Sem plano de sa�de, a conta do motorista de aplicativo chegou a R$ 400 mil, segundo a m�e, Elis Regina da Silva Faria, de 44. "A gente est� fazendo uma vaquinha on-line e vendendo rifa para conseguir arrecadar e dar conta de pagar", explica ela, informando o endere�o para contribui��es (https://vaka.me/1940281).
Incans�vel, a m�e n�o podia acreditar que a vida do seu filho t�o jovem estava amea�ada. Por isso, tentou tudo o que p�de pelo sistema p�blico de sa�de. A �ltima cartada foi a rede suplementar (privada). "Se eu n�o tivesse trazido meu filho ao hospital particular, ele teria morrido", acredita.
A saga por atendimento come�ou em um posto de sa�de da Regi�o Nordeste de BH. O m�dico detectou febre, mas mandou o paciente para casa "tomar dipirona e paracetamol". A febre n�o baixou. A m�e ministrou antibi�tico e corticoide. O rapaz teve uma melhora, mas no dia seguinte a febre chegou a 40 graus.
"Como o posto (de sa�de) estava fechado, o padrasto dele arrumou dinheiro e pagou uma consulta em hospital particular no domingo de manh� (7/3). O m�dico atendeu e falou que estava tudo bem, com a respira��o boa e que iria mandar para casa, sem precisar fazer um raio-x. Receitou outros antibi�ticos, mas mesmo assim ele foi s� piorando", conta.

"Na segunda-feira (8/3), ele piorou. Liguei para o Samu e mandaram ir para a UPA. Ele s� foi atendido depois de seis horas de espera. Estava tossindo e com febre no meio de todo mundo e n�o chegaram a perguntar se ele estava com sintomas", disse.
"A doutora me chamou e disse que o raio-x dele estava bom, mandou a gente de volta para casa e passou mais um medicamento. Ele continuou piorando e na quarta-feira (10/3) comprei um aparelho para medir a satura��o de oxig�nio, que estava caindo", completou.
"A doutora me chamou e disse que o raio-x dele estava bom, mandou a gente de volta para casa e passou mais um medicamento. Ele continuou piorando e na quarta-feira (10/3) comprei um aparelho para medir a satura��o de oxig�nio, que estava caindo", completou.
Depois das tentativas, Elis resolveu apelar para o atendimento particular em outro hospital. "O m�dico atendeu meu filho na urg�ncia. Logo pediu exames de sangue e tomografia", contou. "Disse que o pulm�o dele estava muito inflamado e havia dois problemas: ele teria que ficar internado, porque o estado estava delicado, mas estava em hospital particular sem cobertura de plano de sa�de. O segundo era que eles n�o teriam leito", lembra.
Mas o rapaz conseguiu uma vaga e, depois de 11 dias de batalha pela vida, a cura.
Ang�stia
Tamb�m muito abaixo da faixa et�ria que inicialmente era tida como de maior risco para a COVID-19, Lucas Assis, de 33 anos, de Contagem, na Grande BH, come�ou a sentir febre, dor no corpo, dor de cabe�a, os mesmos sintomas de uma amiga, com quem tinha contato. "Ela fez o teste, deu positivo e me orientou a fazer o mesmo, o que tamb�m confirmou o cont�gio, em fevereiro", disse.
O rapaz tentou a automedica��o, mas os sintomas come�aram a piorar. "Minha amiga j� estava internada na UTI. Os relatos que eu ouvia eram de que a partir do 10° dia haveria melhora, mas no meu caso estava piorando. Ent�o fui para a UPA e, chegando l�, minha satura��o de oxig�nio estava baix�ssima. J� estava com pneumonia", conta.
Foram dois dias at� conseguir um leito no Hospital Santa Helena, em Contagem. "Teve uma madrugada que eu tive uma crise de tosse muito grande e minha satura��o caiu muito. Pela manh�, fui para a UTI. Uma pessoa faleceu de madrugada e me colocaram no lugar. Passei 24 horas no leito, mas sem precisar ser intubado. Tive uma melhora m�nima e, como havia quatro pessoas aguardando vaga, voltei para a enfermaria", completou.
Lucas deixa um alerta para toda a popula��o. "Minha experi�ncia com o tratamento foi a pior poss�vel e tudo o que temos visto nos notici�rios � exatamente o que est� acontecendo. O tempo inteiro a gente escuta que est� chegando algum paciente com COVID-19 e n�o tem vaga. Literalmente tem que esperar algu�m morrer ou melhorar para conseguir aquele lugar", adverte.