
Uma das ouvidas, N�bia Roberta Dias, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Sa�de de Minas Gerais (SindSa�de-MG) e secret�ria-executiva da Mesa Estadual de Negocia��o Permanente do Sistema �nico de Sa�de (Sus), considera como injusta a alcunha de 'fura-filas' a imunizados.
A resposta foi dada ap�s questionamento do deputado estadual Noraldino J�nior (PSC). "Eu acho (injusto). E todos eles tamb�m t�m uma dificuldade enorme de aceitar isso, porque foi uma surpresa grande. Voc� recebe memorando, recebe delibera��o, vai no vacin�metro, olha o n�mero de doses, calcula prioridades… o grande problema � falar que foi aplicada. Porque entre distribuir e aplicar, tem uma dist�ncia enorme. Ent�o, essa � uma quest�o que nos injusti�a a todos. Eu, que n�o fui imunizada, e os que foram tamb�m. Eles s�o muito unidos, muito organizados”, afirmou Dias.
Em momento posterior, o deputado estadual Cristiano Silveira (PT) afirmou que o objetivo da comiss�o n�o � julgar ou culpar qualquer servidor. Apesar disso, o parlamentar salientou que alguns imunizados acabaram “privilegiados” em todo processo de vacina��o.
“Em nenhum momento a CPI teve por objetivo ou a��o algum registro de culpar por anteced�ncia servidores que foram vacinados por determina��o da chefia. Mas � ineg�vel, na pr�pria afirma��o sua, pelo que estamos vendo, comprovando, que houve uma exce��o. E dentro dessa exce��o, dado que o secret�rio fez de se vacinar e vacinar os seus, um privil�gio a alguns. O que n�o tira que v�rios servidores em situa��o de risco pelo grau de atividade deveriam ser vacinados, mas esses tamb�m seriam caso o Estado tivesse cumprido a regra: distribuir � prefeitura, � superintend�ncia, e esses servidores, submetidos � PNI ou orienta��o da secretaria, fossem vacinados pela prefeitura. Poderia ter feito corretamente, mas n�o o fez”, disse Silveira.
“Infelizmente, alguns, como o pr�prio secret�rio que disse ter sido vacinado para dar exemplo, um exemplo escondido, assim como subsecret�ria, chefe de gabinete, alguns servidores que cumprem apenas atividades administrativas, outros em home office. N�o podemos deixar de separar os que foram vacinados corretamente, dentro da regra, apesar da forma, mas em detrimento desses dizer que tudo foi correto. N�o foi correto”, completou o petista, posteriormente.
A CPI, instaurada em 18 de mar�o deste ano, apura poss�veis irregularidades no processo de vacina��o contra a COVID-19 entre servidores p�blicos de Minas Gerais, em especial na Secretaria de Estado de Sa�de (SES). Funcion�rios administrativos - alguns at� em regime de trabalho remoto - e at� membros da alta c�pula da pasta, como o ex-secret�rio Carlos Eduardo Amaral, foram imunizados, mesmo fora do grupo priorit�rio.
Al�m de N�bia Roberta Dias, Gustavo Ribeiro Bedran, presidente da Associa��o dos Especialistas em Pol�ticas e Gest�o de Sa�de do Estado de Minas Gerais (AEPGS), tamb�m participou da reuni�o desta ter�a da CPI. Ambos apresentaram dados relativos aos trabalhadores ligados � Secretaria de Estado de Sa�de (SES) de Minas Gerais. Presidente da CPI, o deputado estadual Jo�o V�tor Xavier (Cidadania), pediu ao governo mais agilidade na disposi��o de informa��es.
“Gostaria de pedir ao governo do Estado, � secretaria, que tenha a mesma presteza em fornecer as informa��es � essa CPI que teve � associa��o. Porque, infelizmente, ainda n�o temos as informa��es � disposi��o. Sua tabela vai ser de extrema utilidade para essa CPI, porque ainda n�o temos essa informa��o pelos meios oficiais que deveriam ter sido enviados a essa comiss�o”, disse o deputado ao presidente da AEPGS, ap�s apresentar uma tabela com o cronograma da operacionaliza��o da vacina.
A CPI foi instaurada pela ALMG em 18 de mar�o deste ano e tem at� 120 dias (com possibilidade de prorroga��o de 60) para divulgar um resultado. O caso veio � tona a partir de reportagem do Portal R7, publicada no in�cio de mar�o deste ano.
A princ�pio, seriam 500 funcion�rios vacinados que atuam na Cidade Administrativa, sede do governo de Minas. Depois, uma lista com 806 nomes de pessoas vacinadas foi entregue pelo Executivo � ALMG. O deputado estadual Agostinho Patrus (PV), presidente da Casa, n�o reconheceu a legitimidade do documento e pediu nova rela��o, que conta com 828 nomes ap�s a retifica��o (clique aqui para ter acesso � lista de nomes de pessoas vacinadas).
Posteriormente, uma nova lista com nomes de mais 1.852 servidores da SES vacinados contra a COVID-19 foi entre pelo governo � ALMG. A expectativa do presidente da CPI � de um resultado entre duas a tr�s semanas. Nesta quarta-feira (07/04), D�bora Marques Tavares, superintendente regional de Sa�de de Belo Horizonte, ir� depor na comiss�o.
Enquanto isso, segundo dados divulgados nesta ter�a-feira (06/04) pelo governo de Minas, o estado chegou � marca de 25.795 �bitos por coronav�rus desde o in�cio da pandemia, em mar�o de 2020. Tamb�m nos n�meros totais, s�o 1.169.489 diagn�sticos positivos, sendo 1.042.082 recuperados e 101.612 em acompanhamento. Tamb�m de acordo com o Executivo, 1.954.909 receberam a primeira dose da vacina, enquanto 594.956 tomaram a segunda.
Cobran�a pela presen�a do secret�rio de Sa�de de BH
V�rios deputados estaduais que participaram da CPI cobraram a presen�a do secret�rio de Sa�de de BH, Jackson Machado, na comiss�o. Isso porque a Rede de Frios da SES, local onde a vacina��o de alguns desses servidores teria ocorrido, est� na capital mineira.
Com isso, parlamentares suspeitam que o Executivo municipal teria cedido o local da imuniza��o por meio de uma senha. “A Rede de Frios da SES funcionou como sala de vacina da Prefeitura de BH. Tanto � que os n�meros, todos os profissionais foram faturados atrav�s do munic�pio. Mas por uma quest�o de log�stica, ao inv�s de ir ao munic�pio e voltar, j� ficou na Rede de Frios”, afirmou Gustavo Ribeiro Bedran.
C�ssio Soares (PSD), relator da CPI, afirmou logo em seguida que a subsecret�ria de vigil�ncia de sa�de de BH disse que o Executivo n�o teve a ver com essa imuniza��o. Os deputados visitaram a Rede de Frios em 24 de mar�o. H� requerimento para que Jackson Machado compare�a � CPI, mas ainda n�o h� data para o depoimento j� que o texto ainda n�o foi votado. J� Carlos Eduardo Amaral, secret�rio de Estado de Sa�de no momento dessas imuniza��es, ser� o �ltimo a ser ouvido pela comiss�o, segundo Jo�o V�tor Xavier.