(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PROPOSTA DO CDL

'Anti�tico', diz m�dico sobre ampliar UTIs para manter lojas abertas em BH

Membro do comit� da COVID-19 da PBH diz que proposta da CDL/BH de abrir mais leitos em vez de fechar o com�rcio 'impratic�vel': 'O mesmo que enxugar gelo'


21/01/2021 16:35 - atualizado 21/01/2021 19:14

Na primeira semana em que o fechamento do comércio começou a valer, BH teve ruas vazias e clima de feriado(foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Na primeira semana em que o fechamento do com�rcio come�ou a valer, BH teve ruas vazias e clima de feriado (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
O infectologista Una� Tupinamb�s - membro do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da prefeitura de Belo Horizonte -  classifica a proposta da C�mara dos Dirigentes Lojistas (CDL/BH) de abrir mais leitos e manter o com�rcio funcionando na cidade como “impratic�vel” e “anti�tica”. 

Para o especialista, a alternativa defendida pela entidade permitiria que a pandemia continuasse avan�ando na capital, uma vez que o funcionamento das lojas � uma vari�vel de peso no aumento da circula��o de pessoas na cidade - consequentemente, na velocidade de propaga��o do novo coronav�rus. 

“� uma proposta completamente desbaratada. N�s temos que proteger o sistema de sa�de, n�o abrir mais leitos para a COVID-19. Quanto mais leitos forem abertos, mais pessoas ser�o internadas. � enxugar gelo. Se abrir a cidade e deixar o v�rus circular, n�o vai ter leito suficiente. Se abrirem 10, teremos mais 10 pacientes. Se abrirem 20, teremos mais 20. Com isso, haver� aumento tanto da mortalidade, quanto da letalidade da doen�a”, argumenta o m�dico. 

“E as pessoas v�o morrer n�o s� de COVID-19, como outras causas: de apendicite, de derrame, de infarto, de uma leve infec��o urin�ria, porque a rede fica completamente estrangulada, estamos vendo isso em Manaus. Enfim, essa proposta, ela � completamente descabida, sem p�, nem cabe�a. N�o se aplica. � impratic�vel, anti�tico. N�s temos � que controlar a transmiss�o. Proteger o cidad�o, proteger a cidade, proteger o sistema de sa�de”, complementa. 

Rep�dio

Na tarde desta quinta-feira (21/01), a CDL/BH divulgou uma nota de rep�dio � decis�o judicial proferida na noite de ontem pela desembargadora �urea Brasil.

A delibera��o derrubou a liminar obtida pelos lojistas que mantinha os estabelecimentos comerciais de BH de portas abertas. As atividades n�o essenciais foram suspensas em 11 de janeiro, por for�a do decreto 17.328/2020, editado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). 

No comunicado, o CDL afirma que a reabertura pode ocorrer imediatamente caso a PBH reative 129 UTIs do SUS mobilizadas exclusivamente ao atendimento de infectados pela COVID-19.

O texto afirma que, em 4 de agosto, eram 424 leitos COVID, contra 295 contabilizados no �ltimo boletim epidemiol�gico da PBH.

“Caso os 424 leitos estivessem funcionando, hoje ter�amos uma taxa de ocupa��o de 57%, �ndice bem abaixo do atual”, afirmou o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva. A lota��o das vagas registrada nesta quinta-feira (21/1) � de 81%. 

Souza defende que o estrangulamento do sistema de sa�de � fruto da redu��o das unidades de tratamento cr�tico, n�o do aumento da circula��o social impulsionado pelo com�rcio.

O Estado de Minas procurou a Secretaria Municipal de Sa�de para confirmar os n�meros apresentados pelo CDL e questionou as raz�es para o suposto encerramento dos leitos, mas n�o obteve resposta at� a publica��o desta mat�ria. 

Sem profissionais

O infectologista Una� Tupinamb�s, contudo, ressalta que o dirigente est� equivocado, j� que o recrudescimento da pandemia na capital mineira est� diretamente ligado ao aumento da movimenta��o das pessoas sobretudo no fim do ano passado.

Ele esclarece que as atividades comerciais n�o s�o, necessariamente, culpadas por isso, mas o esfor�o coletivo de frear a propaga��o do v�rus inclui a suspens�o de todas as atividades com grande potencial de aglomera��o.

Lojas abertas, lembra o m�dico, significam milhares de trabalhadores do setor de servi�os circulando de �nibus, sujeitos n�o s� � infec��o pelo novo coronav�rus, como outros eventos que pressionam o sistema de sa�de, como a viol�ncia urbana. 

“De qualquer forma, ainda que a prefeitura aceitasse a proposta do CDL e abrisse mais leitos, n�o ter�amos recursos humanos para atender os pacientes devido � escassez de m�o de obra qualificada”, destaca Una�. 

A escassez de profissionais de sa�de � sentida pela prefeitura de Belo Horizonte em todos os n�veis de aten��o do sistema, incluindo na vacina��o contra a COVID-19.

Nesta quinta-feira, a prefeitura informou ter preenchido apenas 300, das  500 vagas abertas em 16 de janeiro pelo munic�pio para o cadastro de enfermeiros para atuar na aplica��o das doses. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)