(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas COVID-19

Idosos que receberam segunda dose da vacina afirmam: sensa��o � de al�vio

Ap�s aplica��o complementar do imunizante contra o coronav�rus, idosos comemoram a prote��o, negam efeitos colaterais e fazem planos p�s-pandemia


14/03/2021 04:00 - atualizado 14/03/2021 07:28

Terezinha Mateus, 94 anos(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Terezinha Mateus, 94 anos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


''Quero ir � Igreja Matriz de Santa Luzia e ao Mosteiro de Maca�bas para agradecer''

Terezinha Mateus, 94 anos


Os bra�os que carregaram durante d�cadas cadernos de alunos, puxaram com delicadeza as linhas do bordado feito no linho e at� comandaram um bloco de carnaval j� receberam as duas doses da vacina e, com as m�os postas, agradecem a Deus, a Santa Rita e � ci�ncia pela esperan�a fortalecida contra a COVID-19.

Aos 94 anos, a professora aposentada e bordadeira talentosa Terezinha Mateus se mostra feliz da vida por estar imunizada, deixando os olhos azuis brilharem para demonstrar tanto al�vio. “A gente fica mais tranquila, n�? Pode pensar melhor em tudo.”

Vi�va e matriarca de uma fam�lia formada por seis filhos, sete netos e uma bisneta, dona Terezinha, devota de Santa Rita, mora ao lado da Igreja do Ros�rio, em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, e tem planos p�s-pandemia.

“Quero ir � Igreja Matriz de Santa Luzia e ao Mosteiro de Maca�bas para agradecer. O coronav�rus � um sofrimento muito grande para todo o mundo e, mesmo vacinada, vou continuar usando m�scara e tomando cuidado”, garante.

Para Terezinha, que tamb�m foi supervisora de ensino e conta muitas hist�rias sobre escolas da zona rural e campanhas de vacina��o no s�culo passado, o dedo em V representa a segunda dose da CoronaVac e a vit�ria da esperan�a em tempos t�o dif�ceis.

No munic�pio, segundo a prefeitura, j� receberam a dose de refor�o 1.769 pessoas (profissionais de sa�de, maiores de 18 anos institucionalizados com defici�ncia, idosos de institui��es de longa perman�ncia e idosos acima de 80 anos).

Em outras cidades incluindo BH, onde 73.169 idosos a partir de 86 anos receberam a segunda dose, o momento � de confian�a e expectativa quanto � imuniza��o em massa da popula��o. E de al�vio para quem j� recebeu as duas aplica��es.

 Inêz Aguiar do Nascimento Rocha, de 89 anos(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
In�z Aguiar do Nascimento Rocha, de 89 anos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


'BOM PRA CARAMBA'


Em Ibirit�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, o coment�rio do aposentado Jo�o Teodoro, de 82, � superlativo para descrever a sensa��o de receber segunda dose da vacina. “Foi bom para caramba!”, ele diz, antes de uma sonora gargalhada. Sem qualquer tipo de rea��o ao imunizante, seu Jo�o, natural de Manhua�u, entende que ainda � muito cedo para fazer planos: “Vamos ter que esperar muito tempo para sair, abra�ar as pessoas”.

Casados h� 58 anos, seu Jo�o e dona Cec�lia, de 78, tiveram 11 filhos e veem a fam�lia crescer com os 27 netos e 8 bisnetos. “Receber a segunda dose ainda � para poucos, mas tenho confian�a de que muita gente vai ser vacinada”, diz ele. Ao lado, a esposa mesmo aguarda a vez, pois ainda n�o tem idade.

Nascida e criada em Ibirit�, In�z Aguiar do Nascimento Rocha vai completar 90 anos em 20 de abril e quer chegar l� cheia de energia para comemorar a data, do jeito que for poss�vel, com os seis filhos e seis netos. “Pelo menos, recebi as duas doses da vacina, o que me deixa bem animada”, revela. Recuperando-se de uma queda em casa, dona In�z se considera “de castigo” devido �s limita��es. “Minha casa tem dois pavimentos e uma escada com 19 degraus. Antes de cair, eu cozinhava, arrumava, fazia tudo. Agora, ficou imposs�vel.”

Vi�va de Jos� Rocha, que era dono de uma loja de material de constru��o, dona In�z faz quest�o da “carapu�a” (como se refere ao acento circunflexo) no nome e faz valer o sobrenome Rocha. “Sou forte, ajudava meu marido a carregar saco de cimento. Quando crian�a, montava cavalo em pelo, gostava de pedalar, era a �nica menina na turma de 11 meninos.”

No in�cio do seu r�gido confinamento, a moradora de Ibirit� come�ou a desenhar a cidade da sua inf�ncia. “Tudo era bem diferente, tinha muita fazenda”, recorda-se. Por isso, quer realizar um desejo t�o logo termine a pandemia. “Vou sair por a� com a minha neta Maria Eug�nia, para mostrar a ela todos os lugares de que gosto tanto”.

Dedé Pimentel, 88 anos(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Ded� Pimentel, 88 anos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )

SEM EFEITOS COLATERAIS

Em Belo Horizonte,  dona Carmen Lima, de 98,  recebeu a segunda dose da vacina e se declara “muito bem e feliz” por estar imunizada: “Mesmo n�o dando conta de sair mais, pelo menos posso receber a visita dos meus netos e amigos”. Ela conta que n�o sentiu nenhum efeito colateral. A filha, Zuleika Lima Barbosa, a cadastrou na prefeitura, e as doses foram aplicadas no intervalo de 15 dias.

“Agora, estou satisfeita e posso sonhar. Quero ver o Galo ser campe�o e conhecer nosso novo jogador, o Hulk.” E manda um recado. “Se ele n�o puder vir me ver, pelo menos uma camisa do Galo com aut�grafo”, pede ela, que trabalhou durante 40 anos como catadora de pap�is e mora na Pedreira Prado Lopes, vizinha ao bairro Lagoinha, na Regi�o Noroeste.

Em outro ponto da cidade, o produtor rural aposentado Ded� Pimentel, de 88, viu a preocupa��o se transformar em al�vio depois de ser vacinado. “Tomei a primeira dose em 13 de fevereiro, e a segunda em 6 de mar�o. Confesso que fiquei apreensivo quando tomei a primeira vacina na Rua Para�ba, e a segunda no Corpo de Bombeiros. Mas s� ardeu um pouco e n�o senti nenhuma rea��o. Felizmente, n�o tive que tomar nenhum rem�dio”, conta o morador do bairro Cruzeiro, na Regi�o Centro-Sul de BH.

Aliviado, Ded� conta que aguarda o resultado da efic�cia da vacina. “Minha expectativa � �tima, espero que d� certo. Estou muito satisfeito de ter tomado uma vacina produzida por um povo com sete mil anos de civiliza��o”, diz ele, em rela��o � CoronaVac, desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac.

Carmen Lima, 98 anos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Carmen Lima, 98 anos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


''Quero ver o Galo ser campe�o e conhecer nosso novo jogador, o Hulk. Se ele n�o puder vir, pelo menos uma camisa com aut�grafo''

Carmen Lima, 98 anos


A hora da imunidade

De acordo com o m�dico infectologista Carlos Starling, a segunda dose da vacina contra a COVID-19 � a que realmente imuniza. “A primeira provoca um est�mulo de rea��o no organismo, mas n�o suficiente para gerar anticorpos em n�vel protetor. A segunda dose � que d� prote��o compat�vel com o que foi publicado nos estudos da fase tr�s. Sem a segunda dose, a pessoa n�o estar� imunizada completamente”, explica.

Segundo o m�dico, no caso da vacina de Oxford, ap�s o 21º dia j� � poss�vel um n�vel de anticorpos “muito satisfat�rio, mas a segunda dose � que vai conferir a prote��o m�xima. Cada uma tem um n�vel de prote��o, conforme o que j� foi publicado.”

Ap�s a segunda dose, a imunidade se torna efetiva em torno de 14 a 21 dias, explica Starling. Quanto � dura��o da imuniza��o, ele diz que ainda n�o h� dados suficientes. “Acreditamos que seja em torno de um a dois anos. Mas isso ainda tem que ser confirmado por estudos prospectivos, porque n�o temos tanto tempo assim para avaliar os pacientes que receberam a vacina.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)