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Estado de Minas REINFEC��O

COVID-19: UFMG confirma 1� caso de reinfec��o com variante africana

Uma baiana de 45 anos � a primeira paciente no mundo a contrair a cepa sul-africana do v�rus; ela foi internada na Bahia em 26 de outubro de 2020


18/01/2021 13:17 - atualizado 18/01/2021 16:57

UFMG confirma reinfecção de COVID-19 por variante sul-africana, em paciente brasileira(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
UFMG confirma reinfec��o de COVID-19 por variante sul-africana, em paciente brasileira (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciou nesta segunda-feira (18/01) a confirma��o do primeiro caso no mundo de reinfec��o por COVID-19 atrav�s de muta��o origin�ria da �frica do Sul, observado no final de 2020 em uma paciente brasileira.
 
Pesquisadores da UFMG, do Instituto D´Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) fizeram an�lise e confirmaram o caso. Os autores do artigo 'Genomic evidence of a SARS-CoV-2 reinfection case with E484K spike mutation in Brazil' afirmam que a descoberta pode ter grandes implica��es para as pol�ticas p�blicas de sa�de, estrat�gias de vigil�ncia e imuniza��o
 
Renato Santana � professor e virologista do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas (ICB) da UFMG e um dos respons�veis pela pesquisa do Laborat�rio de Biologia Integrativa da UFMG. Ele acompanhou uma reuni�o com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e disse que o Brasil teve destaque na conversa, por ter sido um dos �nicos pa�ses a identificar a variante.
 
Ele e seus colegas acompanharam o caso cl�nico de uma paciente de 45 anos, moradora de Salvador, sem comorbidades, que se destacou como o primeiro caso de reinfec��o da COVID-19 na Bahia.
 
A mulher foi diagnosticada com a doen�a, pela primeira vez, em 20 de maio de 2020 e voltou a ter testagem positiva em 26 de outubro do mesmo ano, por�m com sintomas mais graves.
 
De acordo com a an�lise, ela apresentou, em um intervalo de 147 dias, dois epis�dios de COVID-19, cada um provocado por v�rus de linhagens diferentes
 
Al�m disso, a investiga��o da segunda amostra confirmou a presen�a da cepa E484K, variante sul-africana do v�rus. 
 

A muta��o E484K

 
A muta��o foi identificada na �frica do Sul em outubro, e, no mesmo m�s, tamb�m come�ou a circular no Brasil, com primeiro registro no Rio de Janeiro e recentemente em Manaus. O caso baiano foi o primeiro, em todo o mundo, no qual ela foi associada a uma reinfec��o por COVID-19.
 
De acordo com Renato Santana, essa variante aumenta a transmiss�o do v�rus e mais part�culas virais conseguem entrar dentro da c�lula, causando aumento da carga viral.
 
“Essa muta��o acontece em uma prote�na de superf�cie do v�rus, o que chamamos de spike. Ela se d� exatamente no s�tio de intera��o com o receptor ACE2 nas c�lulas. Ent�o o v�rus usa esse receptor para entrar nas c�lulas”, ele diz. 
 
“E essa variante especificamente amplia a liga��o do v�rus na superf�cie da c�lula, o que aumenta a transmiss�o, ou seja, a quantidade de part�culas virais que conseguem entrar dentro da c�lula. Em consequ�ncia disso ocorre uma expans�o da carga viral e da transmiss�o”, completa o professor e virologista da UFMG.

No tratamento da COVID-19, um anticorpo neutralizante � usado nos pacientes graves, o Bamlanivimab. Segundo o professor, o estudo mostra que a E484K pode diminuir a a��o do anticorpo “com essa muta��o, o anticorpo neutralizante n�o consegue se ligar. Assim, mesmo que os pacientes tomem esse rem�dio, o efeito combativo n�o ser� muito grande”, ele diz.

Vacinas e reinfec��o

 
O virologista da UFMG explica que uma reinfec��o ocorre quando a resposta imunol�gica montada ap�s o primeiro caso n�o foi o suficiente e duradoura para proteger durante a segunda exposi��o ao v�rus.
 
O estudo do tempo de dura��o da resposta imunol�gica em uma infec��o natural com o v�rus, � essencial para a compreens�o dos riscos de cont�gio e para avaliar a durabilidade das vacinas
 
“Muitas pessoas acham que ap�s terem COVID-19 est�o com ‘carteira assinada’ e n�o ter�o mais. Isso n�o � real. Principalmente quando o v�rus circula mais. Quanto mais ele circula na popula��o, mais ele replica. Quanto mais replica, maior a chance de aparecerem muta��es. Quanto mais muta��es, mais diferentes estes v�rus ficam, aumentando a possibilidade dos casos de reinfec��o. Por isso ainda � importante manter o isolamento social” aponta Renato.
 
O professor alerta para quanto tempo que as vacinas ir�o gerar de resposta imunol�gica efetiva contra a infec��o, j� que a forma natural tem durado de quatro a cinco meses. Apesar disso, ele refor�a que a vacina��o � de extrema import�ncia.
 
Ainda n�o h� uma resposta definitiva sobre como a muta��o pode afetar a vacina, mas com a continua��o dos estudos, a expectativa � de ter uma solu��o nos pr�ximos meses. 
 
Segundo a UFMG, nesta semana, o grupo far� uma rodada de sequenciamento em parceria com o Laborat�rio Hermes Pardini, focando em amostras de Minas Gerais e outros estados brasileiros, para descobrir quando as variantes virais foram introduzidas no Brasil, al�m de identificar em quais estados est�o circulando.

*estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz


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