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Estado de Minas

Nos restaurantes, fome pela retomada e mesas ainda vazias

Reabertura do setor ap�s mais de um m�s traz expectativa, mas encontra fregueses ainda reticentes em voltar � rotina de fazer refei��es fora de casa


23/04/2021 04:00

Prato tradicional do Café Palhares tem clientela fiel, mas movimento ainda está longe do normal(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.a press)
Prato tradicional do Caf� Palhares tem clientela fiel, mas movimento ainda est� longe do normal (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.a press)

 

Nathalia Galvani* e Gladyston Rodrigues 

 

Ap�s mais de um m�s sem receber clientes, bares e restaurantes de Belo Horizonte reabriram as cozinhas, reativaram os fog�es e capricharam na limpeza e disposi��o de pratos, talheres e mesas para a retomada das atividades. Com promessas de seguir todas as medidas sanit�rias para preven��o da COVID-19, donos e funcion�rios celebram a reabertura como uma chance de se recuperar dos preju�zos durante o per�odo de fechamento de servi�os n�o essenciais na capital. Mas, apesar da prepara��o e da expectativa, o movimento no primeiro ficou bem abaixo do normal em pontos como o Centro, a Savassi e os bairros Funcion�rios (Centro-Sul) e Cidade Nova (Nordeste).

 

A retomada do setor faz parte da flexibiliza��o das medidas de preven��o contra o novo coronav�rus em BH, anunciada na segunda-feira pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) e pelo Comit� de Combate � COVID-19 da PBH. Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento, Or�amento e Gest�o, os estabelecimentos podem reabrir de segunda-feira a s�bado, das 11h �s 16h, com libera��o para venda de bebidas alco�licas. Aos domingos, no entanto, devem permanecer fechados ao p�blico, mas ser�o permitidos servi�os de delivery e drive-thru.

 

Bufê do self-service vazio na hora do almoço: previsão é de que consumidores retornem aos poucos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.a press)
Buf� do self-service vazio na hora do almo�o: previs�o � de que consumidores retornem aos poucos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.a press)

 

Como muitos outros pontos da capital, o restaurante Caf� Palhares, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, aberto desde 1938, teve um primeiro dia com movimento de fregueses abaixo da expectativa. O estabelecimento, que fica em localiza��o privilegiada no Centro da cidade, sempre teve fila no hor�rio do almo�o, mas ainda n�o registrou um retorno substancial de fregueses e a previs�o � de demora. “Antes da pandemia, a gente vendia 400 pratos por dia. Quando fechou e ficou no delivery, passou para 70. Agora, acho que podemos chegar a 150”, afirma Jo�o L�cio Ferreira, um dos propriet�rios.

 

Ao lado do outro propriet�rio, Andr� Palhares, eles prepararam o estabelecimento com divis�rias de acr�lico m�vel para permitir distanciamento entre clientes e pontos de higieniza��o. “� uma gl�ria rever os rostos dos nossos clientes aqui dentro. Porque trabalhamos com prato �nico e nossos clientes s�o 80% fixos e s� 20% de turistas. Esperamos que todos possam voltar aos poucos”, disse Jo�o L�cio. “O retorno do com�rcio deve tamb�m trazer para os restaurantes os funcion�rios e clientes dos estabelecimentos que precisam de alimenta��o. Estamos prontos para receb�-los”, acrescentou Andr� Palhares.

 

Muitos donos de estabelecimentos já esperavam um dia de menos movimento na reabertura das portas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.a press)
Muitos donos de estabelecimentos j� esperavam um dia de menos movimento na reabertura das portas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.a press)

 

F�LEGO Para Adair Raimundo da Silva, dono do Bar e Restaurante do Dad�, no Bairro Cidade Nova, a expectativa tamb�m � pela recupera��o do tempo perdido. Durante o per�odo de restri��o das atividades n�o essenciais na capital, o neg�cio funcionou apenas por meio de servi�os de entregas. Por�m, a procura foi pouca e as finan�as ficaram apertadas. “Agora come�a girar um pouco mais, para conseguir pagar as contas, porque est� meio complicado. A gente espera que n�o feche de novo, para manter o estabelecimento de p�”, relata Adair.

 

Um dos seus poucos clientes da manh� de quinta-feira, M�rio Alves, de 61, disse que n�o concorda com o fechamento total do com�rcio, como havia sido adotado na cidade. Para o fregu�s do restaurante, contanto que os locais sigam todas as normas de seguran�a sanit�ria, n�o h� raz�o para a medida mais restritiva. “Isso de fechar tudo nem deveria existir. O que deveria existir � reduzir a quantidade de gente (nos ambientes p�blicos), para evitar aglomera��es”, afirmou, defendendo o uso de m�scaras e �lcool em gel como alternativas �s portas abaixadas. 

 

*Estagi�ria sob supervis�o do editor Roney Garcia

 

 

Hora do almo�o e de esperar a clientela 

 

No Restaurante Ponto Savassi 1, na Regi�o Centro-Sul, o dia de reabertura das portas foi com a maioria das mesas vazias. A equipe do Estado de Minas esteve no local por volta das 12h45, hor�rio que normalmente seria de maior movimenta��o de fregueses. Por�m, poucas pessoas aguardavam para ser atendidas.

 

A gerente da casa, M�rcia Comin, disse que j� esperava um in�cio de menor demanda, devido ao receio dos clientes de voltar a frequentar ambientes fora da seguran�a de casa neste momento da pandemia. “Antes estaria cheio, com fila. Mas tem muita gente pedindo de casa ou nos escrit�rios, n�o querendo sair ainda. Isso ainda vai acontecer, e muito”, previu.

 

Durante o per�odo de fechamento, os impactos da diminui��o da clientela foram duros. Mais da metade dos funcion�rios do restaurante tiveram de ser demitidos. Segundo a gerente, novas contrata��es dependem de como ser� a retomada na movimenta��o de clientes ao longo dos pr�ximos meses.

 

No entanto, o sentimento � de otimismo. “A expectativa � de que o pessoal volte a almo�ar aqui. Vai mudando devagar. Semana que vem deve ser melhor, a outra tamb�m, e assim vai”, acredita M�rcia.

 

Fl�vio Falabella, de 47 anos, � cliente tradicional do Restaurante Ponto Savassi 1. Ontem, pela primeira vez depois de muito tempo, foi pessoalmente ao estabelecimento buscar o almo�o, em vez de pedir pelo delivery. Para ele, a reabertura do com�rcio n�o essencial veio no momento certo para restabelecer a economia de BH. “Ficamos muito tempo fechados. Tivemos muito desemprego. Dentro das medidas que est�o sendo tomadas pelos restaurantes, sendo acompanhadas, acho que � v�lida a reabertura do com�rcio”, afirmou.

 

INSEGURAN�A Uma das maiores preocupa��es diante da retomada da atividade econ�mica � que, com o relaxamento das normas de restri��o, os n�meros relativos � COVID-19 voltem a piorar em Belo Horizonte. Apesar do crescimento recente na taxa de transmiss�o do v�rus, esse indicador segue abaixo de 1, na zona considerada controlada na escala de classifica��o de risco.

 

O secret�rio municipal de Sa�de, Jackson Machado Pinto, disse, no an�ncio das medidas de flexibiliza��o, que a decis�o havia sido tomada em conformidade com a melhora nos relat�rios municipais do coronav�rus. “Todos os indicadores nos levam no sentido da queda. N�o h� incoer�ncia alguma. O que a gente usa � o RT m�dio dos �ltimos sete dias. Desde que ele esteja abaixo de 1, a gente est� confort�vel”, disse o secret�rio. O boletim de ontem da prefeitura indicou a taxa em 0,92, o que significa que, para 100 contaminados pelo novo coronav�rus, outros 92 se infectam. (Com  Mateus Parreiras)

 

Estação Diamante, no Barreiro, foi uma das mais afetadas pelo movimento de funcionários de empresa(foto: Jair Amaral/EM/D.a A Press)
Esta��o Diamante, no Barreiro, foi uma das mais afetadas pelo movimento de funcion�rios de empresa (foto: Jair Amaral/EM/D.a A Press)

 

Passageiros pegos de surpresa por greve

 

Depois de enfrentar contratempos no per�odo da manh� por causa da greve de motoristas de �nibus, moradores de Belo Horizonte tiveram menos dificuldade na volta para casa no fim da tarde. Com o �xito na negocia��o entre os condutores e os diretores da empresa Transoeste, linhas afetadas pelo movimento come�aram a operar normalmente no decorrer do dia.

 

 A companhia atua principalmente na Regi�o do Barreiro, e pelo menos 25 linhas ficaram fora de opera��o. A paralisa��o prejudicou os trabalhadores no come�o da manh� no primeiro dia de reabertura das atividades n�o essenciais na capital mineira ap�s um m�s.

 

Sem transporte p�blico, muitos belo-horizontinos recorreram a caronas, a motoristas de aplicativos e a �nibus metropolitanos. A grave provocou longas filas e aglomera��es de pessoas nas Esta��es Barreiro e Diamante, no Barreiro.

 

De acordo com funcion�rios da empresa, o motivo do movimento foi o atraso no pagamento do sal�rio referente ao m�s de mar�o e do vale-refei��o. Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) alega que as companhias v�m enfrentando dificuldades para arcar com os compromissos, em virtude de grandes preju�zos por causa da pandemia do coronav�rus.

 

Trabalhadores cruzaram os braços em garagem e paralisação afetou pelo menos 25 linhas(foto: Jair Amaral/EM/D.a A Press)
Trabalhadores cruzaram os bra�os em garagem e paralisa��o afetou pelo menos 25 linhas (foto: Jair Amaral/EM/D.a A Press)

 

“A paralisa��o desta manh� na empresa Transoeste ocorreu porque a empresa vem escalonando os pagamentos dos funcion�rios por conta da falta de receita para pagamento integral nas datas de adiantamento e pagamento de sal�rios do m�s. Destaca que inclusive vem antecipando a entrega de tickets alimenta��o para todos os funcion�rios, como forma de atenuar essa dificuldade”, informa o texto.

 

As dificuldades foram maiores pela manh�, no dia da reabertura das atividades comerciais em Belo Horizonte, quando boa parte dos passageiros foi apanhada de surpresa pela greve. Na garagem da TransOeste, no Bairro Independ�ncia, cerca de 60 motoristas estavam de bra�os cruzados e negociavam a volta ao trabalho com representantes da empresa, o que acabou se concretizando. 

 


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