
A flexibiliza��o com a passagem dos picos da pandemia do novo coronav�rus (Sars-CoV-2) tamb�m trouxeram de volta as a��es das quadrilhas. “Os criminosos est�o �vidos por fazer caixa. Estavam sem material humano para suas a��es. Como havia poucas pessoas circulando nas ruas, isso prejudicou os disfarces dos integrantes que v�o antes do bando observar as rotinas e o terreno e s�o fundamentais para o sucesso dos ataques aos bancos, a��es de s�tio e fuga”, afirma o coronel.
Para se combater com efetividade o novo canga�o � necess�rio que v�rias a��es sejam feitas em todo Brasil e n�o apenas em Minas Gerais, aponta o especialista em seguran�a p�blica. “� preciso que o armamento n�o chegue para os criminosos, principalmente das fronteiras como a do paraguai. O armamento � caro, at� 10 vezes mais do que o da pol�cia por ser ilegal. Tem de haver monitoramento eletr�nico e de intelig�ncia. Monitoramento das contas banc�rias usadas na lavagem de dinheiro das quadrilhas. H� ind�cios que nos mostram que os ataques est�o para ocorrer, como, por exemplo, o roubo de ve�culos de grande pot�ncia como caminhonetes possantes que essas quadrilhas usam. Sem tudo isso n�o se segura esse tipo de criminosos”, aponta J�nior.