(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas TRAG�DIA EM JO�O MONLEVADE

Conhe�a o mapa do risco na BR-381, palco de desastre na sexta

Trecho de curvas fortes, aclives e declives onde ocorreu desastre de �nibus na sexta � um dos quatro mais perigosos da BR-381


06/12/2020 06:00 - atualizado 06/12/2020 12:05

Ponte onde ocorreu o desastre é parte do trecho de 16 quilômetros entre João Monlevade e Nova Era, o que tem a maior quantidade de curvas acentuadas e um dos mais arriscados da Rodovia da Morte (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Ponte onde ocorreu o desastre � parte do trecho de 16 quil�metros entre Jo�o Monlevade e Nova Era, o que tem a maior quantidade de curvas acentuadas e um dos mais arriscados da Rodovia da Morte (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


Apesar de estar listado como um dos quatro trechos mais cr�ticos da BR-381 (Norte), a “Rodovia da Morte”, o segmento entre Nova Era e Jo�o Monlevade s� tem promessa de receber obras de duplica��o, corre��o de tra�ado, pontes e melhorias de seguran�a a partir de 2023. Essa foi a �ltima estimativa divulgada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O trecho de curvas fortes, aclives e declives que exigem muito do desempenho dos ve�culos � justamente onde 18 pessoas morreram e 23 ficaram feridas depois de acidente com �nibus de viagem irregular, transportando passageiros de Alagoas para S�o Paulo. O ve�culo supostamente teve problemas mec�nicos e voltou de r�, passando por cima da defesa da chamada Ponte Torta e despencando sobre a Estrada F�rrea Vit�ria- Minas, de uma altura de 35,5 metros.

A urg�ncia de obras naquele trecho consta at� mesmo de um estudo feito pelo Instituto de Geoci�ncias (IGC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e que orientou v�rios pareceres nas audi�ncias p�blicas que antecederam o in�cio das obras de duplica��o da rodovia, em 2014. O levantamento definiu quatro segmentos cr�ticos, tr�s deles entre Belo Horizonte e Jo�o Monlevade, onde a estrada concentrava mais de 200 curvas em 110 quil�metros. Neste ano, o trecho j� concentra 152 mortes em 133 acidentes, segundo a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF). Os tr�s piores s�o o segmento em Nova Uni�o, do Km 428 ao 458; da MG-434, no trevo de Itabira, a Nova Uni�o; e de Jo�o Monlevade a S�o Gon�alo do Rio Abaixo. O quarto pior � justamente entre Jo�o Monlevade e Nova Era, onde o �nibus se acidentou na sexta-feira.

O estudo descreve o trecho de 16 quil�metros entre as duas cidades como excessivamente sinuoso, por concentrar 28 curvas consideradas acentuadas, uma a cada 1.750 metros. “Considerando a extens�o total desse trecho e o grande n�mero de curvas que s�o acentuadas, proporcionalmente aos demais se trata do detentor de mais curvas acentuadas”, indica o trabalho sobre pontos cr�ticos.

Os 16 quil�metros se situam inteiramente no Planalto Dissecado dos rios Piracicaba e Santo Ant�nio, se aproximando do curso do Rio Piracicaba. “Esse trecho percorre uma sequ�ncia de colinas bem orientadas, que atravessa o caracter�stico relevo de “mares de morros”, com drenagem densa e encaixada, apresentando em diversos pontos vertentes ravinadas e com tend�ncia � eros�o agravada pelas atividades antr�picas (humanas). A rodovia alterna entre topos e fundos de vales nesse trecho, contornando diversas encostas, o que confere � regi�o a quantidade de curvas mencionadas anteriormente”, aponta o levantamento do IGC.

Velocidade


A alta velocidade dentro de trechos que exigem um bom desempenho do motorista e do ve�culo, ao lado de falhas do condutor s�o as causas mais frequentes de acidentes na BR-381 desde 2015, segundo a PRF. A velocidade incompat�vel responde por 28%, seguida pela falta de aten��o do condutor, com 22%. As colis�es traseiras s�o o acidente mais registrado, chegando a 17% e em muito explicadas tamb�m pelos in�meros pontos de parada e redu��o de velocidade devido �s obras espalhadas pela estrada. Em seguida, v�m as sa�das de pistas, com 14%, colis�es com objetos est�ticos, que representaram 10%, e os capotamentos, tamb�m com 10%.

Na pista, sinais de perigo e de problemas com a manutenção são evidentes(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Na pista, sinais de perigo e de problemas com a manuten��o s�o evidentes (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


At� o momento, dos 11 trechos divididos em lotes de duplica��o da BR-381 (Norte), apenas dois ficaram prontos, relativos a dois t�neis que n�o est�o em uso. Dos demais 303 quil�metros entre Belo Horizonte e Governador Valadares, apenas 61 foram entregues desde 2014, quando foi assinada a ordem de servi�o das obras. O montante representa 20% do total da obra, sendo que somente os lotes 3 (Jaguara�u a Ribeir�o Prainha) e o 7 (Rio Una a Caet�) est�o em andamento. Os demais est�o em negocia��o com empresas que ficaram em segundo lugar nas licita��es abandonadas e demais acertos.

Uma das solu��es pode ser o projeto de concess�o das BRs 381/262 (MG/ES), enviado ao Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) pelo Minist�rio da Infraestrutura. Uma concess�o de 686,1 quil�metros por 30 anos com leil�o previsto para o ano que vem. Prev� investimentos de R$ 7,7 bilh�es e custos de opera��o de cerca de R$ 6,9 bilh�es para os servi�os de infraestrutura e recupera��o, conserva��o, manuten��o, opera��o, implanta��o de melhorias e amplia��o de capacidade do sistema rodovi�rio. Entre as principais obras est�o 590 quil�metros de duplica��o, 138 de faixas adicionais, 131 de vias marginais, 50 passarelas e 108 paradas de �nibus. (MP)

Segmentos de risco

Conhe�a os quatro trechos mais perigosos da Rodovia da Morte

1º – Nova Uni�o (Km 428 ao Km 458) – At� Caet� � considerado o trecho mais sinuoso, com varia��es de curvas muito fortes e outras de geometria aceit�vel

2º – Itabira (trevo da MG-434 a Nova Uni�o) – Segmento mais �ngreme, com desn�veis de 350 metros, que s�o desafio com o tr�fego pesado

3º – Jo�o Monlevade a S�o Gon�alo do Rio Abaixo – Tra�ado apresenta muitas curvas, com objetivo de contornar as vertentes, algumas vezes �ngremes, outras suaves e extensas. Muitas curvas foram tra�adas para evitar descidas muito bruscas

4º – Jo�o Monlevade a Nova Era – Segmento com maior quantidade de curvas acentuadas (28 em 16 quil�metros), n�o duplicado e sem obras
Fonte: UFMG/IGC


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)