Painel em homenagem a Teuda Bara em BH � refeito depois de ser apagado

O sorriso emblem�tico da atriz belo-horizontina Teuda Bara, de 80 anos, pintado no muro de um estacionamento da Rua Guaicurus, no Centro de BH, em 2017, pelo coletivo Minas de Minas, e apagado em 2019, tem um novo endere�o. O mural de importante significado para Belo Horizonte resistiu ao apagamento e agora est� estampado na parede externa do Centro de Refer�ncia da Juventude (CRJ), na esquina do Viaduto do Floresta com a Avenida dos Andradas. A inaugura��o oficial ocorreu nesta segunda-feira (8/3).

A odisseia do retrato de um sorriso, que foi acompanhada desde o in�cio pelo Estado de Minas, hoje tem um final feliz, gra�as ao Circuito Municipal de Cultura, um projeto realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Funda��o Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Interc�mbio e Refer�ncia Cultural (CIRC), para a programa��o da semana da mulher que come�a nesta segunda-feira (8/3), com transmiss�o nas redes sociais. 

“Estou muito feliz e tranquila, porque a foto voltou. E voltou maior ainda! E ainda tem eu, assim, embaixo”, descreve, sorrindo, a fundadora do Grupo Galp�o, a sensa��o de quando viu por v�deo o grafite repintado pelas m�os de artistas que assinam como Krol, Nika, Musa e Viber, quatro mulheres integrantes do coletivo As minas de Minas que quebram a barreira cultural Rio-S�o Paulo e levam a arte de rua belo-horizontina para �mbito nacional. 

 

 

Em fevereiro de 2017, a convite do Estado de Minas, a atriz Teuda Bara, fundadora do Grupo Galp�o, foi conhecer o grafite que a homenageou no Centro de Belo Horizonte como parte da comemora��o dos 120 anos da capital.

Segundo Nika, o coletivo foi criado para suprir a necessidade de uma uni�o das mulheres da arte de rua para poder inspirar outras mulheres a tamb�m ocupar os espa�os. “A gente retrata mulheres que estiveram ocupando os espa�os que elas gostariam de ocupar, independentemente de toda a imposi��o dos padr�es da sociedade, de toda luta que elas tiveram que enfrentar diante de tanto preconceito”, afirma a artista.

O primeiro mural foi apagado com tinta preta em 2019 pelo propriet�rio do estacionamento no qual foi pintado. A artista Krol acredita que a falta de um acordo oficial que assegurasse a perman�ncia do grafite no muro foi um dos motivos de ele ter sido apagado ap�s um ano e meio de ter sido pintado. “A gente n�o tinha nenhum v�nculo em rela��o � documenta��o que ele deixaria”, menciona a grafiteira, decepcionada. 

 

Segundo Viber, quando o artista de rua entrega sua obra de arte para a cidade, ela j� est� fora do seu dom�nio, por isso j� � esperado que as pinturas sofram interven��es, como ser apagada ou destru�da.

“O que nos preocupa mais � quando a reclama��o vem com cunho de preconceito, seja para com o artista, seja para com a obra. No final, a gente sabe que pode ficar a cargo da Justi�a, mas n�s entendemos que que � doloroso e, independentemente de quem fa�a, � uma arte e ela n�o deveria ser apagada”, declara outra artista, que tamb�m integra o coletivo As minas de Minas. 

A pintura do segundo painel com a imagem do sorriso de Teuda Bara � o in�cio da programa��o (veja abaixo) da semana da mulher, do Circuito Municipal de Cultura, que vai de 8 a 12 de mar�o. O projeto aproveita o Dia Internacional da Mulher para trazer atra��es on-line e gratuitas que evidenciam a pot�ncia feminina em diferentes linguagens art�sticas, tais como o grafite, o audiovisual, a m�sica, o cinema e a literatura. 

Segundo a diretora de Promo��o das Artes da Funda��o Municipal de Cultura, Aline Vila Real, essa proposta j� � gestada h� algum tempo, em parceria com o Movimento Gentileza. “A a��o representa muito bem essa for�a coletiva, essa for�a das mulheres, e pautando a arte, a cultura na cidade. Como uma a��o de beleza, de for�a e de resist�ncia”, afirma Vila Real. 

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