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Estado de Minas QUEDA

Com 1 m�s de lockdown, Araraquara v� casos de COVID diminu�rem em 58%

Elogiada por especialistas, a experi�ncia tamb�m tem motivado outras prefeituras a apertarem restri��es


28/03/2021 16:00 - atualizado 28/03/2021 17:36

(foto: Prefeitura de Araraquara/Divulgação )
(foto: Prefeitura de Araraquara/Divulga��o )
O rem�dio foi amargo, mas deu resultado. Um m�s ap�s esvaziar as ruas em um lockdown que fechou at� mercados, Araraquara, no interior paulista, agora v� postos de sa�de e UTIs menos cheios. Entre 21 de fevereiro e 21 de mar�o, a m�dia di�ria de casos do novo coronav�rus no Estado aumentou 40%. J� em Araraquara, caiu 58%. Anteontem, outro alento: foi a 1.ª vez em 44 dias que a cidade n�o registrou morte pela COVID-19. Elogiada por especialistas, a experi�ncia tamb�m tem motivado outras prefeituras a apertarem restri��es.



Araraquara foi o primeiro munic�pio paulista com mais de 100 mil habitantes a proibir a circula��o de ve�culos e pessoas ao longo do dia, a n�o ser em casos excepcionais. O transporte coletivo foi suspenso e outros servi�os essenciais, drasticamente restringidos.

Quando a medida foi adotada, em 21 de fevereiro, a rede de sa�de estava em colapso, com 100% de ocupa��o dos hospitais e pacientes graves transferidos para munic�pios distantes. Tamb�m havia sido confirmada a circula��o da variante do coronav�rus origin�ria em Manaus, que estudos j� mostram ser mais transmiss�vel.

Os primeiros dez dias foram de lockdown total e intensa fiscaliza��o - com blitze e multas de at� R$ 6 mil. Com 13 dias j� n�o havia fila de espera por leitos de UTI. "Sab�amos que a medida daria resultado, mas n�o esper�vamos que viesse t�o r�pido, al�m da nossa expectativa. Estamos vivendo situa��o bem mais tranquila", comemora a secret�ria municipal de Sa�de, Eliana Honain. A queda na dissemina��o do v�rus tamb�m aparece na propor��o de infectados.

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vila Xavier, porta de entrada para casos de COVID, chegavam quase 500 pacientes por dia na terceira semana de fevereiro. Agora, este n�mero caiu pela metade.

"Para os profissionais que atuam na linha de frente, n�o h� d�vida de que o lockdown surtiu efeitos positivos na diminui��o de pacientes e redu��o na ocupa��o nos hospitais", diz a enfermeira Emanuelle Laurenti, diretora t�cnica de gest�o hospitalar que responde por UPAs e dois hospitais de retaguarda para COVID.

Segundo ela, "em tempos t�o turbulentos e tristes, lidando com essa doen�a sem ter a certeza de que o paciente permanecer� vivo", � preciso agradecer a todos os envolvidos nessa luta.

Em fevereiro, as UTIs registraram lota��o m�xima durante quase todo o m�s. Em mar�o, isso s� ocorreu tr�s dias. Agora, com outras cidades do interior no limite, Araraquara ajuda os vizinhos. Metade dos 194 internados no munic�pio ontem era de fora. Nas UTIs, 60% s�o de outras cidades.

Com hospitais cheios e pacientes na fila por UTI, S�o Carlos tem 27 internados em Araraquara, a 45 quil�metros. Esta semana, a Santa Casa de S�o Carlos chegou a pedir transfer�ncia de seus 30 pacientes de UTI diante do fim do estoque de medicamentos. Manteve os doentes ap�s outros hospitais emprestarem rem�dios.

"Pode montar mil leitos. Se n�o conter a contamina��o, � imposs�vel conter a alta demanda", reconhece o secret�rio de Sa�de de S�o Carlos, Marcos Palermo. Entre as medidas mais recentes, a cidade decretou ponto facultativo dia 1.º e multar� em R$ 10 mil quem alugar �reas de lazer para eventos. Mas descarta o lockdown.

Gerente de uma funer�ria em Araraquara, Rosana Cabral estima alta de 40% nos enterros na fase mais cr�tica. "Neste ano, nossa funer�ria chegou a fazer nove atendimentos em um fim de semana, algo que nunca vi antes", diz ela, que trabalha nessa �rea h� 11 anos. A redu��o de press�o no setor foi observada s� na semana passada. A m�dia semanal de �bitos caiu 39%.

"Salvamos vidas e agora podemos trabalhar na fase emergencial do governo estadual", diz o prefeito Edinho Silva (PT). Com regras mais brandas que o lockdown araraquarense, a gest�o Jo�o Doria (PSDB) elevou restri��es ao com�rcio e proibiu aulas presenciais e cultos religiosos coletivos, mas n�o h� veto � circula��o de pessoas e ve�culos. A medida dura at� dia 11.
O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, tem sido forte cr�tico do lockdown desde o in�cio da pandemia, sob o argumento de evitar perdas econ�micos. Ele chegou at� a acionar o Supremo Tribunal Federal contra os governadores de Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul, que decretaram toque de recolher - a a��o foi rejeitada.

Resist�ncia e exemplo

Nem todo mundo, entretanto, ficou satisfeito com o fechamento extremo. A Associa��o Comercial e Industrial de Araraquara instalou outdoors na cidade com a frase: "Srs. governador e prefeito, n�o h� contamina��o nas empresas, precisamos trabalhar". A associa��o chegou a obter uma liminar que permita a reabertura do com�rcio, mas a decis�o logo foi revogada pela Justi�a.

Funcion�rio de empresa de equipamentos, Lucas Paravani criticou o fechamento. "S� apoiou lockdown quem tem sal�rio do m�s garantido. Para quem ficou sem trabalhar � dif�cil." J� a servidora p�blica Claudia Carrera elogia. "At� o pior negacionista deveria ter humildade de reconhecer que hoje temos leitos, inclusive para ele."

O prefeito diz que a medida � dura, mas necess�ria. "Temos de manter o isolamento para o sistema de sa�de n�o entrar em colapso, j� que a vacina��o ainda n�o est� na velocidade ideal", diz ele, que tamb�m aposta em outras a��es, como isolar infectados (leia mais nesta p�gina).

Por outro lado, os bons resultados estimularam restri��es mais rigorosas em outras cidades. As vizinhas Am�rico Brasiliense, Boa Esperan�a do Sul, Rinc�o e Santa L�cia fecharam tudo logo em seguida. Em S�o Jos� do Rio Preto, o lockdown entrou em vigor no dia 17 e vale at� dia 31. Moradores est�o proibidos de circular pelas ruas sem motivo justo e podem ser multados em R$ 1.250. Os postos de gasolina s� podem atender motoristas de servi�os essenciais.

Ribeir�o Preto fechou atividades essenciais e proibiu a circula��o de pessoas a partir do dia 17, com a rede hospitalar � beira do colapso. O lockdown durou cinco dias e os resultados est�o sendo avaliados.

O infectologista Carlos Magno Fortaleza, da Unesp, lembra que o lockdown j� funcionou bem em outros pa�ses, como Portugal. Em Araraquara poderia ter sido mais eficaz, se tivesse sido adotado por toda a regi�o. "S�o cidades inter-relacionadas e Araraquara tem rela��o, inclusive, com o Tri�ngulo Mineiro. Havendo v�rus em outras cidades, h� risco de voltar. Por isso, n�o � uma situa��o perfeita, mas est� muito melhor do que antes."

� importante ainda observar o tempo de isolamento. "Em Araraquara, o lockdown s� come�ou a dar resultados ap�s o 14.º dia. Pessoas que falam contra o isolamento esperam resultado em tr�s ou quatro dias, o que n�o funciona", destaca ele.

Para Raque Stucchi, infectologista da Unicamp, um fechamento nacional n�o � fact�vel, mas seria importante ter lockdown regional. "Sem d�vida, o lockdown traz impacto econ�mico com restri��es nas atividades. Para minimizar, � obrigat�rio o aux�lio do governo, tanto com aux�lio emergencial, como redu��o de impostos, amplia��o de prazos de pagamento dos encargos, subs�dios para manuten��o dos empregos."

O aux�lio emergencial foi interrompido em dezembro, mas ser� retomado em abril, com valores menores - de R$ 150 a R$ 375. No ano passado, variou entre R$ 600 e R$ 1,2 mil.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.

 

O que � o coronav�rus

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.


transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.


A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia
  • Em casos graves, as v�timas apresentam:
  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
  • Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.


Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 


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