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Estado de Minas Brasil Imp�rio

H� 140 anos, D. Pedro II visitava MG: confira marcas que resistem at� hoje

Excurs�o do imperador ocorreu de trem, barco e cavalo durante 36 dias. Mem�rias da viagem sobrevivem de card�pios �s pedras do caminho


28/03/2021 04:00 - atualizado 28/03/2021 08:25

Barcaça que transportou a comitiva em parte da viagem chega ao antigo porto de Santa Luzia, no Rio das Velhas(foto: reprodução)
Barca�a que transportou a comitiva em parte da viagem chega ao antigo porto de Santa Luzia, no Rio das Velhas (foto: reprodu��o)

 

“S� o Cara�a paga toda a viagem a Minas.” A frase de dom Pedro II (1825-1891) persiste como um dos marcos da c�lebre visita do imperador ao estado, ent�o prov�ncia, com deslocamentos durante 36 dias pelas regi�es do Quadril�tero Ferr�fero, Campo das Vertentes e Zona da Mata.

Nos 140 anos da chegada do imperador a Barbacena, procedente de trem do Rio de Janeiro (RJ), o Estado de Minas conta um pouco da viagem, que teve a presen�a da imperatriz Teresa Cristina (1822-1889), e anuncia a programa��o especial do Instituto Hist�rico e Geogr�fico de Minas Gerais (IHGMG) a ser veiculada nas redes sociais da entidade a partir de 23 de abril.

 

Vale destacar que a viagem deixou marcas at� no paladar. Em Barbacena, na Regi�o Central, o card�pio do banquete servido ao casal imperial � recriado nos m�nimos detalhes em um restaurante da cidade – e continuar�, em ocasi�es especiais, t�o logo a pandemia do novo coronav�rus permita. Quem j� provou agradece de joelhos tanto requinte e fica imaginando a harmoniza��o, na �poca, com vinhos franceses e portugueses.

 

Dom Pedro II j� havia estado na prov�ncia de Minas, mas n�o por muito tempo, como na visita de 26 de mar�o a 30 de abril de 1881. “Foi uma viagem exaustiva, de trem, a cavalo e numa barca�a pelo Rio das Velhas”, conta a professora Regina Almeida, do IHGMG, estudiosa do di�rio escrito a l�pis pelo imperador. O documento, formado tamb�m por muitas cadernetas de notas, se encontra no Museu Imperial, em Petr�polis (RJ).

 

“Ele veio para conhecer a realidade de Minas. Homem de grande cultura, o imperador se preocupava com tudo: fauna, flora, mineralogia, geologia, educa��o, religi�o, justi�a, agropecu�ria. Chegou a visitar 10 minera��es, incluindo a Mina de Morro Velho, onde vestiu a roupa de ‘algod�o grosso dos mineiros’”, diz a professora. A visita foi acompanhada por jornalistas, e a Revista Ilustrada, do Rio, publicou um desenho do casal imperial nos trajes adequados ao local de minera��o.

 

Dom Pedro II, ent�o com 59 anos, tinha planos, mas, oito anos depois, houve a Proclama��o da Rep�blica. “Estava interessado na expans�o da ferrovia, tanto que viajou por v�rios ramais. Era grande administrador, ent�o, em cada uma das prov�ncias que visitou (na �poca, eram 21), tinha o olhar pol�tico, no bom sentido, e foco nos setores cultural, econ�mico, art�stico, educacional, de transporte e servi�os p�blicos”, acrescenta.

 

Na leitura do di�rio, acompanham-se os giros do imperador pelas cadeias, com considera��es sobre a higiene e o cheiro; �s escolas, �s vezes com cr�ticas �cidas ao desempenho de professores e dos alunos; �s igrejas e capelas, nem sempre agradando ao seu gosto; �s apresenta��es art�sticas; e aos teatros, que ganham compara��es uns com os outros.

 

Trajeto


 
Depois de Barbacena, aonde chegou de trem, o imperador e comitiva passaram por Caranda�, Conselheiro Lafaiete (antiga Queluz), pela localidade de Varginha do Louren�o e Ouro Branco at� Ouro Preto. No trajeto, o monarca lia constantemente os relatos do naturalista franc�s Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), que viajara por Minas seis d�cadas antes.

 

Depois, ainda a cavalo (a imperatriz era conduzida em liteira), o imperador seguiu para Nova Lima, passando por Rio Acima. No destino, conheceu a mina de Morro Velho. Entre os dois �ltimos munic�pios, uma curiosidade: ele caiu do cavalo, e o desenho da queda foi capa da Revista Ilustrada.

 

Dom Pedro e a imperatriz Teresa Cristina em trajes usados por trabalhadores nas minas em Nova Lima(foto: reprodução)
Dom Pedro e a imperatriz Teresa Cristina em trajes usados por trabalhadores nas minas em Nova Lima (foto: reprodu��o)

 

Pr�ximo destino, Sabar�, de onde, pelo Rio das Velhas, chegou a Santa Luzia, com visita ao Mosteiro de Maca�bas. Da cidade, o imperador fez um desenho da paisagem, sobressaindo a igreja matriz dedicada � padroeira, e ficou registrada a chegada da barca�a C�nego Santana ao porto pr�ximo � antiga ponte de madeira.

 

Na sequ�ncia, Lagoa Santa, com direito a visitas � Gruta da Lapinha e � casa na qual viveu o paleont�logo dinamarqu�s Peter Wilhelm Lund (1801-1880),  falecido no ano anterior (1880).

 

A viagem incluiu novamente Santa Luzia, para almo�o, Sabar�, Caet�, Gongo S�co, Bar�o de Cocais, Brumal, Col�gio do Cara�a (atual Santu�rio do Cara�a), Catas Altas e Mariana, com passagem pelo Arraial do Inficionado, hoje Santa Rita Dur�o, Bento Rodrigues e Camargos.

 

Em Bento Rodrigues, distrito que viria a ser quase totalmente destru�do pelo rompimento da Barragem do Fund�o, em 2015, o monarca anotou no di�rio a presen�a da igreja, depois arrasada pelos rejeitos de min�rio. No seu di�rio, dom Pedro registrou tamb�m as cerim�nias da semana santa em Mariana, sede do bispado.

 

De Ouro Preto, visitada pela segunda vez, o imperador e comitiva passaram por Ouro Branco e Queluz e chegaram � regi�o do Campo das Vertentes: Santo Amaro (atual Queluzito), Lagoa Dourada, S�o Jo�o del-Rei e Tiradentes.

 

De Tiradentes, e a partir de ent�o sempre de trem pelos ramais, a comitiva seguiu para Barbacena e depois Juiz de Fora, S�o Jo�o Nepomuceno, Bicas, Sapucaia, Porto Novo, Pirapetinga, Pomba e Pres�dio (atual Visconde do Rio Branco), Ub� e Al�m Para�ba, de onde retornou ao Rio. 


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