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Estado de Minas SITUA��O CR�TICA

Minas est� no momento mais dif�cil da pandemia da COVID-19; veja os dados

N�meros de mortes e infectados mais que dobraram este ano em rela��o ao pico de 2020. �bitos por dia aumentaram 112,4% e casos subiram 131,4%


10/03/2021 06:00 - atualizado 10/03/2021 07:55

Ocupação de leitos de UTI está acima de 80% nos 10 municípios mais populosos do estado, mostrando gravidade da pandemia nesse momento(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Ocupa��o de leitos de UTI est� acima de 80% nos 10 munic�pios mais populosos do estado, mostrando gravidade da pandemia nesse momento (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


A contamina��o e as mortes pelo novo coronav�rus (Sars-CoV-2) em Minas Gerais mais do que dobraram o ritmo em 2021, na compara��o com o per�odo entre o fim de 2020 e o pico da primeira onda, em junho de 2020, segundo dados das secretarias municipais de sa�de. Uma m�dia di�ria da desola��o deixada pela COVID-19, no comparativo dos dois intervalos, mostrou que neste ano as mortes no estado se elevaram 112,4%, de 54,5 para 115,8 por dia. Os testes positivos escalaram 131%, passando de 2.498 para 5.782 a cada 24 horas.
 
Nos 10 maiores munic�pios do estado a hist�ria se repete e por isso seis deles enfrentam um dos momentos de maior restri��o de atividades. Com isso, as proje��es de especialistas de sete universidades federais mostram que o estado ter� novo �pice de contamina��es. Se o n�vel de afastamento social e comprometimento com as a��es de higiene e preven��o forem bons, Minas desacelera em cinco dias com 2.075 doentes ou poder� enfrentar uma escalada at� o dia 22 deste m�s e 26.169 casos ativos.
 
A rea��o do governo de Minas Gerais foi criar uma fase ainda mais restritiva em seu programa Minas Consciente de controle da doen�a e flexibiliza��o de atividades. Quase um quarto dos munic�pios mineiros est�o sob toque de recolher e proibi��o de atividades n�o essenciais, englobando 194 (22,7%) munic�pios dos 854 do estado – 4,6 milh�es de mineiros. Outras seis regi�es somam 430 munic�pios que se encontram � beira desse patamar de praticamente lockdown, na Onda Vermelha, que era a mais cr�tica at� a concep��o da Roxa, na quarta-feira passada.
 
Levando-se em conta a m�dia dos 10 munic�pios mais populosos de Minas Gerais (Belo Horizonte, Uberl�ndia, Contagem, Juiz de Fora, Betim, Montes Claros, Ribeir�o das Neves, Uberaba, Governador Valadares e Ipatinga), que re�nem 6,5 milh�es de habitantes, quase um ter�o do estado, o ritmo de mortes di�rio foi 74% mais acelerado em 2021 do que entre junho e dezembro �ltimos, de 2,38 mortes todos os dias para 4,14. Os casos confirmados saltaram 109%, de 92 para 192,1 na m�dia a cada 24 horas.

Mais jovens


O patamar cont�nuo em n�vel elevado da ocupa��o de UTIs (80%) e leitos cl�nicos (77%) nesses munic�pios ajuda a entender a acelera��o, principalmente quando se observa o perfil dos doentes, segundo m�dicos especialistas. Os internados com menos de 60 anos nos dois setores crescem mais r�pido e s�o maioria nos hospitais. A conta � que com a queda da idade, o tempo de perman�ncia aumenta, consequentemente menos leitos ficam dispon�veis para o mesmo n�mero de pacientes graves. O que n�o se sabe ainda � se a m�dia de idade dos internados caiu por efeito das poucas doses de vacina em idosos, pela a��o das variantes que contaminam mais e com mais gravidade os mais jovens ou se pelo somat�rio dos fatores.
 
“N�meros que assustam ainda mais que a quantidade (de mortes e de casos). Lembrando que mais interna��es indicam mortes futuras. (A probabilidade de morte dos internados em UTIs �) dif�cil (de se prever), depende do perfil, mas uns 20% � prov�vel. Estamos na maior satura��o da hist�ria e com diversos hospitais e cidades completamente sem leitos com claro efeito de gargalo na entrada da UTI”, declarou o m�dico M�rcio Sommer Bittencourt, pesquisador do Centro de Pesquisa Cl�nica e Epidemiol�gica do Hospital da Universidade de S�o Paulo (USP) e professor da Faculdade Israelita de Ci�ncias da Sa�de Albert Einstein. Em MG as UTIs est�o com ocupa��o de 78,12% e os leitos cl�nicos 69,15%.

Dos 10 munic�pios mais populosos de Minas Gerais, Juiz de Fora foi onde as mortes pela COVID-19 aumentaram mais r�pido neste ano. A cidade, de 568 mil habitantes, perdia 2,2 pacientes por dia para o v�rus entre junho e dezembro de 2020 e passou a ter um ritmo 131,8% maior de �bitos em 2021, com 5,1 falecimentos di�rios. Na sequ�ncia, Uberl�ndia apresentou 124,2% de acelera��o, de 3,3 para 7,4 mortes.

Casos e mortes


Minas registrou 3.830 casos e 57 mortes por COVID-19 em 24 horas. De acordo com o boletim epidemiol�gico, divulgado pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), ontem, o estado totaliza 928.402 casos e 19.605 mortes. A m�dia m�vel de casos � 5.904 diagn�sticos positivos para o novo coronav�rus. A curva de transmiss�o da doen�a indica que o cont�gio se mant�m em alta no estado.

N�mero de v�timas cresce 67% na capital

Mesmo fora do Minas Consciente, Belo Horizonte fechou atividades não essenciais com alta dos casos e mortes (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Mesmo fora do Minas Consciente, Belo Horizonte fechou atividades n�o essenciais com alta dos casos e mortes (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Mesmo fora da Onda Roxa, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) regrediu a flexibiliza��o aos n�veis mais restritivos, no �ltimo s�bado, principalmente devido � alta taxa de ocupa��o de leitos, que atualmente se encontra em 85,3% das UTIs e 69,6% de enfermarias. Entre as 10 cidades mais populosas de Minas Gerais, a capital � a quinta com maior acelera��o de mortes em 2021, no comparativo da m�dia di�ria com o pico estadual (junho) e o fim do n�o de 2020. Os �bitos di�rios subiram de 8,5 para 14,2, um compasso de 67% mais mortes. Os registros de infectados, que tamb�m reflete a ampla testagem, foi o que mais cresceu entre os munic�pios no per�odo, com alta de 178,8%, passando de 288 para 803 por dia.
 
Para conter o avan�o da infec��o foram fechadas atividades como lojas diversas, boates e casas de show, feiras, exposi��es, congressos e semin�rios, shoppings centers, centros de com�rcio e galerias de lojas, cinemas e teatros, clubes de servi�o e de lazer, academias, centros de gin�stica e estabelecimentos de condicionamento f�sico, cl�nicas de est�tica e sal�es de beleza, parques de divers�o e parques tem�ticos, bares, restaurantes e lanchonetes (para consumo interno).
 
De acordo com o m�dico epidemiologista da Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) Belo Horizonte, Paulo Roberto Corr�a, o monitoramento da situa��o epidemiol�gica em BH permite checar com antecipa��o tend�ncias de agravamento por ter liga��o direta com todo o sistema de sa�de, antevendo a falta de leitos e o aumento do �ndice de transmiss�o. “Por isso a medida da restri��o das atividades econ�micas foi tomada na semana passada, justamente com o intuito de reduzir a mobilidade e promover o afastamento, enquanto ocorre a vacina��o. Mas temos ainda que receber mais vacinas para imunizar o p�blico-alvo, seguindo a realidade de produ��o e distribui��o do Minist�rio da Sa�de e do estado. Paralelo a isso, continuar com o uso de m�scaras, a etiqueta da tosse e o afastamento s�o essenciais”, destaca.
 
O m�dico afirma que em BH o n�mero de adultos jovens nas UTIs ainda n�o se mostra t�o intenso quanto em outros locais, mas atribui isso principalmente a reflexos do fim de ano e do carnaval, quando as pessoas relaxaram as medidas de preven��o ao cont�gio da doen�a. “Essa quest�o das variantes tamb�m � muito importante, pois estudos demonstram serem mais transmiss�veis. Mas a nossa expectativa � de que n�o cheguemos a ter um novo pico, mas sim uma redu��o de casos e mortes com as medidas de restri��o que tomamos. A gente acompanha a tend�ncia, com os boletins de ocupa��es e de taxa de transmiss�o mostrando que o n�vel de alerta estava acionado. A� disparamos antes as medidas restritivas e as barreiras sanit�rias”, disse Corr�a.

Casos e mortes pela COVID-19 disparam em 2021 projetando novos picos(foto: Arte EM)
Casos e mortes pela COVID-19 disparam em 2021 projetando novos picos (foto: Arte EM)


Press�o em Juiz de Fora e Uberl�ndia

Ap�s fechamento radical, mesmo antes da fase roxa do Programa Minas Consciente do governo estadual, a mais restritiva, Juiz de Fora se encontra com seus leitos de UTIs com 89,66% de ocupa��o. A vacina��o registou 23.789 pessoas tendo recebido a primeira dose (4%) e 14.962 a segunda (2,7%). Os funcion�rios da sa�de que est�o na ativa e t�m mais de 50 anos come�am a ser vacinados hoje, bem como maiores de 84 anos. De acordo com a prefeitura, a dissemina��o de novas variantes do v�rus compromete a sa�de local, como vem ocorrendo no restante do pa�s.
 
“H� um aumento do n�mero de casos confirmados nos �ltimos 14 dias, que passou de 85 para a m�dia de 278 nas �ltimas 24h. � poss�vel perceber tamb�m que duas faixas et�rias de 30 a 39 anos, com 4.784 casos, o que representa 23,5% dos infectados, e de idosos acima de 60 anos, com 4.296, o que representa 21% dos infectados, sendo os grupos mais afetados”, informou a prefeitura.
 
Todas as atividades presenciais est�o suspensas por uma semana, o transporte coletivo opera com capacidade total sendo proibido passageiros em p�, a fiscaliza��o nas ruas est� sendo realizada por fiscais da prefeitura, agentes de tr�nsito, Procon e Guarda Municipal e apenas atividades essenciais est�o permitidas.
 
Tamb�m na Onda Roxa e com toque de recolher desde o dia 22 de fevereiro e lei seca, Uberl�ndia apresenta uma ocupa��o de leitos de UTI em 100% h� duas semanas, sendo que em 31 de dezembro de 2020 era de 86%. A Prefeitura de Uberl�ndia aponta uma diminui��o da taxa de cont�gio da doen�a desde fevereiro, com medidas mais restritivas, de 1,25 (100 infectados transmitem para 125 pessoas), caiu para 1,04 (100 para 104).

Variantes


“As novas cepas do v�rus (brit�nica e de Manaus) s�o mais transmiss�veis e agressivas. Por isso o ritmo de procura por leitos disparou, chegando a ter uma fila de 450 pacientes esperando vagas. A prefeitura ent�o reduziu o hor�rio do com�rcio e fechou os bares. H� duas semanas, fechou completamente o com�rcio, instaurou toque de recolher e proibiu a venda de bebidas. Com isso, experimentamos uma redu��o na espera por vagas, de 250 pacientes atualmente”, disse o coordenador municipal da rede de urg�ncia e emerg�ncia, Clauber Louren�o.
 
De acordo com Louren�o, as novas cepas trouxeram um agravamento significativo. “As pessoas levavam de 10 a 11 dias para o agravamento dos sintomas, hoje, com as variantes, em tr�s dias a pessoas j� est� grave. O acometimento de pessoas n�o idosas aumentou demais, sobretudo pacientes graves e at� muitas mortes de pessoas com menos de 30 anos. Isso tudo serve de alerta de que a pandemia n�o acabou e que precisamos manter as posturas de preven��o, o isolamento e a vacina��o com urg�ncia”, disse o m�dico de Uberl�ndia.

O que � o coronav�rus


Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 



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