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Estado de Minas COVID-19

Quilombolas de Pinh�es, em Santa Luzia, recebem a primeira dose da vacina

Imuniza��o na comunidade come�a com os maiores de 60 anos e vai abranger todos os que t�m mais de 18


05/04/2021 18:07 - atualizado 05/04/2021 19:18

O produtor rural Roberto Apolinário, de 61 anos, recebeu o imunizante da AstraZeneca nesta segunda-feira(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O produtor rural Roberto Apolin�rio, de 61 anos, recebeu o imunizante da AstraZeneca nesta segunda-feira (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A vacina��o de cerca de 2 mil quilombolas de Pinh�es, em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, come�ou na manh� desta segunda-feira (5/4). A primeira dose do imunizante contra o novo coronav�rus contempla, no primeiro dia, as pessoas acima de 60 anos.

At� sexta-feira (9), todos os moradores maiores de 18 anos, autodeclarados quilombolas, ser�o vacinados pela equipe montada pela Secretaria Municipal de Sa�de de Santa Luzia.

A vacina��o ocorre na Escola Estadual Padre Jo�o de Santo Ant�nio, com uma equipe de 20 pessoas que inclui coordenadores, enfermeiros, recepcionistas e estagi�rios para atendimento � comunidade.

De acordo com a prefeitura local, a vacina��o de quilombolas faz parte do Plano Nacional de Imuniza��o, com determina��o de grupos priorit�rios. Em Pinh�es, h� registro de uma morte pela doen�a, enquanto Santa Luzia ultrapassa a marca de 200.

Na cidade, j� foram vacinadas cerca 14,5 mil pessoas com a primeira dose e 4,3 mil com a segunda.

O prefeito Christiano Xavier acompanhou parte da vacina��o e comentou sobre a obrigatoriedade de as pessoas assinarem um termo no qual se declaram quilombolas: "� para nos resguardamos quanto � identidade das pessoas, assegurando o direito aos quilombolas. Estamos dando um passo importante, com a vacina��o de jovens de 18 anos".


Felicidade em doses 


Satisfeita da vida, a dona de casa Maria Beatriz dos Santos, de 68 anos, nascida e criada em Pinh�es, contou que nem estava dormindo direito nos �ltimos dias na expectativa de receber a primeira dose.

"Meu marido, Odilson Pereira dos Santos, de 66, acordou bem cedo e veio. Eu estava lavando e roupa n�o pude vir", disse a bem-humorada Maria Beatriz, que chegou � escola �s 11h, com a m�scara na qual est� escrita a palavra f�.

Para ela, � muito importante a vacina��o – e o "depois" mais ainda. "Mesmo recebendo a primeira dose, n�o podemos descuidar. Nada de sair de casa, ficar sem m�scara ou deixar de higienizar as m�os", destacou. 



Quem tamb�m est� muito satisfeita � Maria Geralda Gonzaga Carvalho, de 67, presidente em�rita da Associa��o dos Quilombolas de Pinh�es.

Ela considera a primeira dose da vacina "uma gra�a de Deus" e diz que se trata de uma preocupa��o a menos.

"Minha nora teve COVID, minha sobrinha tamb�m. Houve uma morte aqui, temos um jovem internado, ent�o � preciso se proteger", explicou Maria Geralda, com uma camisa na qual se lia um verso da can��o composta por Dona Ivone Lara (1922-2018): Um abra�o negro, um sorriso negro...

J� o sorridente Jos� Marcos Gon�alves, de 68, conta que "n�o � de hoje" que esperava pela primeira dose. "Ficava vendo, na televis�o, que em outras partes do mundo as pessoas estavam sendo vacinadas. E pensava assim: quando vai ser aqui? Pois agora chegou".

Jos� Marcos  deu outro sorriso ao receber a picadinha no bra�o. "N�o doeu", garantiu.

Produtor rural que entrega legumes e hortali�as no Mercado Central em BH, Roberto Apolin�rio, de 61, revelou que tudo segue na vontade do Criador: "Onde Deus passa, nada embara�a".

Por isso mesmo, confiante, perguntou sobre a pr�xima dose (AstraZeneca/Fiocruz), que ter� o refor�o (segunda dose) em 90 dias, conforme informou o coordenador de Imuniza��o da Secretaria Municipal de Sa�de, Hilton Rodrigues, ao lado da coordenadora de Aten��o Prim�ria, Tha�s Bittar.

O enfermeiro e coordenador ressaltou que as vacinas s�o enviadas pelo governo federal e repassadas pela Secretaria de Estado da Sa�de com essa finalidade espec�fica.

Maria Beatriz dos Santos, de 68 anos, disse que não vai se descuidar da máscara e do distanciamento enquanto não vier a segunda dose (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Maria Beatriz dos Santos, de 68 anos, disse que n�o vai se descuidar da m�scara e do distanciamento enquanto n�o vier a segunda dose (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Testemunhas


Nascida e criada em Pinh�es, Raquel Abdon Alves, de 64, se mostrou tranquila e assegurou que n�o estava nem um pouco ansiosa. "E ainda tenho prefeito como testemunha da minha primeira dose", brincou ao lado de Christiano Xavier.


Acompanhando a vacina��o, a pesquisadora e doutora em educa��o e inclus�o social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), D�bora Rodrigues, explicou que Pinh�es (distante 10 quil�metros do Centro de Santa Luzia), surgiu em 1708 com os escravizados que foram trabalhar na constru��o do Mosteiro de Maca�bas, que fica a 5 quil�metros.

Depois, ficaram morando no local entre as antigas sesmarias de Maca�bas e Bicas. 

Em mar�o de 2017, a comunidade foi reconhecida como quilombo pela Funda��o Cultural Palmares, vinculada ao Minist�rio da Cidadania.

Cronograma

  • Segunda-feira (5/4) – Acima de 60 anos
  • Ter�a-feira (6) – De 50 a 59 anos 
  • Quarta-feira (7) – De 40 a 49 anos 
  • Quinta-feira (8) – De 30 a 39 anos
  • Sexta-feira (9) – De 18 a 29 anos 

Importante: Todos dever�o comparecer ao local de vacina��o portando documento de identidade, CPF e comprovante de endere�o (originais e c�pias). 



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