
Na capital, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, que preside a Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fez a abertura da Campanha da Fraternidade Ecum�nica (CFE) 2021, com uni�o de igrejas crist�s, e que traz como tema: Fraternidade e Di�logo: compromisso de amor", e o lema: “Cristo � a nossa paz. Do que era dividido fez uma unidade”, (Ef 2,14a).
Na missa celebrada �s 17h na Catedral Cristo Rei, em constru��o no Bairro Juliana, na Regi�o Norte de BH, dom Walmor destacou a mensagem enviada pelo papa Francisco � CNBB e que enfoca a pandemia, os profissionais de sa�de e o consumismo.
Escreveu o sumo pont�fice: "Com in�cio da quaresma, somos convidados a um tempo de intensa reflex�o e revis�o de nossas vidas. O Senhor Jesus, que nos convida a caminhar com Ele pelo deserto rumo � vit�ria pascal sobre o pecado e a morte, faz-se peregrino conosco tamb�m nestes tempos de pandemia. Ele nos convoca e convida a orar pelos que morreram, a bendizer pelo servi�o abnegado de tantos profissionais da sa�de e a estimular a solidariedade entre as pessoas de boa vontade. Convoca-nos a cuidarmos de n�s mesmos, de nossa sa�de, e a nos preocuparmos uns pelos outros, como nos ensina na par�bola do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Precisamos vencer a pandemia e n�s o faremos � medida em que formos capazes de superar as divis�es e nos unimos em torno da vida. Como indiquei na recente enc�clica Fratelli Tutti, 'passada a crise sanit�ria, a pior rea��o seria cair ainda mais num consumismo febril e em novas formas de autoprote��o ego�sta'. Para que isso n�o ocorra, a quaresma nos � de grande aux�lio, pois nos chama � convers�o atrav�s da ora��o, do jejum e da esmola".
ORIENTA��O
Lembrando que a Campanha da Fraternidade (CF) da CNBB � realizada h� quase seis d�cadas, e, desde 2000, a cada cinco anos, como agora, tem � frente o Conselho Nacional de Igrejas Crist�s do Brasil (Conic) para a CF Ecum�nica, dom Walmor explicou que o objetivo do tema deste ano, o di�logo, mostra ser preciso superar hostilidades, atitudes raivosas e confrontos violentos para se buscar a fraternidade social. Ele disse que � necess�rio respeitar quem pensa diferente, "inclusive aqueles com os quais n�o concordamos".
Segundo dom Walmor, o texto-base deste ano foi elaborado pelo Conic. "Ele pode causar estranhamento em algumas pessoas, principalmente nos indiv�duos que n�o conseguem compreender o real objetivo da Campanha da Fraternidade Ecum�nica. A CNBB tem justamente sublinhado o prop�sito que � convidar cada pessoa a investir no di�logo, na proximidade, lembrando sempre que Cristo � nossa paz. A Igreja, com seu testenunho, deve ensinar que n�o podemos julgar, discriminar, apontar dedos. Sem abrir m�o da verdade de nossa f�, somos convocados a proteger a vida de cada pessoa, indistintamente, da concep��o at� a morte".
FI�IS

COLETA
O arcebispo disse ainda que as pessoas que falam em boicotar a coleta da solidariedade feita no domingo de Ramos est�o, na verdade, tirando dinheiro dos pobres, pois os recursos s�o para custear obras sociais da Igreja.
Integram o Conic: Alian�a de Batistas do Brasil, Igreja Cat�lica Apost�lica Romana, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evang�lica de Confiss�o Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.
VEJA A �NTEGRA DA CARTA ENVIADA � CNBB PELO PAPA FRANCISCO
Queridos irm�os e irm�s do Brasil!
Com o in�cio da Quaresma, somos convidados a um tempo de intensa reflex�o e revis�o de nossas vidas. O Senhor Jesus, que nos convida a caminhar com Ele pelo deserto rumo � vit�ria pascal sobre o pecado e a morte, faz-se peregrino conosco tamb�m nestes tempos de pandemia. Ele nos convoca e convida a orar pelos que morreram, a bendizer pelo servi�o abnegado de tantos profissionais da sa�de e a estimular a solidariedade entre as pessoas de boa vontade. Convoca-nos a cuidarmos de n�s mesmos, de nossa sa�de, e a nos preocuparmos uns pelos outros, como nos ensina na par�bola do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Precisamos vencer a pandemia e n�s o faremos � medida em que formos capazes de superar as divis�es e nos unirmos em torno da vida. Como indiquei na recente Enc�clica Fratelli tutti, «passada a crise sanit�ria, a pior rea��o seria cair ainda mais num consumismo febril e em novas formas de autoprote��o ego�sta» (n. 35). Para que isso n�o ocorra, a Quaresma nos � de grande aux�lio, pois nos chama � convers�o atrav�s da ora��o, do jejum e da esmola.
Como � tradi��o h� v�rias d�cadas, a Igreja no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, como um aux�lio concreto para a viv�ncia deste tempo de prepara��o para a P�scoa. Neste ano de 2021, com o tema “Fraternidade e Di�logo: compromisso de amor”, os fi�is s�o convidados a «sentar-se a escutar o outro» e, assim, superar os obst�culos de um mundo que � muitas vezes «um mundo surdo». De fato, quando nos dispomos ao di�logo, estabelecemos «um paradigma de atitude receptiva, de quem supera o narcisismo e acolhe o outro» (Ibidem, n. 48). E, na base desta renovada cultura do di�logo est� Jesus que, como ensina o lema da Campanha deste ano, «ï¿½ a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade» (Ef 2,14).
Por outro lado, ao promover o di�logo como compromisso de amor, a Campanha da Fraternidade lembra que s�o os crist�os os primeiros a ter que dar exemplo, come�ando pela pr�tica do di�logo ecum�nico. Certos de que «devemos sempre lembrar-nos de que somos peregrinos, e peregrinamos juntos», no di�logo ecum�nico podemos verdadeiramente «abrir o cora��o ao companheiro de estrada sem medos nem desconfian�as, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do �nico Deus» (Exort. Apost. Evangelii gaudium, n. 244). �, pois, motivo de esperan�a, o fato de que este ano, pela quinta vez, a Campanha da Fraternidade seja realizada com as Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional das Igrejas Crist�s do Brasil (CONIC).
Desse modo, os crist�os brasileiros, na fidelidade ao �nico Senhor Jesus que nos deixou o mandamento de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (cf. Jo 13,34) e partindo «do reconhecimento do valor de cada pessoa humana como criatura chamada a ser filho ou filha de Deus, oferecem uma preciosa contribui��o para a constru��o da fraternidade e a defesa da justi�a na sociedade» (Carta Enc. Fratelli tutti, n. 271). A fecundidade do nosso testemunho depender� tamb�m de nossa capacidade de dialogar, encontrar pontos de uni�o e os traduzir em a��es em favor da vida, de modo especial, a vida dos mais vulner�veis. Desejando a gra�a de uma frutuosa Campanha da Fraternidade Ecum�nica, envio a todos e cada um a B�n��o Apost�lica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.
Roma, S�o Jo�o de Latr�o, 17 de fevereiro de 2021.
[Franciscus PP.]