(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas COLAPSO

Sem vagas em hospitais, UPA � o destino de pacientes cr�ticos de COVID-19

Nem mesmo com planos de sa�de e dispostos a pagar por uma vaga, fam�lias n�o conseguem transferir doentes com o novo coronav�rus de UPAs para hospitais


23/03/2021 15:11 - atualizado 23/03/2021 17:26

Entrada da UPA Centro-Sul, onde muitos pacientes estão se internando e aguardam vagas em hospitais(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)
Entrada da UPA Centro-Sul, onde muitos pacientes est�o se internando e aguardam vagas em hospitais (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A.Press)
O desespero de parentes de pacientes graves de COVID-19 tentando vagas em hospitais lotados se tornou um drama nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) de Belo Horizonte. Com o colapso do sistema hospitalar provocado pela pandemia, essas unidades passaram a servir de interna��o e n�o apenas como uma passagem at� a transfer�ncia para a UTI de um hospital.

Na regi�o hospitalar, onde o maior n�mero de institui��es e pacientes do novo coronav�rus est�o internados, a UPA Centro-Sul, que abriga o Centro Especializado em COVID-19 (Cecovid), agora recebe at� mesmo pacientes de outras UPAs, que n�o encontram mais vagas em hospitais.

Mesmo com recursos, plano de sa�de e dispostos a bancar a interna��o, a fam�lia do tatuador Andr� Luiz Santos Lopes, de 43 anos, ainda n�o conseguiu uma vaga para ele em um hospital. Intubado desde segunda-feira (22/3), o tatuador saiu da UPA Nordeste e foi levado diretamente para a UPA Centro-Sul.

Jéssica tenta uma vaga em hospital para o marido de 43 anos internado na UPA Centro-Sul, com a ajuda da mãe Jucimar(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)
J�ssica tenta uma vaga em hospital para o marido de 43 anos internado na UPA Centro-Sul, com a ajuda da m�e Jucimar (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A.Press)
"Temos amigos que s�o m�dicos, que trabalham em hospitais, ofereci at� para pagar pela transfer�ncia, mas nem dinheiro consegue vagas em Belo Horizonte mais. Estamos nos sentindo impotentes e desesperados, sabendo que em um hospital ele teria um tratamento melhor do que em uma UPA", afirma a sogra do tatuador, a empres�ria Jucimar Amorim Pereira, de 54.

Durante esta semana, a reportagem do Estado de Minas circula pela regi�o hospitalar para relatar o colapso m�dico de dentro da �rea com mais pacientes da capital mineira. A manh� desta ter�a-feira foi quando se viu a maior concentra��o de pessoas buscando atendimento ou not�cias de internos na UPA Centro-Sul, concentrando 46 pessoas indo e vindo pela recep��o - o movimento dos outros dias era de 15 a 20 pessoas.

Volume de pessoas na recepção da UPA Centro-Sul foi o maior das últimas duas semanas(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)
Volume de pessoas na recep��o da UPA Centro-Sul foi o maior das �ltimas duas semanas (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A.Press)
Um grande n�mero de pessoas estava aflito, com os telefones grudados na orelha, tentando conseguir uma vaga para os parentes internados ou suplicando por ajuda para o paciente. "Antes, a gente n�o sabia se ia ver a pessoa. Agora, a gente s� quer que tenha o melhor tratamento, pode at� ser longe. Isso a gente resolve depois", disse uma senhora visivelmente abalada, que n�o se identificou.

A prefeitura identificou a procura pelas UPAs e classifica o atendimento de pessoas com os sintomas da COVID-19 como preferencial, com adapta��es que seguem sendo feitas at� sexta-feira (26/3) no sistema, tendo anunciado a amplia��o de 14 leitos para esses pacientes.

A rapidez com que as pessoas est�o sendo internadas tamb�m assusta e colabora para abarrotar o sistema de sa�de. No caso do tatuador, foram apenas 10 dias. "A gente n�o imaginava que o Andr� estava contaminado pelo coronav�rus. Levamos ele para o m�dico particular duas vezes, porque ele se queixava de dores nas costas. O m�dico disse que era apenas dor na coluna mesmo, mas pediu o exame para COVID-19 na �ltima consulta. A� o teste veio positivo. Em 10 dias, ele estava intubado", conta a mulher de Andr� Luiz, a aut�noma Jenifer Bianca Amorim Pereira, de 31.

De acordo com a fam�lia, na madrugada de segunda-feira ele precisou ser intubado. "O Andr� come�ou a se sentir mal. Parou de se alimentar nos �ltimos dias. Teve febre persistente e quando come�ou a ter falta de ar, chamamos o Samu, que o socorreu com rapidez. Mas at� agora ele est� em uma UPA, precisamos transferi-lo o mais r�pido possivel", disse a mulher do tatuador.

O colapso do sistema causa sentimentos contrastantes. Enquanto algumas pessoas lutam para encontrar vagas UTI para pacientes intubados, a dor e a ang�stia n�o s�o menores para os que conseguem. "Estava acompanhando a situa��o da minha av� no tratamento contra a COVID-19 e ela estava indo bem. At� que hoje (23/3), ela precisou de ventila��o mec�nica e est� internada. Foi uma piora, reduz as chances dela de 60% para 40%, mas estou confiante de que ela vai sair dessa", disse o auxiliar de farm�cia Charles J�nior Vieira Oliveira, de 22 anos.

Charles Oliveira acompanha o tratamento da avó, que foi intubada nesta terça-feira (23/3)(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)
Charles Oliveira acompanha o tratamento da av�, que foi intubada nesta ter�a-feira (23/3) (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A.Press)
Charles acompanha o tratamento da sua av�, Hilda Vieira de Aguiar Oliveira, de 70 anos, desde que ela foi internada no hospital do Ipsemg. "Enquanto a pessoa est� acordada, sendo tratada, a gente sabe que ela luta, conta para os m�dicos como est� se sentindo, onde tem dor. S�o informa��es muito importantes. Infelizmente, quando a pessoa � intubada e sedada, se torna 100% ref�m de uma m�quina", lamenta o auxiliar de farm�cia.

Segundo ele, a fam�lia est� afastada desde o in�cio do isolamento mais duro em BH, mas um primo pequeno acabou apresentando sintomas, depois um tio e uma tia gr�vida testaram positivo. "Todos tiveram apenas sintomas mais leves, mas a minha av�, por ter problemas respirat�rios, acabou tendo um quadro pior. Tenho certeza de que ela vai sair dessa e voltar para a nossa casa", espera o neto.

 

O que � o coronav�rus

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp



Como a COVID-19 � transmitida?


A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?



Como se prevenir?


A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�



Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.

 

V�deo explica porque voc� deve aprender a tossir

Mitos e verdades sobre o v�rus


Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 

 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)