T. trabalhou apenas tr�s meses no lava-jato de propriedade de Luiz Eduardo Castellar, no Bairro Buritis. Mas para ela, o curto per�odo foi o pior de toda a sua vida, por causa do ass�dio e das cantadas do empres�rio, que segundo ela, sempre molestou as funcion�rias. “Ele me dava tapas na bunda”, disse. O empres�rio foi preso no dia 8 de mar�o, ap�s a pol�cia encontrar c�meras escondidas no banheiro feminino do local.
Ela conta que os ass�dios foram a causa de ter decidido deixar o emprego, mesmo sabendo iria passar dificuldades, j� que era a �nica que estava empregada em sua casa.
“Logo que comecei a trabalhar l�, num dia, estava aspirando o interior de um carro, quando ele chegou e deu um tapa na minha bunda. Ficava dizendo palavras de baixo cal�o. Ficava me chamando de gostosa”, diz a ex-funcion�ria.
Pouco tempo depois, segundo ela, o empres�rio passou a cham�-la para viajar com ele. “Ficava dizendo que a gente iria para o Rio, pra ficar quatro dias, e que n�o teria problema no servi�o, pois ele era o dono, e assim n�o teria problema. Mas eu n�o aceitava", conta.
"Um dia, minha irm� foi l� e ficou na �rea de espera, a mesma onde os donos de ve�culos aguardavam que o servi�o ficasse pronto. A�, ele se aproximou dela, e passou a assedi�-la. Ficou falando do decote da blusa dela, que era bonito. A� disse que eu era boba de n�o querer viajar com ele e a cantou para que ela fosse com ele pro Rio", completa.
O empres�rio, um dia, a surpreendeu, pois foi at� sua casa. “Ele me telefonou, perguntando se estava em casa. Respondi que sim. A� ele disse que estava na minha porta, e que iria me dar uma carona. Uma amiga, que tamb�m trabalhava no lava-jato, morava comigo. Quando chegamos no carro, ele disse que fazia quest�o que eu fosse na frente e praticamente me obrigou a sentar ao seu lado.”
Houve uma outra situa��o que incomodou bastante a ex-funcion�ria. "Eu estava passando mal. Ele ent�o, se prontificou a me levar embora. Mas quando chegamos na porta da minha casa, ele tentou me agarrar e me beijar � for�a. Eu, antes de entrar no lava-jato, trabalhava num sal�o de beleza, que fechou com a pandemia. Eu tinha acabado de perder um emprego quando consegui o do lava-jato. N�o poderia perd�-lo.”
Mas um novo epis�dio a deixou ainda mais assustada. “Um dia, ele me mostrou um v�deo, dele, nu, na cama dele e passou a me dizer que eu o deixava excitado, que era por minha causa. Me chamou de gostosa. Que queria ter uma rela��o sexual comigo. Tentava me aliciar o tempo todo.”
As recusas acabaram por fazer com que ela deixasse o emprego. “Um dia, ele chegou pra mim e disse que estava chegando a hora de decidir se renovaria ou n�o meu contrato, pois ele estava chegando ao fim. E disse assim, foi direto: 'E at� hoje, voc� nada comigo'. Falou direto que se n�o ficasse com ele, n�o ficaria no emprego.”
T. tomou a decis�o. “Tinha muito medo de ficar desempregada, mas a condi��o para continuar no emprego era ficar com ele, n�o queria. Entrei no banheiro chorando. falei com as meninas. Tomei a decis�o de pedir demiss�o. E olha que ele mandou me avisar que n�o queria me ver l� mais, nem para fazer o acerto.”
E se recorda de uma outra passagem com o empres�rio. “Um dia, fui lavar o banheiro feminino. estava jogando �guas nas paredes, quando ele entrou, bravo, xingando. Disse que n�o tinha e n�o podia molhar as paredes. Hoje entendo o porqu� daquilo. Era para n�o correr o risco de molhar e estragar as c�meras.”