O Circuito Urbano de Arte (Cura), respons�vel por uma s�rie de obras de arte nos pr�dios do Centro Belo Horizonte, denunciou, recentemente, que seus artistas e organizadores da edi��o de 2020 s�o alvos de um inqu�rito da Pol�cia Civil por crime contra o meio ambiente. O motivo alegado � o “pixo” em um pr�dio na rua Tupis, esquina com a avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte.

Segundo idealizadores do Cura, a obra integra o circuito que foi autorizado pela Prefeitura de Belo Horizonte e pelos propriet�rios dos im�veis. Eles acusam a institui��o de “intencionalidade de criminalizar os artistas negros e perif�ricos, bem como a arte que retrata a diversidade e, especialmente, a negritude”.
Janaina Macruz, de 38 anos, idealizadora e curadora do Cura, compara as obras da regi�o. “Do lado dele tem o mural da Milu Correch, que tamb�m tem caligrafia com est�tica do ‘pixo’, inclusive mais do que essa ‘Deus � m�e'. N�o � coincid�ncia a pol�cia ir atr�s de uma obra feita por um artista negro, com corpos negros representados”, declarou.
Segundo a Pol�cia Civil de Minas Gerais, em coletiva de imprensa na sexta-feira (05/02), o painel pintado por artistas do Circuito Urbano de Arte (Cura) n�o � alvo das investiga��es. O chefe Departamento Estadual de Investiga��o de Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), Bruno Tasca, e o delegado Eduardo Vieira, explicaram que as investiga��es anunciadas se referem a "atos cometidos anteriormente � pintura do painel". A data desse supostos atos infracionais n�o foi divulgada, "por estar ainda sob apura��o".
A institui��o informou ao Estado de Minas que o inqu�rito que investiga o caso tramita em segredo de Justi�a e "n�o coaduna com quaisquer pr�ticas discriminat�rias". Confira a nota na �ntegra:
" A Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que o inqu�rito que investiga o caso, conduzido pelo Departamento Estadual de Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), tramita em segredo de Justi�a.
Esclarece, ainda, que as investiga��es foram motivadas antes da instala��o do atual mural art�stico no edif�cio. S�o apurados crimes contra o patrim�nio e crimes contra o meio ambiente relativos a picha��es – algumas delas com suspeita de pertencerem a associa��es criminosas j� investigadas – que foram realizadas clandestinamente no local e depois refeitas quando da instala��o do mural.
Ressalta-se que a PCMG, como defensora dos direitos constitucionais, n�o coaduna com quaisquer pr�ticas discriminat�rias e esclarece que em nenhum momento esteve sob investiga��o a figura central do mural, mas sim as picha��es realizadas em sua borda. Todos os preceitos t�cnicos e legais est�o sendo observados na condu��o das investiga��es, que s�o acompanhadas pelo Poder Judici�rio e pelo Minist�rio P�blico".