
Belo Horizonte inicia mais uma semana com o �rduo desafio de adotar medidas en�rgicas para tentar controlar o avan�o de uma pandemia que faz cada vez mais v�timas. A partir desta segunda-feira (29/3), a Pra�a Sete, considerada o cora��o da cidade, ser� fechada pela prefeitura para conter as aglomera��es e reduzir a transmiss�o do novo coronav�rus.
A a��o faz parte de uma s�rie de restri��es cada vez mais r�gidas adotadas pelo poder p�blico num momento em que a capital chega ao limite de oferta de leitos e de protocolos de confinamento.
O cen�rio se torna ainda mais preocupante por causa da Semana Santa, a partir de quinta-feira. Com S�o Paulo e outras cidades antecipando feriados, h� o temor de que BH receba pessoas de fora, mesmo com as atividades fechadas.
Desde o fim de semana, a PBH j� havia determinado o fechamento de atividades essenciais, como supermercados, padarias, a�ougues e mercados, justamente para manter a popula��o em casa num dia em que normalmente muitos saem �s ruas para lazer.
Al�m disso, pra�as e pistas de corrida foram cercadas e a fiscaliza��o sobre com�rcios que insistem em desrespeitar as normas aumentou. H� mais de uma semana, os belo-horizontinos adotaram tamb�m o toque de recolher das 20h �s 5h, um dos itens previstos na onda roxa, do programa Minas Consciente, do governo de Minas.
Apesar disso, a capital chega a um est�gio preocupante com rela��o aos rumos que a doen�a tomou. A ocupa��o das UTIs est� em 107,5%, enquanto 88,5% das enfermarias est�o com pacientes.
Al�m disso, a cidade mais que dobrou o n�mero de casos de COVID-19 se comparado ao fim de dezembro do ano passado, atingindo mais de 138 mil contaminados, e registrou em seu �ltimo balan�o 59 mortes em 24 horas, recorde desde o in�cio das medidas de quarentena.
Mais rigor
Criado em mar�o do ano passado, o comit� de enfrentamento ao novo coronav�rus vem estudando semanalmente novas a��es para frear o avan�o da doen�a na cidade. No entanto, os infectologistas que comp�em o grupo afirmam que o poder p�blico j� tomou as medidas en�rgicas poss�veis e que seria dif�cil adotar novas solu��es a partir de agora.
“Estamos em um cen�rio de guerra. Chegamos a um cen�rio em que j� h� justificativa para tudo. Quando o colapso chega, qualquer medida � justific�vel. A quest�o � colocar tudo na balan�a e ver o que � poss�vel ser feito. N�o adiantar querer e n�o poder. Quando voc� quer tomar medidas muito extremas, tem que colocar na balan�a se elas ser�o cumpridas. Muita pouca coisa pode ser reduzida”, avalia o infectologista Estev�o Urbano, integrante do comit�.
O m�dico entende que a fiscaliza��o � a �nica op��o para tentar reduzir o fluxo de pessoas nas ruas: “As pessoas t�m dificuldade de interna��o. O cen�rio � estarrecedor. Mas boa parte do movimento que existe hoje em Belo Horizonte � de pessoas que trabalham nos servi�os essenciais, um volume grande de pessoas que v�o para os hospitais, cl�nicas, farm�cias, padarias e supermercados. � dif�cil mexer nesse volume. N�o se pode fazer muito a mais. J� temos bares, restaurantes, eventos, escolas e com�rcio fechados. Estamos pedindo para as pessoas do servi�o fazer o home office. N�o adianta fazer muita coisa, a n�o ser fiscalizar”.
Exemplos no pa�s
BH por enquanto descarta um lockdown, como ocorreu em Araraquara, no interior de S�o Paulo, no fim de fevereiro. A cidade ficou 10 dias com servi�os completamente fechados (exceto o setor de sa�de) e teve um respiro quanto � alta procura por interna��es.
Depois de Araraquara, munic�pios paulistas como S�o Jos� do Rio Preto, Ribeir�o Preto e Am�rico Brasiliense adotaram o mesmo protocolo at� o fim deste m�s e v�o avaliar em breve os resultados.
Outra inspira��o para BH pode ser o Esp�rito Santo, que, al�m do fechamento do com�rcio, vai suspender o transporte p�blico municipal e interestadual (com fechamento das rodovi�rias) e o transporte ferrovi�rio at� o domingo da P�scoa.
Segundo o decreto, os pr�prios servi�os essenciais dever�o providenciar a locomo��o de funcion�rios at� o trabalho.
Segundo o decreto, os pr�prios servi�os essenciais dever�o providenciar a locomo��o de funcion�rios at� o trabalho.