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Estado de Minas ENTREVISTA

Secret�rio Carlos Eduardo Amaral prev� vacina��o entre janeiro e fevereiro

� frente do combate ao coronav�rus em Minas, e pr�ximo do Minist�rio da Sa�de, secret�rio de Sa�de diz ao EM que campanha depende das farmac�uticas


20/12/2020 06:00 - atualizado 20/12/2020 07:08

O que vai demandar o tamanho da campanha de vacinação será a capacidade dos laboratórios que estiverem produzindo a vacina ou no Brasil ou no mundo(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 05/10/2020.)
O que vai demandar o tamanho da campanha de vacina��o ser� a capacidade dos laborat�rios que estiverem produzindo a vacina ou no Brasil ou no mundo (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 05/10/2020.)

O neurocirurgi�o Carlos Eduardo Amaral assumiu a Secretaria de Sa�de de Minas Gerais num momento em que o estado enfrenta grave crise fiscal e tem conduzido a pasta no enfrentamento a uma pandemia que imp�e desafio mundial. Morando longe da fam�lia, instalada em Juiz de Fora, na Zona da Mata, ele acredita que o esfor�o � recompensado, quando confere o cen�rio dos indicadores da doen�a respirat�ria no estado. Vivendo h� 10 meses num hotel de Belo Horizonte, destaca que Minas tem a menor taxa de mortalidade do pa�s medida por grupo de 100 mil habitantes.

Carlos Eduardo Amaral n�o avalia como erro da gest�o o fato de o governo estadual ter erguido e fechado um hospital de campanha em Belo Horizonte (no centro de conven��es Expominas), sem atender um �nico paciente depois de terem sido investidos R$ 2 milh�es na estrutura da unidade. “A montagem do hospital de campanha em Belo Horizonte, naquele momento, foi uma das a��es mais acertadas do governo de Minas”. Ele compara o empreendimento a “um seguro sem ter um sinistro”.
M�dico formado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), neurocirurgi�o e neurorradiologista intervencionista, ele � vice-presidente da regi�o Sudeste do Conselho Nacional dos Secret�rios de Sa�de (Conass). Carlos Amaral fala com orgulho sobre a rela��o de proximidade e parceria que mant�m com o Minist�rio da Sa�de, hoje no centro de press�o de boa parte dos governadores e prefeitos, que cobram vacina��o contra a doen�a.

Nesta entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o secret�rio sustenta como correta a gest�o do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento � pandemia. “O presidente tem tentado fazer o seu melhor”, afirma. Amaral tamb�m discorda dos governos que anunciaram plano B para a vacina��o da COVID-19, como fez a Prefeitura de Belo Horizonte, frente �s pol�micas envolvendo o Minist�rio da Sa�de.

Ele acompanhou o governador Romeu Zema no lan�amento do Plano Nacional de Operacionaliza��o da Vacina contra a COVID-19, em Bras�lia, e diz estar confiante num programa brasileiro de imuniza��o, que levantou cr�ticas por ter sido lan�ado sem cronograma. “Essa vacina��o deve come�ar entre janeiro e fevereiro. O que vai demandar o tamanho da campanha de vacina��o ser� a capacidade produtiva dos laborat�rios que estiverem produzindo a vacina ou no Brasil ou no mundo, caso seja necess�rio importar vacina.”


O senhor nos concedeu entrevista em julho. Hoje, cinco meses depois, qual momento mais dif�cil o senhor vivenciou no enfrentamento � pandemia?

Sem sombra de d�vida, os momentos mais dif�ceis que tivemos no enfrentamento � COVID-19 foram quando os primeiros casos chegaram ao Brasil e ao estado. Naquele momento, t�nhamos um cen�rio de guerra, um cen�rio mundial catastr�fico. Vimos quantidade de casos muito grande na It�lia, na Alemanha, com a fal�ncia de todo sistema de assist�ncia daqueles pa�ses. No Equador, t�nhamos uma fal�ncia completa, inclusive com corpos nas ruas, ent�o aquele momento foi muito marcante. Era muito dif�cil comprar equipamento de prote��o individual, medicamento, ventiladores, monitores, e at� cama. Ali foi o momento mais dif�cil.

Em julho, o senhor avaliou que os indicadores da COVID-19 no estado estavam em um plat�. Passado o per�odo, ter�amos passado por um pico? O estado enfrenta uma segunda onda da doen�a?

Fazendo uma an�lise retrospectiva do que foi toda a epidemia, em julho n�s tivemos um pico sim. A caracter�stica da epidemia tem sido de flutua��es, e n�o me parece correto falar que o momento que estamos passando seria uma segunda onda. Por defini��o, a segunda onda teria que ter quase acabado os casos entre a primeira e a segunda fases. Tivemos queda importante depois do pico de julho e, agora, estamos tendo mais casos. Essas flutua��es t�m sido notadas em todo o mundo, em v�rios pa�ses. V�rios estados tiveram essa oscila��o.

Com a proximidade das festas de fim de ano num cen�rio de aumento do registro dos casos di�rios, o que o senhor aconselha �s pessoas?
O aconselhamento que fazemos sempre � de que as pessoas tenham o m�ximo de cuidado. Isso ser� sempre necess�rio, enquanto tivermos o v�rus circulando na sociedade. O m�ximo de cuidados, manter o distanciamento, uso de �lcool em gel e de m�scara. Tudo isso para n�s � fundamental. Neste momento de festa, inclusive de compras natalinas, temos a necessidade de refor�o da aten��o do cidad�o, para n�o haver medidas mais restritivas. Se as pessoas forem �s compras, que tenham o distanciamento adequado. Evitem ficar andando nas cidades, indo apenas ao local que pretendem. Se forem fazer uma reuni�o familiar, que seja com o m�nimo de pessoas poss�vel. Tomem cuidados com idosos, aqueles que t�m doen�as, a popula��o de maior risco, sempre evitando aglomera��o. Se tudo isso for feito, n�s conseguiremos manter o padr�o, oferecendo assist�ncia para todo mundo. N�o h� desassist�ncia em Minas Gerais.

O governo de Minas investiu R$ 2 milh�es num hospital de campanha em Belo Horizonte, que foi desmontado sem ter recebido pacientes de COVID-19. O senhor considera que essa medida foi corretamente avaliada ou o recurso poderia ter sido aplicado na compra de respiradores?
A montagem do hospital de campanha em BH, naquele momento, foi uma das a��es mais acertadas do governo de Minas. Desde o in�cio, ele foi idealizado para estar pronto na fase 5 da epidemia, que seria a fase de desassist�ncia plena e correspondia a um seguro. Se tudo desse errado, ter�amos um seguro. Quando se faz um seguro, pagamos esperando n�o us�-lo. Ent�o, quando n�s tivemos condi��o de fechar o hospital de campanha, porque j� t�nhamos estruturado toda a rede, n�o s� em Belo Horizonte, mas no estado como um todo, n�s entendemos que o fechamento do hospital foi um seguro sem um sinistro. Voc� pagou para ter a prote��o de sua casa ou de seu carro, mas n�o houve necessidade de, naquele per�odo, acionar a seguradora. O investimento de R$ 2 milh�es foi a ap�lice do seguro.

Qual � o peso nos n�meros da doen�a no estado que o senhor atribuiria �s medidas de distanciamento social adotadas pelo prefeito de BH, Alexandre Kalil?
As a��es tomadas na capital representaram exatamente o que � a propor��o da sua popula��o em rela��o ao estado. Belo Horizonte tem em torno de 2,5 milh�es de habitantes em um estado de, aproximadamente, 21 milh�es de habitantes. Isso [fechamento em BH] foi uma decis�o tomada naquele momento muito parecida com a que o estado havia tomado. O que interessa � o todo, ou seja, Minas Gerais teve ader�ncia muito grande �s orienta��es do governador, �s orienta��es da Secretaria de Estado da Sa�de. Independentemente da cidade e do gestor, toda Minas Gerais fez um bom trabalho e somou para que a gente tivesse a menor taxa de mortalidade em todo o Brasil (medida por grupo de 100 mil habitantes, que era, em outubro, inferior a 400 mortes).

Qual avalia��o o senhor faz da gest�o do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento � COVID-19?
O pa�s todo tem trabalhado por v�rios caminhos, tentando fazer o melhor. O presidente tem tentado fazer o seu melhor. Tenho proximidade muito grande com o Minist�rio da Sa�de, que vem desempenhando condu��o acertada. Talvez trabalhe em sil�ncio e, em alguns momentos, poderia comunicar um pouco mais. Em momento nenhum achei que o Minist�rio da Sa�de teria deixado de atender �s demandas do estado e do munic�pio.

O senhor e o governador estiveram no lan�amento do Plano Nacional de Operacionaliza��o da Vacina contra a COVID-19. No entanto, a corrida pela vacina � mundial. Se faltarem imunizantes ou se eles demorarem a chegar a Minas, qual � o plano do governo?
Minas Gerais tem buscado uma gest�o em rela��o � vacina��o eminentemente t�cnica, de forma a estarmos alinhados para ter o imunizante no que cabe ao estado. � fundamental que todos entendam como funciona a campanha de vacina��o em n�vel nacional, ou seja, n�o h� l�gica, n�o � t�cnico falar que vai fazer vacina��o em um munic�pio, um estado. Caso isso ocorra, teremos migra��es de pessoas, enfrentamento em filas, provavelmente at� brigas por conta de pessoas disputando uma vacina – � a primeira opini�o. A segunda vis�o � que o Minist�rio da Sa�de tem mais de 300 milh�es de doses encomendadas e det�m a prefer�ncia em todo o territ�rio nacional na aquisi��o de medica��es e vacinas. Foi manifestado, claramente, pelo ministro (general Eduardo Pazuello) e toda a equipe t�cnica da pasta que, havendo vacinas prontas para serem usadas em campanha e validadas pela  Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), o minist�rio comprar� todas elas. Isso significa, com toda clareza, que qualquer ente privado, munic�pio e estado que quiser fazer vacina��o pr�pria somente ter� vacina depois que o minist�rio tiver comprado o suficiente para a vacina��o em todo o pa�s. Nesse contexto, acho pouco l�gico qualquer ente federado que n�o a Uni�o ou o minist�rio buscar comprar imunizante.

O senhor esteve em Bras�lia, conversou com o ministro. Quando a vacina��o deve come�ar?
Essa vacina��o deve come�ar entre janeiro e fevereiro. O que vai demandar o tamanho da campanha de vacina��o ser� a capacidade produtiva dos laborat�rios que estiverem produzindo a vacina ou no Brasil ou no mundo, caso seja necess�rio importar o imunizante. Ser� uma campanha de vacina��o longa. Ser� uma campanha de vacina��o para o ano inteiro. � fundamental que o cidad�o entenda que n�s teremos v�rios grupos, que ser�o vacinados � medida que tivermos a vacina.

Isso quer dizer que nem toda a popula��o de Minas ser� vacinada num primeiro momento...
N�o h� vacina no mundo para vacinar a popula��o mundial toda de uma vez. Esse tipo de vis�o � equivocado. O que vai acontecer � que as ind�strias v�o produzindo a vacina progressivamente e distribuindo para onde ser�o usadas. Nesse contexto, teremos v�rias campanhas de vacina��o no mundo inteiro e, no Brasil, n�o ser� diferente.

O que o senhor diria �s pessoas que n�o querem tomar vacina?
A vacina foi dos maiores avan�os de sa�de p�blica que aconteceu na sociedade. Temos no Brasil uma ag�ncia reguladora extremamente s�ria, um Sistema �nico de Sa�de com tr�s n�veis de coordena��o. Um deles � a Uni�o, por meio do Minist�rio da Sa�de. Os estados participam com suas secretarias estaduais e os munic�pios, que trabalham para chegar uma vacina confi�vel, da forma correta e na quantidade correta. Para o cidad�o, a vacina��o � o que h� de melhor para sa�de neste momento que estamos vivendo.

"Se forem fazer uma reuni�o familiar, que seja o m�nimo de pessoas poss�vel"

 


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