
Segundo Alessandro Ferreira, vice-presidente do Hermes Pardini, a rede aumentou o n�mero de testes PCR nas �ltimas quatro semanas, mas observou que n�o foi um comportamento geral na cidade: “Quando se observa as ocupa��es nos hospitais e n�meros de �bitos, eles n�o batem com a quantidade de testes para um real controle da pandemia”.
Ele completa que para cada teste positivo, precisam ser realizados de 10 a 15 exames em pessoas que tiveram contato com o infectado, para criar uma barreira sanit�ria e impedir que o v�rus seja disseminado.
A infectologista Luana Mariano alerta para o ‘falso negativo’ que os testes r�pidos podem oferecer: “Hoje, o diagn�stico da COVID-19 n�o � s� laboratorial, ele � cl�nico, epidemiol�gico e laboratorial. Se o paciente der positivo, � positivo. Mas se for negativo, dependendo do hist�rico, tamb�m pode ser positivo”.
De acordo com ela, um paciente que teve contato com um infectado e depois de poucos dias apresentar sintomas, mas o exame estiver negativo, n�o se deve excluir a possibilidade de ele ter contra�do a COVID-19: “Precisa considerar a pessoa como positiva, at� que ele possa fazer outro exame. Isola, acompanha, repete o teste e avalia. Um teste negativo n�o exclui a doen�a”.
H� um ano enfrentando o coronav�rus, muitos testes est�o dispon�veis para a popula��o e cada um � indicado para momentos diferentes nos sintomas, segundo a infectologista.
Veja:
- Teste de Detec��o Viral – PCR
Qual o material utilizado? Secre��o respirat�ria coletada com swab
Quando fazer? Recomenda-se coletar a partir do terceiro dia de doen�a. Podem ser utilizados em sintom�ticos ou assintom�ticos, mas � importante saber que em sintom�ticos a sensibilidade � maior.
- Testes Sorol�gicos: IgA, IgM ou IgG
Qual o material utilizado? Sangue: veias ou furinho no dedo
Quando fazer? Recomenda-se coletar a partir do s�timo dia de doen�a.
- Ant�genos
Qual o material utilizado? Secre��o respirat�ria coletada com swab
Quando fazer? Recomenda-se coletar a partir do terceiro dia de doen�a. Podem ser utilizados em sintom�ticos ou assintom�ticos, mas � importante saber que em sintom�ticos a sensibilidade � maior, da mesma forma que o PCR.
Segundo Luana, a grande diferen�a entre o ant�geno e o PCR, � que esse �ltimo pode dar mais informa��es quantitativas sobre a doen�a, al�m de ser mais caro e exigir uma estrutura complexa para a sua realiza��o. Algo que o ant�geno n�o tem, j� que � mais barato, entrega respostas mais r�pidas e pode ser feito, possivelmente, sem a necessidade de estrutura laboratorial complexa.
O receio de fazer o exame e receber o resultado positivo pode influenciar no combate � pandemia. Pessoas assintom�ticas ou pouco sintom�ticas (chamadas de oligossintom�ticos) podem transmitir a doen�a, uma vez que n�o se isolam, por apresentarem sintomas leves e n�o terem certeza se est�o ou n�o com a COVID-19.
Segundo Alessandro, a d�vida se alguns sintomas s�o al�rgicos, por exemplo, ou COVID-19 deve ser tirada: “A melhor maneira � se empoderar do resultado correto, se n�o, vamos continuar com muitas pessoas assim, sem saber que est�o positivas e transmitindo a doen�a”. Ele argumenta que al�m de proteger outras pessoas, sabendo que tem a doen�a, o paciente tem maneiras de se preparar, caso os sintomas piorem e precise de atendimento m�dico.
A testagem em massa � uma das maneiras de enfrentar a pandemia, mas n�o � suficiente. Outras medidas, como a quarentena de todas as pessoas identificadas como positivas, mesmo assintom�ticas, s�o necess�rias. Segundo Luana: “� preciso fechar a torneira, n�o s� aumentar o tamanho do copo, impedindo que ele transborde. Temos que impedir a dissemina��o do v�rus”.
“A testagem � fundamental, mas ela n�o � suficiente para resolver tudo, precisa de outras medidas estrat�gicas. N�o adianta testar, se n�o puder isolar, ter leitos para quem precisar e vacina para todos”, finaliza.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte comunicou que para processar todos os testes realizados, demanda maior tempo e por isso, o boletim epidemiol�gico e assistencial consta, inicialmente menos testes PCRs realizados desde a metade do m�s de fevereiro.
Veja a nota na �ntegra:
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Sa�de, informa que os dados do gr�fico 13 do Boletim Epidemiol�gico e Assistencial, re�nem os exames realizados para diagn�stico da Covid-19 em laborat�rios p�blicos e privados.
Como primeiro passo, as notifica��es s�o encaminhadas pelos laborat�rios privados � Secretaria Estadual de Sa�de. Desta forma, � necess�rio um per�odo para o recebimento da notifica��o, o processamento e a inclus�o do dado, que posteriormente � disponibilizado � SMSA, sendo este o principal motivo de, em um primeiro momento, os dados de exames mais recentes indicarem uma impress�o de decr�scimo.
A testagem n�o � feita de forma indiscriminada na popula��o, nem na rede p�blica nem na privada. Os testes s�o feitos seguindo prescri��o m�dica e crit�rios determinados por nota t�cnica no caso da rede SUS-BH.
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Eduardo Oliveira