
A ci�ncia avan�a mais um passo na guerra contra a COVID-19 com a libera��o da vacina, mas a imuniza��o demanda tempo e � preciso que as precau��es sanit�rias continuem para evitar um colapso na sa�de. Reflexo do avan�o da dissemina��o do novo coronav�rus em Minas Gerais, o n�mero de novas interna��es nas redes p�blica e privada disparou em Minas Gerais nos �ltimos 30 dias, per�odo tradicional de comemora��es de fim de ano e viagens de f�rias.
Levantamento feito pela reportagem do Estado de Minas, com base nos boletins epidemiol�gicos divulgados diariamente pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES), mostra que o n�mero de interna��es por COVID-19 evoluiu de 44.636 em 18 de dezembro para 53.241 na mesma data de janeiro de 2021, aumento de 19,27%. Os dados se referem aos casos totais confirmados da doen�a em Minas que necessitaram de atendimentos em unidades hospitalares das redes p�blica e privada. Significa que, em janeiro, houve 8.605 hospitaliza��es a mais, maior registro mensal desde maio do ano passado em n�meros absolutos.
Quanto � taxa percentual de aumento das interna��es totais, foi a maior desde novembro. O universo desde o in�cio da pandemia de pessoas que precisaram de interna��o havia subido 24,25% entre 18 de setembro (26.531) e 19 de outubro (32.965). Depois disso, houve redu��o nesse ritmo para 14,17% entre 19 de outubro (32.965) e 18 de novembro (37.639). As hospitaliza��es voltaram a subir de 18 de novembro (37.639) para 18 de dezembro (44.636), com alta de 18,58%.
Quando considerados os n�meros de internados a mais, desde setembro, indicavam algum al�vio, para retomar for�a em dezembro, mas ainda na casa dos 7 mil novas hospitaliza��es. O estado j� vive situa��o de alerta em rela��o � ocupa��o de leitos hospitalares, o que ocorreu ainda no ano passado. Sete das 14 macrorregi�es de Sa�de ultrapassaram a percentagem de 70% dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) em uso.
Ocupa��o
Apenas as regi�es Noroeste (42,4%) e Tri�ngulo do Sul (48,33%) t�m oferta satisfat�ria para atender os pacientes. Por outro lado, a regi�o Central (79,2%) e a Centro-Sul (79,53%) s�o as que mais preocupam os gestores no momento. Minas conta atualmente com 3.977 leitos de UTI. O total de pacientes internados na UTI com COVID � de 1.388.
Com rela��o aos leitos de enfermaria, os casos mais preocupantes chamam a aten��o na regi�o Central (85,7% ocupados), Tri�ngulo do Norte (81,42%) e Vale do A�o (92,29%). Aquelas que ainda apresentam margem de seguran�a s�o Centro-Sul (43,73%) e Sul (49,77%). O total de equipamentos de enfermarias oferecido pelo estado � de 20.879 vagas, sendo 2.470 (11,83%) dedicados a pacientes com a COVID-19 ou em situa��o de suspeita de terem contra�do a doen�a respirat�ria.
"Quando em uma determinada cidade n�o existem leitos dispon�veis, nosso papel � buscar a alternativa assistencial mais adequada, em tempo oportuno"
Juliana �vila, subsecret�ria de Regula��o do Acesso aos Servi�os e Insumos do estado
No momento em que um munic�pio entra em colapso no sistema de sa�de, a orienta��o � para que um paciente seja transferido para o local mais pr�ximo, independentemente da comorbidade. “Quando em uma determinada cidade n�o existem leitos dispon�veis, nosso papel � buscar a alternativa assistencial mais adequada, em tempo oportuno, para o tratamento de sa�de que o paciente necessita. Essa busca se d� primeiramente em hospitais das cidades de sua macrorregi�o. Quando n�o encontrado, essa busca se estende para outras macrorregi�es do estado dentro de um fluxo regulat�rio”, explica a subsecret�ria de Regula��o do Acesso aos Servi�os e Insumos do estado, Juliana �vila.
As interna��es por coronav�rus geram custos mais elevados para o estado do que outros tratamentos. Segundo a tabela de procedimentos do Sistema �nico de Sa�de (SUS), os leitos de UTI normal, n�o dedicados a pacientes com a COVID-19, t�m di�rias variando de R$ 478,72 a R$ 508,63. As di�rias de UTI para COVID-19 custam R$ 1,6 mil. Para os leitos de enfermaria destinados ao tratamento de pessoas com a doen�a, o Minist�rio da Sa�de prev� o valor de R$ 1,5 mil de di�ria e estipulou que a interna��o dura em m�dia cinco dias.
Dissemina��o
Minas Gerais bateu recorde, ontem, de mortes provocadas pela COVID-19 em 24 horas, com 214 �bitos. O dia com mais mortes at� ent�o havia sido registrado em 16 de janeiro (173). Segundo boletim epidemiol�gico emitido pela Secretaria de Estado de Sa�de, Minas contabilizou mais 7.429 ocorr�ncias da doen�a. Com isso, o estado chegou a 659.385 diagn�sticos e 13.721 vidas perdidas. * Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Marta Vieira
Uso de UTIs recua em BH, mas � alto
Em Belo Horizonte, de acordo com o boletim epidemiol�gico divulgado ontem pela prefeitura (PBH), a taxa de ocupa��o de leitos de UTI teve redu��o a 81,7%, ante 84,3%. Ainda assim, o �ndice est� no n�vel considerado de alerta vermelho. Para o infectologista Una� Tupinamb�s, integrante do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da PBH, com as medidas restritivas que o �rg�o tem tomado, a taxa deve cair nas pr�ximas semanas.
“A taxa foi aumentando e chegou a n�veis preocupantes ainda no in�cio de janeiro, o que nos levou a propor uma restri��o da mobilidade urbana. Agora, j� podemos dizer que estamos colhendo frutos dessa medida. O �ndice de ocupa��o das UTIs parou de subir, apesar de ainda estar l� em cima. Mas, estaria pior se n�o tiv�ssemos tomado essa medida de restringir a circula��o. Pode ficar ainda duas semanas nesse patamar para come�ar a cair”, explicou.
A capital registrou mais 22 mortes por COVID-19, que levaram ao total de 2.109 �bitos. Ainda de acordo com o boletim epidemiol�gico, a cidade acumula 79.919 casos da doen�a. H� 5.591 pacientes em acompanhamento. Nos �ltimos cinco balan�os, a prefeitura notificou 134 vidas perdidas pela infec��o do novo coronav�rus, m�dia de 26,8 por levantamento.
A PBH tamb�m verificou queda no n�mero m�dio de transmiss�o por infectado. O chamado fator RT, que mede a velocidade da propaga��o do v�rus na cidade, caiu de 1,05 para 1,03. Por�m, continua na zona de alerta, entre 1 e 1,2. O percentual de uso das enfermarias sofreu leve alta, de 65,8% para 65,9%, permanecendo na zona intermedi�ria de classifica��o, entre 50% e 69%.
O infectologista Una� Tupinamb�s prev� ainda algum impacto no indicador de contamina��o pelo v�rus devido � realiza��o das provas do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem). “De modo geral, o Brasil vai ter ainda umas tr�s semanas de aumentos cr�ticos em rela��o � demanda de assist�ncia m�dica por causa da COVID-19”, ressalta.
Ele destaca tamb�m os efeitos da vacina, que devem demorar para aparecer. “A vacina s� vai fazer efeito quando a popula��o mais fragilizada for imunizada. Isso vai demorar um pouco, tendo em vista essa pol�tica meio m�ope do Minist�rio das Rela��es Exteriores, que isolou o Brasil dos demais pa�ses. Por isso, ainda vamos pagar um pre�o muito alto”, disse. “Mas, esperamos conseguir vacinar boa parte da popula��o antes de o outono e o inverno chegarem”, completou.
Jovens
Apesar disso, Una� Tupinamb�s refor�a que n�o se pode brincar com o coronav�rus. “Os relatos dos colegas s�o de que nesta onda de agora est�o aparecendo mais pessoas jovens. N�o � o momento para relaxar. Quem d� entrada no hospital, tem 20% de chance de ir para o CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e quando entra no CTI as chances de evoluir para �bito s�o muito maiores”, explica. (Natasha Werneck e Gabriel Ronan)
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
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Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia
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