
� o que demonstra a ades�o registrada at� o momento � crema��o gratuita disponibilizada pelo munic�pio �s v�timas da COVID-19, bem como aos pacientes que v�o a �bito com suspeita da doen�a. Segundo a prefeitura, desde maio de 2020, quando o benef�cio come�ou a ser concedido, apenas cinco fam�lias optaram pelo m�todo, cujo pre�o m�dio � de R$ 8,5 mil nas necr�poles de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana.
A iniciativa � fruto de Termo de Ajustamento Municipal firmado entre o poder p�blico com a empresa atualmente respons�vel pelo Parque Renascer para instala��o de um cremat�rio na cidade. De acordo com o Executivo municipal, aqueles que optam pela incinera��o t�m todos os gastos cobertos, incluindo vel�rio, urnas e taxas. As cinzas s�o entregues aos parentes do falecido de cinco e sete dias depois do procedimento.
Como solicitar a crema��o
Os interessados em cremar gratuitamente entes queridos mortos pela COVID-19 devem ser, necessariamente, residentes de Betim. Observada esta condi��o, basta seguir os seguintes passos:
- Apresentar no Cart�rio de Registro Civil da Betim um documento de identifica��o da v�tima com foto e a declara��o de �bito, onde � preciso constar a assinatura de dois m�dicos que atenderam o paciente.
- No cart�rio, deve ser retirada uma guia de crema��o para a realiza��o do servi�o. Esse documento deve ser apresentado a uma funer�ria � escolha da fam�lia ou para a concession�ria da prefeitura, caso ela opte pelo aux�lio funer�rio gratuito, que realiza todos os tr�mites de remo��o do corpo.
- A fam�lia tamb�m � orientada ao preenchimento de uma guia com os dados do paciente e do local onde o �bito ocorreu. �, ent�o, gerada uma ordem de servi�o para a libera��o da crema��o.
- A fam�lia em luto � acolhida por uma equipe multiprofissional do Hospital Regional de Betim
Resist�ncia
A Secretaria Municipal de Sa�de explica que a oferta gratuita do servi�o foi pensada ainda no in�cio do per�odo pand�mico como forma de evitar a sobrecarga dos cemit�rios de Betim. A pasta ressalta que o volume de enterros nunca chegou a extrapolar a capacidade de opera��o das necr�poles locais, mas segue incentivando a op��o pela pr�tica cremat�ria. Ela evita a propaga��o do novo coronav�rus, j� que o corpo humano pode abrigar e transmitir o v�rus mesmo ap�s a morte do paciente.
Para a secretaria, o pouco interesse pela modalidade funer�ria est� relacionado a quest�es sobretudo religiosas. A crema��o, afinal, n�o � muito popular no Brasil, menos ainda em Minas, estado onde a religi�o cat�lica � professada por 70,4% dos habitantes. O Vaticano, vale lembrar, proibiu o procedimento at� 1963 e, ainda hoje, recomenda que os corpos dos fi�is sejam sepultados.
Crescimento
Apesar das barreiras culturais, as quatro empresas com cremat�rio que atendem a Grande BH registraram aumento significativo da clientela durante a pandemia.
Nos cemit�rios Parque da Colina, no Bairro Nova Cintra, Regi�o Oeste da Capital, e Belo Vale, em Santa Luzia, a busca pela crema��o teve alta de 30% em 2020 na compara��o com 2019. Os dois estabelecimentos pertencem ao mesmo grupo empresarial.
J� no Parque Renascer, em Contagem, e no cremat�rio de Betim - neg�cios que tamb�m s�o da mesma rede - o crescimento neste mesmo intervalo foi mais discreto: 10%, segundo os propriet�rios, com m�dia de 76 incinera��es mensais.
Os dirigentes dos empreendimentos afirmam que n�o houve reajustes no valor do ritual nos �ltimos 12 meses. Os pre�os, contudo, ainda soam pouco amig�veis - entre R$ 8,5 mil e R$ 30 mil, dependendo do pacote escolhido. Para quem opta por planos de longo prazo, o valor total cai cerca de 43%. As parcelas tamb�m s�o mais suaves - entre R$ 29 e R$ 794.
“Os pre�os est�o bem acess�veis atualmente. O servi�o esbarra mesmo � nas quest�es culturais, que ainda existem mas que, aos poucos, v�o se modificando. Estou otimista quanto ao futuro do procedimento”, avalia Cl�sio Adriane, encarregado da administra��o do Cemit�rio Parque Renascer.