
"N�o tem base essa hist�ria de um deputado mineiro querer transformar Montes Claros na capital do pequi. Pequi est� no DNA goiano. Muito mais que s�mbolo de nossa culin�ria, faz parte de nossa cultura", escreveu o governador de Goi�s, Ronaldo Caiado, em sua conta do Twitter.
Em tom de brincadeira, Caiado disse ainda que acionou o deputado Jos� Nelto (Podemos-GO) para mobilizar a bancada goiana no Congresso Nacional. "J� vamos fazer um acordo aqui: a gente deixa o'trem' e o p�o de queijo pra voc�s mineiros, e, em troca, ningu�m mexe no nosso pequi. Combinado?", completou.
O pequi � o fruto do pequizeiro, uma �rvore retorcida comum no cerrado. Esconde espinhos que podem ser perigosos e, por isso, seus caro�os devem ser ro�dos com cuidado.
O projeto conferindo o t�tulo de "Capital do Pequi" a Montes Claros foi apresentado pelo deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), que nasceu na cidade mineira. "H� quase 30 anos, fazemos em Montes Claros a Festa Nacional do Pequi, que � um fruto tradicional dessa regi�o tamb�m. O objetivo n�o � simplesmente o t�tulo, mas buscar que a cidade possa receber aportes para fomentar o turismo e a cultura, e gerar emprego e renda", afirmou.
Ele disse n�o ter se importado com as brincadeiras do governador de Goi�s e j� espera a rea��o da bancada goiana. "Eles devem atuar na casa do povo para que o Congresso possa decidir. Temos que somar e valorizar um fruto que ano ap�s ano serve como alimenta��o da popula��o brasileira", completou.
Para o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu�ria (Embrapa) Ailton Pereira, que estuda o pequi h� mais de 20 anos, n�o � poss�vel eleger uma "Capital do Pequi", porque o fruto tem mais de dez esp�cies encontradas "da Costa Rica ao Paraguai" e, al�m do cerrado, aparece no Brasil na Amaz�nia, no Sul e no Nordeste. "Seria temer�rio, uma vez que o pequi tem uma ocorr�ncia bastante ampla e � muito apreciado por goianos, tocantinenses, cearenses e mineiros no norte de Minas", completou.
O consumo do produto, no entanto, pode se expandir para outros Estados onde � menos tradicional a partir de uma pesquisa de Pereira. Ele trabalha no desenvolvimento de uma esp�cie de pequi sem espinhos, o que facilitar� a aprecia��o do fruto em regi�es onde atualmente � menos tradicional. "Conhe�o muita gente que consome o caldo, mas n�o coloca o pequi na boca porque tem medo" lembrou Pereira.