
As v�timas do empres�rio Luiz Eduardo Castellar , que espionava as funcion�rias com c�meras de v�deo , quando estas iam ao banheiro do lava-jato do qual era propriet�rio, no Bairro Buritis, se mostram abaladas. � o que contam em seus depoimentos.
Uma das
v�timas
�
V
.,
m�e de quatro filhas
, que trabalhava no lava-jato h� oito meses. Foi ela quem denunciou as c�meras � pol�cia, ap�s desconfiar que estava sendo espionada.
“Eu tinha falado com uma colega e depois com minhas duas sobrinhas, que tamb�m trabalhavam no local. Achava estranho os coment�rios que o patr�o fazia, sobre intimidades que aconteciam dentro do banheiro feminino”, conta ela.
Segundo ela, tudo que era conversado por elas no banheiro era comentado pelo patr�o. “Ele se aproximava da gente e falava baixinho, isso, quando n�o havia mais ningu�m por perto. Aquilo foi me deixando com a pulga atr�s da orelha.”
A gota d'�gua das desconfian�as de V. foi sobre uma atitude sua no banheiro. “Como eu estava desconfiada que haviam c�meras, ou escutas, l� dentro, eu entrei no banheiro, tranquei a porta e comecei a fu�ar. Me abaixei, olhei debaixo do arm�rio de nossas roupas, e olhei outros pontos. Pouco depois que sa�, ele se aproximou de mim e come�ou a fazer perguntas sobre o que eu estava fazendo no banheiro. Porque estava abaixada? Deu uma desculpa. Mostrei meu brinco e disse que ele tinha ca�do e que eu estava procurando.”
Foi quando ela teve certeza de que estava sendo observada. “A�, resolvi falar com uma colega e com minhas sobrinhas. “Falei pra minhas sobrinhas que s� confiava nelas e que era para elas ficarem atentas”, conta V..
Depois disso, a vida de V. no lava-jato come�ou a mudar. “Ele me disse que estava gostando do meu servi�o, da minha dedica��o e que iria me promover para supervisora. A�, tive de fazer um curso. Ele, com isso, me mantinha pr�ximo dele e me tirou de circula��o no lava-jato. Era apenas para me afastar, pois desconfiava que eu pudesse descobrir o seu segredo.”
Foi uma das sobrinhas de V. quem encontrou a primeira c�mera. “Ela me chamou e disse que tinha uma coisa pra me mostrar. Insistiu que fosse com ela, naquele momento, at� o banheiro. E apontou para o basculante, que fica na parte alta, mostrando um aparelho, uma esp�cie de lente. Falou para acender a luz do celular, que veria um reflexo. Fiz isso, e o reflexo apareceu.”
Com a certeza de que havia pelo menos uma c�mera no banheiro, ela resolveu chamar a Pol�cia Militar e fez a den�ncia. “Foi comprovado, pela PM, que havia n�o s� uma c�mera, mas tr�s, no nosso banheiro”, diz V., que diz que n�o descansar� enquanto n�o houver justi�a e o empres�rio pague por seu crime.
“Agora estamos desempregadas. Estamos nos reunindo para tentar conseguir emprego para todas n�s, pois todas temos fam�lia para cuidas”, diz V..
O fato foi descoberto na �ltima segunda-feira. Desde ent�o, o lava-jato, que era bastante movimentado, est� fechado.