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Estado de Minas ENTREVISTA

'COVID-19 vai virar uma doen�a end�mica', afirma m�dica do S�rio Liban�s

Segundo Mirian Dal Ben, novo coronav�rus dever� ficar circulando ap�s o fim da pandemia; vacina deve seguir no Programa Nacional de Imuniza��o


18/01/2021 09:07 - atualizado 18/01/2021 16:42

(foto: YouTube/Reprodução)
(foto: YouTube/Reprodu��o)
Junto ao an�ncio das chegadas de vacinas contra a COVID-19 e � campanha de imuniza��o, marcada para come�ar nesta semana, veio, tamb�m, uma enxurrada de novos casos e mortes pela doen�a no Brasil, subindo os patamares para o n�vel da primeira onda. Novas variantes do Sars-CoV-2, mais transmiss�veis, aliadas ao afrouxamento dr�stico das medidas de distanciamento em raz�o das aglomera��es de fim de ano trazem uma perspectiva ainda mais preocupante de como se dar� o enfrentamento � pandemia, mesmo com a popula��o sendo vacinada.

Infectologista do Hospital S�rio Liban�s, Mirian Dal Ben lan�a luz sobre esses fatores e explica como eles podem interferir na chegada da chamada imunidade de rebanho, quando o n�mero de pessoas j� expostas ao v�rus e com resposta imune � capaz de barrar a circula��o da doen�a. Confira abaixo.

Imunidade de rebanho

Para imunidade de rebanho, a cobertura vacinal que precisamos atingir para ter uma situa��o confort�vel, sem amea�a de um surto e de uma pandemia, igual a gente tem, varia de doen�a para doen�a, de acordo com o potencial de transmissibilidade do v�rus. Calculamos esse potencial de transmissibilidade do v�rus atrav�s de um �ndice chamado R0, que � o n�mero de casos secund�rios da doen�a, quando se coloca uma pessoa transmitindo dentro de uma popula��o em que todos s�o suscet�veis ao v�rus.

Dando um exemplo, uma das doen�as mais transmiss�veis que n�s temos � o sarampo, cujo R0 � de 12 a 18. Ou seja, uma pessoa transmite para 12 a 18 pessoas. No caso da covid-19, o R0 estimado est� entre 3 e 6. Isso daria uma necessidade de ter que imunizar entre 70% e 80% da popula��o para que a gente n�o tivesse o risco de ter esses surtos que estamos tendo e conseguir voltar a situa��o de normalidade que viv�amos antes.

Novas variantes

A gente tem uma nova pe�a desse xadrez, que � a variante da covid. Embora ela n�o cause, a priori, casos cl�nicos mais graves, embora n�o tenha uma mortalidade aumentada, ela � mais transmiss�vel. Estima-se que o R0 dela pode chegar at� 8. Isso faz com que a imunidade de rebanho que a gente precise seja, talvez, ainda maior, mais pr�xima de 80% a 85%.

Manaus

Muito provavelmente, a imunidade que 76% das pessoas adquiriram n�o foi uma imunidade duradoura, e v�rias das pessoas que pegaram a COVID-19 na primeira onda de Manaus j� devem estar, de novo, suscet�veis, a ponto de pegar e transmitir a doen�a novamente.

Reinfec��o

J� temos comprova��es, na literatura, de casos de reinfec��o. J� sabemos, at� pelos dados do primo da COVID-19, que � o Sars-CoV-1, que, muito provavelmente, depois de algum tempo, a imunidade vai embora. Ent�o, funciona mais ou menos como a gripe. Quem j� teve, precisa se vacinar.

PNI

H� bastante evid�ncias de que, muito provavelmente, a COVID-19 vai virar uma doen�a end�mica, que ficar� circulando. N�o dar� surtos se conseguirmos atingir a cobertura vacinal necess�ria, mas ser� uma doen�a que vai continuar existindo e, portanto, dever� permanecer no Programa Nacional de Imuniza��o (PNI).

Log�stica

Sabemos que j� temos imunizantes dispon�veis e que t�m se mostrado eficazes, o que � �timo. Mas, por enquanto, pela capacidade de produ��o dos laborat�rios e pela capacidade de log�stica de aplica��o da vacina, teremos uma campanha de forma faseada e, muito provavelmente, n�o vamos atingir essa imunidade de rebanho at� o segundo semestre de 2021. A perspectiva, ent�o, � que teremos que manter as medidas que diminuem a transmissibilidade, como uso de m�scaras, evitar aglomera��es e todos os protocolos de retomada.

Dose �nica

Nem que seja pensada a aplica��o de uma dose, com a segunda apenas daqui a tr�s meses. Provavelmente, n�o teremos a quantidade suficiente de imunizante para atingir imunidade de rebanho nestes primeiros meses. A estrat�gia de aumentar o intervalo, no entanto, � v�lida. N�o unicamente para se galgar uma imunidade de rebanho, mas para proteger da COVID-19 um n�mero maior de pessoas com a primeira dose. Veja: Se eu tenho 200 doses da vacina, consigo imunizar 100 pessoas e garantir a segunda dose daqui a 28 dias.

Se o percentual de efic�cia for acima de 90%, ent�o, garanto que mais de 90 pessoas desse grupo estar�o imunes. Se, em vez de assegurar essas 200 doses para o grupo de 100 pessoas, eu vacinar, agora, 200 pessoas, e sair correndo atr�s da produ��o de uma segunda dose para daqui a tr�s meses, mesmo que a efic�cia seja menor, na faixa de 70%, eu vou deixar 140 pessoas protegidas. � uma estrat�gia que protege mais gente nos pr�ximos tr�s meses, mas tenho que garantir que vai ter essa segunda dose para essas 200 pessoas ao fim desse intervalo, porque os estudos n�o validam uma dist�ncia maior.

M�scara

As vacinas se mostraram eficazes em reduzir a incid�ncia de covid, sobretudo na gravidade. Ou seja, quem toma vacina tem menos chances de ter a doen�a com sintomas e tem menos chances de ter COVID grave a ponto de precisar internar. No entanto, ainda n�o temos dados de que as vacinas diminuem a transmissibilidade do v�rus. Isso quer dizer que, embora quem tome o imunizante fique protegido de ter a doen�a grave, a gente n�o sabe ainda se quem toma n�o pode contrair a infec��o, de forma sintom�tica, para continuar transmitindo. Isso significa que ao tomar a vacina, isso n�o vai te dar um crach� dizendo que voc� n�o precisa mais usar m�scara.

Aglomera��o

At� que eu tenha cerca de 80% das pessoas protegidas contra o novo coronav�rus, por meio da vacina��o, quem receber a vacina vai ter que, mesmo assim, continuar com as medidas que diminuem a transmissibilidade. Isso � uma quest�o de humanidade. O fato de ter recebido o imunizante diminui a chance de a pessoa ter covid grave. Se ela for ego�sta, pensar s� nela, pode ser que queira come�ar a se aglomerar e sair sem m�scara. Pensando no outro, ela tem que continuar cumprindo com as medidas.

O que � o coronav�rus

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.


transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.


A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia
  • Em casos graves, as v�timas apresentam:
  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
  • Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.


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