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Estado de Minas COVID-19: 1 ANO

Restri��o de atividades foi essencial para frear mortes em BH

Belo Horizonte est� entre as quatro capitais com menor taxa de incid�ncia e de mortalidade pelo coronav�rus. Mas aten��o precisa ser redobrada


01/03/2021 06:00 - atualizado 01/03/2021 10:48

Para especialistas, o abre e fecha de atividades não essenciais foi fundamental para conter avanço da COVID-19 em BH(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Para especialistas, o abre e fecha de atividades n�o essenciais foi fundamental para conter avan�o da COVID-19 em BH (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
 
Um ano depois do in�cio da pandemia de COVID-19 no Brasil, v�rias capitais do pa�s enfrentaram e ainda lidam com colapsos de seus sistemas de sa�de. Ainda que tamb�m sofra fortemente os impactos da prolifera��o do novo coronav�rus, Belo Horizonte, em n�meros, tem um dos quadros menos tr�gicos entre as grandes cidades brasileiras.

Conforme dados levantados pelo Estado de Minas, at� sexta-feira (26/02), quando a maioria dos munic�pios atualizou seus boletins pela �ltima vez na semana, a capital mineira registrava as quartas menores taxas de incid�ncia (casos por 100 mil pessoas) e de mortalidade (mortes/100 mil) entre as capitais. Mas o que fez BH para ser classificada pelos especialistas como uma refer�ncia no enfrentamento ao novo coronav�rus?

Para os infectologistas ouvidos pela reportagem, o abre e fecha do com�rcio e de atividades n�o essenciais adotado pela prefeitura, mesmo se tratando de um ano de elei��o, foi primordial para frear os efeitos da pandemia na capital mineira, inserida na realidade de um pa�s que carrega o triste t�tulo de vice-l�der mundial em mortes pela doen�a.

Levantamento do EM mostra que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) assinou 15 decretos que flexibilizaram ou restringiram a atividade comercial na cidade, seguindo os altos e baixos dos indicadores da COVID-19 e seu impactos sobre o sistema de sa�de. Os principais s�o a velocidade de transmiss�o (fator Rt) e as taxas de ocupa��o de leitos de UTI e de enfermaria para tratamento da doen�a na cidade.

O primeiro foi publicado em 18 de mar�o de 2020, quando a pandemia acabava de chegar a Belo Horizonte, e fechou todos os servi�os essenciais. Na dire��o oposta, o �ltimo voltou a liberar a venda de bebidas alco�licas nos bares e restaurantes (confira cronologia).

“O prefeito Alexandre Kalil seguiu a ci�ncia. Esse movimento de vai e vem � o que a gente tem que fazer. A gente fecha na hora adequada. Abre na hora adequada. E mant�m a comunica��o com a comunidade sobre a import�ncia de usar m�scara e de se evitar aglomera��o”, afirma o infectologista Una� Tupinamb�s, que integra o Comit� de Enfrentamento � Epidemia da COVID-19 em BH.

O infectologista Geraldo de Cunha Cury, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acompanha o pensamento de Tupinamb�s. “O que Belo Horizonte vem fazendo, desde o in�cio, est� de acordo com o que � preconizado pela ci�ncia. Idealmente, se o Brasil tivesse feito o que BH fez, n�o estar�amos na situa��o que estamos hoje”, opina, ressaltando a import�ncia das flexibiliza��es na cidade: “Esses fechamentos causaram muito tumulto, reclama��o, mas s�o feitos para frear os indicadores”.

As v�rias flexibiliza��es e restri��es fizeram com que BH registrasse, at� seu �ltimo boletim epidemiol�gico, uma taxa de mortalidade de 108,72 (�bitos/100 mil) e uma de incid�ncia de 4.397,21 (casos/100 mil habitantes). “� um sucesso relativo. Claro que, olhando outras capitais e cidades com mais de 1 milh�o de habitantes, a gente est� muito bem. Mas � muito triste a gente estar nessa situa��o grave”, pondera Una�.

Taxa de mortalidade nas capitais

Quanto �s outras capitais brasileiras, as maiores taxas de mortalidade s�o de Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ), S�o Lu�s (MA), Cuiab� (MT) e Porto Velho (RO). J� as menores s�o de Palmas (TO), Florian�polis (SC), Macap� (AP), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).

No que diz respeito � incid�ncia, a parte de cima do ranking produzido pelo EM pertence a Boa Vista (RR), Florian�polis (SC), Aracaju (SE), Porto Velho (RO) e Vit�ria (ES). Por outro lado, os menores �ndices pertencem ao Rio de Janeiro (RJ), Macap� (AP), Recife (PE), BH (MG) e Fortaleza (CE).


Taxa de letalidade

Em outro indicador chave da pandemia, no entanto, BH n�o est� entre as menores taxas entre as capitais um ano depois do in�cio da crise sanit�ria. Na cidade, 2,47% dos infectados morrem, o que coloca o munic�pio na 13ª posi��o no ranking de 27 capitais.

Para Una� Tupinamb�s, no entanto, a diferen�a pequena de Belo Horizonte para outras cidades faz com que essa posi��o n�o seja t�o inc�moda. "Acho que isso n�o � diferen�a. N�o d� para falar que 2,5 para 2,3 � uma diferen�a (significativa). Geralmente, nas grandes capitais, a gente sabe que a desigualdade � muito grande. A letalidade entre os desiguais � muito maior”, diz.

E o especialista explica por que a taxa de letalidade de BH tende a ser maior que a de capitais com popula��es menores, como Palmas e Florian�polis. “Os que vivem na periferia, mesmo com a faixa et�ria mais baixa, t�m uma chance maior de morrer. A doen�a n�o mata s� por conta do v�rus. Mata porque tem uma pessoa que mora, trabalha, se alimenta e pega o transporte em condi��o prec�ria", analisa.
O prefeito Alexandre Kalil (PSD) assinou 15 decretos que flexibilizaram ou restringiram a atividade comercial em BH(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
O prefeito Alexandre Kalil (PSD) assinou 15 decretos que flexibilizaram ou restringiram a atividade comercial em BH (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Entre as outras capitais brasileiras, chamam a aten��o as alt�ssimas taxas do Rio de Janeiro e de Manaus nesse quesito – muito � frente das demais cidades. Na capital fluminense, a prefeitura local registra morte de 9,11% dos doentes . J� na principal cidade do Amazonas, o �ndice � de 5,25%. Por outro lado, os menores percentuais s�o de Florian�polis e Palmas, ambas abaixo de 1%.

Vacina��o na capital mineira

Ainda que o trabalho de BH seja analisado como positivo pelos especialistas, a pandemia ainda resiste na cidade e no Brasil. A maior preocupa��o daqui pra frente fica por conta da marcha da vacina��o, que ainda est� lenta no pa�s diante da escassez do produto, fator agravado pela falta de articula��o do governo federal com as principais fabricantes.

At� o �ltimo boletim epidemiol�gico da prefeitura, 114.570 pessoas foram vacinadas contra a doen�a com a primeira dose na cidade. Com a segunda, s�o 57.035. Desde 11 de fevereiro, a capital mineira n�o recebe ampolas da CoronaVac (Sinovac Biotech/Butantan) nem da Covishield (AstraZeneca/Oxford/Fiocruz).

“A vacina��o est� lenta porque n�o tem insumo, por conta da incompet�ncia do governo federal. Andou tendo rusgas com as duas maiores na��es que produzem os insumos farmac�uticos: votou contra a �ndia na OMC (Organiza��o Mundial do Com�rcio, na Su��a) contra a quebra de patente; e vem em conflito diplom�tico com a China desde sempre”, lamenta Tupinamb�s.
Até o último boletim epidemiológico da PBH, 114.570 pessoas tinham sido vacinadas contra COVID-19 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
At� o �ltimo boletim epidemiol�gico da PBH, 114.570 pessoas tinham sido vacinadas contra COVID-19 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

E o colega da UFMG acompanha o racioc�nio do m�dico vinculado ao comit� da PBH. “O que se deve fazer � vacinar: � medida que voc� diminui a circula��o do v�rus, voc� evita as muta��es. Mas o governo federal n�o quis assinar os compromissos de compra de vacina. N�o houve vontade, porque o dinheiro foi garantido pelo Congresso”, afirma Geraldo de Cunha Cury.

Frente a esse quadro, representantes de diversas prefeituras brasileiras se re�nem hoje para discutir a forma��o de um cons�rcio para a compra de vacinas contra COVID-19. O Estado de Minas apurou que a PBH vai participar do encontro.  O encontro foi articulado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Durante a conversa, a entidade vai propor a uni�o das cidades em prol da aquisi��o dos imunizantes. 

BH em quatro momentos: no alto, com�rcio fechado em mar�o e reaberto em dezembro; acima, restaurante liberado em agosto e acesso impedido na Pampulha em abril
 

 
Linha do tempo

Controle das atividades para calibrar a situa��o da sa�de

2020

18 de mar�o
Com o Decreto 17.304, prefeito Alexandre Kalil fecha atividades n�o-essenciais pela primeira vez. Bares, restaurantes, boates, cinemas, sal�es de beleza, academias etc. fecham as portas, mantendo apenas atendimento por delivery.

22 de maio
Decreto 17.361 permite a primeira flexibiliza��o. Secret�rio de Sa�de, Jackson Machado Pinto, admite "medo" ao reabrir primeira fase do com�rcio n�o essencial.

5 de junho
Com o Decreto 17.372, Belo Horizonte d� novo passo em reabertura e inclui estabelecimentos que oferecem 92% dos empregos. Segundo a prefeitura, essa fase contemplou 5.323 empresas e 8.137 microempreendedores individuais (MEIs)

26 de junho
Decreto 17.377 imp�e recuo e somente servi�os essenciais podem abrir. Prefeito Kalil critica "fur�es" e nega erro em reaberturas anteriores.

4 de agosto
Decreto 17.406 permite nova reabertura parcial do com�rcio n�o essencial. Prefeitura nega ter reagido sob press�o de empres�rios, e Kalil pede cautela da popula��o

20 de agosto
Decreto 17.416 amplia flexibiliza��o ao permitir funcionamento de parques e reabertura de pra�as da cidade. Restaurantes tamb�m voltam a receber clientes � mesa, sem venda de bebida alco�lica e em hor�rios limitados

11 de setembro
Com o Decreto 17.430, shoppings, academias e mais parques s�o reabertos

18 de setembro
Decreto 17.434 amplia hor�rio de funcionamento para os bares e restaurantes na capital, ainda sem bebida alco�lica

9 de outubro
Decreto 17.446 reabre o Jardim Zool�gico e o Jardim Bot�nico de Belo Horizonte

27 de outubro
Decreto 17.458: cinemas voltam � ativa com lota��o de 50% da capacidade

25 de novembro
Decreto 17.475 d� permiss�o para que o com�rcio funcione excepcionalmente em tr�s domingos: 29 de novembro e 13 e 20 de dezembro, para aliviar movimento na semana em per�odo de alta demanda

18 de dezembro
Com foco no Natal, Decreto 17.503 amplia hor�rio de funcionamento do com�rcio em geral

2021

7 de janeiro
Decreto 17.523 fecha servi�os n�o essenciais de BH novamente. Crescimento dos indicadores no per�odo p�s-festas de fim de ano motiva a medida

29 de janeiro
Decreto 17.536 flexibiliza novamente o com�rcio na cidade depois de queda nos indicadores da COVID-19. Norma restringe hor�rio de venda de bebida alco�lica em bares e restaurantes ao per�odo das 11h �s 15h

5 de fevereiro
Decreto 17.539 libera consumo de bebidas alco�licas nos bares e restaurantes das 11h �s 22h. Brinquedos em parquinhos tamb�m s�o liberados

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