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Estado de Minas MENOS ISOLAMENTO, MAIS VARIANTES

Estudo mostra: mais mobilidade da popula��o gera mais variantes da COVID-19

An�lise mostra que pandemia se agravou em Minas depois do afrouxamento das medidas em Belo Horizonte


02/03/2021 06:00 - atualizado 02/03/2021 15:31

População nas ruas de BH: aglomeração e afrouxamento de medidas facilitam circulação do coronavírus(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press 10/1/21)
Popula��o nas ruas de BH: aglomera��o e afrouxamento de medidas facilitam circula��o do coronav�rus (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press 10/1/21)

A n�o ades�o do Brasil �s medidas r�gidas de isolamento social pode agravar o enfrentamento � COVID-19 em todo o mundo. Estudo comparativo realizado pela Rede An�lise COVID-19 demonstra a correla��o entre o aumento da mobilidade nas cidades e a explos�o de casos no Brasil e no Reino Unido. O estudo levou em conta dados dos dois pa�ses onde surgiram as variantes do v�rus que mais preocupam a OMS. Foram comparados os gr�ficos de mobilidade gerados pelo Google e os dados oficiais de casos de cada pa�s. Em janeiro, o Reino Unido, diante da constata��o de descontrole, imp�s medidas r�gidas para reduzir a mobilidade das pessoas. O Brasil, no entanto, segue sem a��es coordenadas em n�vel nacional.

"Nossa pior �poca no pa�s est� sendo agora", afirma o cientista de dados e coordenador da Rede An�lise COVID-19, Isaac Schrarstzhaupt. Nas �ltimas 24 horas, o Brasil registrou 778 mortes, que j� chegam agora a 255.720 desde o in�cio da pandemia. E s�o mais 35.742 casos, num total de 10.587.001. A Rede An�lise COVID-19 � um grupo multidisciplinar de cientistas e pesquisadores criado para acompanhar a evolu��o da doen�a em todo o pa�s. A rede � nacional, com a participa��o, de forma volunt�ria, de 80 pesquisadores de todas as �reas, biom�dicos, cientistas de dados e juristas. "Nos juntamos para fazer esse trabalho volunt�rio de combater a desinforma��o. Fazemos muita checagem de dados, fazemos an�lise, modelagem de dados e publicamos no nosso site e redes sociais."

O aumento da mobilidade em Minas e em S�o Paulo preocupa. “Minas � um estado que mostra que a taxa de crescimento reage superr�pido � retirada das medidas de flexibiliza��o. Eles vinham bem, com BH fechada, mas reabriram muito cedo. S�o Paulo tamb�m reabriu e a taxa reverteu”, diz o especialista. Schrarstzhaupt comparou os n�meros de casos com a ado��o de medidas de fechamento das atividades comerciais.

O pesquisador demonstra que quando as medidas de isolamento social s�o corretamente aplicadas geram redu��o de casos. "No Brasil, a gente nunca teve medidas de restri��o fortes e bem-executadas. Isso deixou o v�rus se espalhar de uma forma que tivemos um fen�meno que chamamos de sincronicidade da curva. O v�rus se espalhou tanto no pa�s que est� presente em todos os locais”, explica. “N�o � como no come�o, quando tinha um estado que estava mal e outro que estava bem", alerta o cientista de dados.

Aumentar a mobilidade leva a um acr�scimo de casos. "Aumenta a mobilidade, logo depois aumenta o cont�gio. Pessoas em mobilidade carregam o v�rus. Muitas vezes, elas est�o assintom�ticas e nem notam. Andam para l� e pra c� disseminando o v�rus. Vira uma cascata, uma bola de neve”, diz Isaac. Os dados mostram que a mobilidade se intensificou no Brasil a partir de 7 de setembro. “De l� para c�, a velocidade da queda ficou cada vez menor. O que era queda virou estabilidade em outubro. Em novembro, a curva subiu, estourou em dezembro. Em janeiro de 2021, tivemos recordes no n�mero de mortes.”

O v�rus se espalhou por todo o Brasil, na avalia��o do pesquisador, em decorr�ncia do afrouxamento nas medidas de restri��es. Nos �ltimos dias, muito se falou em lockdown. No entanto, o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estev�o Urbano, refor�a que ele n�o foi adotado de maneira integral, como ocorreu em outros pa�ses, como a It�lia. Ao contr�rio, prefeitos e governadores adotaram medidas mais amenas para reduzir a mobilidade, como o toque de recolher ou o fechamento parcial do com�rcio nos fins de semana.

Conforme a compara��o entre Brasil e Reino Unido, as restri��es na mobilidade precisam ser adotadas de forma r�gida e por per�odos longos para que possam surtir efeito na queda de casos. Alguns estados decretaram lockdown de poucos dias, tr�s dias, e fim de semana. No entanto, ao fazer as correla��es entre dados de mobilidade e curva de transmiss�o, os n�meros n�o caem de imediato. “N�o d� para pensar que em 10, 12 dias haver� redu��o”, diz o cientista de dados. No Reino Unido, foram necess�rios 50 dias para que os casos recuassem.

A an�lise demonstra que na terra da rainha Elizabeth, no in�cio, n�o foram adotadas medidas de restri��o, mas, depois, diante do aumento de casos e mortes, fez-se corre��o da rota. "O Reino Unido teve no in�cio comportamento errado, mas fez a corre��o. Voc� consegue comparar um comportamento errado com um comportamento correto em um pa�s. Eles deixaram o v�rus rolar solto no come�o, em mar�o de 2020. De 1º a 23 de mar�o, o v�rus rolou totalmente solto e, ent�o, fizeram o fechamento, que seguiu at� julho, para conseguir estabilizar, deixar a curva est�vel e, s� assim, ela come�ou a cair".

No pa�s europeu, a curva caiu e, em junho, o governo brit�nico reduziu as restri��es. Em julho, voltaram � vida normal, quando a curva de casos come�ou a subir de novo, mas n�o t�o rapidamente como no come�o. "J� havia o conhecimento de m�scaras, distanciamento, medidas de seguran�a, ent�o subiu um pouco mais leve, mas ainda assim as pessoas relaxaram. O aumento que come�ou em julho tornou-se exponencial em setembro. O cont�gio aumentou tanto que, inclusive, gerou uma nova variante", diz.

Diante disso, o Reino Unido adotou medidas de fechamento fortes, tentaram abrir, voltaram a subir e adotaram a terceira medida de fechamento em 4 de janeiro. "Agora, em 24 de fevereiro, come�aram a afrouxar as restri��es. Vai at� abril e maio a flexibiliza��o deles."

Ao fazer uma compara��o com o Brasil, o pesquisador Isaac Schrarstzhaupt conclui que n�o foram feitas medidas de restri��o completas. "Alguns locais fecharam por muito pouco tempo. Outros locais deixaram totalmente aberto. Vimos muitas aglomera��es", diz. Outro problema � que n�o houve uma a��o coordenada no pa�s, cada estado e cada munic�pio adotou as medidas em um tempo e de uma forma.

A cada infec��o, o v�rus se copia


O maior problema � que, al�m de n�o haver a��o coordenada no Brasil em n�vel nacional, Bolsonaro ataca o isolamento. "Ele � contr�rio �s medidas de distanciamento f�sico, contr�rio ao uso de m�scara e ado��o dos protocolos. Algumas frases que ele falou: 'Temos que conviver com o v�rus. Todo mundo vai pegar um dia, ent�o tem que pegar de uma vez para todo mundo se livrar'”, afirma Schrarstzhaupt.

Ele ressalta que o negacionismo fomenta novas variantes. "Cada vez que o v�rus infecta uma pessoa, ele se copia, come�a a fazer v�rias c�pias de si mesmo. A cada infec��o, s�o milh�es de c�pias. Cada vez que faz uma c�pia, n�o sai 100%. N�o � uma maquininha copiadora perfeita. Sai com diferen�as que podem ser prejudiciais, pode ser que o v�rus fique fraco e morra ali mesmo ou pode ser que tenha muta��o que o deixe mais forte ou mais transmiss�vel", diz. As variantes que mais preocupam a Organiza��o Mundial da Sa�de surgiram no Brasil, Reino Unido e �frica do Sul.
 

O que � o coronav�rus


Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 



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