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Estado de Minas P�S-PANDEMIA

Dia Mundial da Educa��o: 'Os alunos ter�o medo da escola', diz consultora

O Estado de Minas ouviu professores, pedagogos e gestores para saber qual o desafio do ensino no p�s-pandemia da COVID-19


28/04/2021 15:10 - atualizado 28/04/2021 16:53

Sala de aula do Coleguium antes da pandemia; rede decidiu se preparar com antecedência com base em experiências no resto do mundo(foto: Divulgacao/Coleguium - 08/01/2020)
Sala de aula do Coleguium antes da pandemia; rede decidiu se preparar com anteced�ncia com base em experi�ncias no resto do mundo (foto: Divulgacao/Coleguium - 08/01/2020)

No Dia Mundial da Educa��o, comemorado em 28 de abril, o Estado de Minas conversou com professores, especialistas e gestores para saber quais ser�o os desafios no p�s-pandemia. Ainda n�o h� no horizonte a erradica��o do Sars-Cov-2, mas, com ampla vacina��o e tratamentos, ele poder� ser controlado.

Boa parte dos estudantes mineiros est�, h� mais de um ano, sem frequentar as escolas de forma presencial. O ensino remoto se transformou na �nica modalidade poss�vel de aprendizado com a chegada do novo coronav�rus.
 
Um dos principais nomes na forma��o de professores, a consultora em educa��o Priscila Boy acredita que  os docentes ter�o que trabalhar num cen�rio de muitas mazelas emocionais.

“Muitos alunos v�o ter medo daquele ambiente, medo do cont�gio”, afirma Priscila.  Ainda n�o se sabe ao certo os impactos no psicol�gico de jovens e crian�as, em consequ�ncia do longo tempo confinados em casa. Ent�o,  a consultora alerta aos professores que estejam atentos ao aspecto emocional.  
 
Belo Horizonte iniciou a retomada gradual do ensino presencial, com a libera��o para aulas nas escolas do ensino infantil (0 a 5 anos e 8 meses), desde segunda-feira (26). Na rede particular, os alunos j� foram recepcionados com os novos protocolos. Na rede p�blica, ser� em 3 de maio. No estado, ainda n�o houve o retorno.

No cen�rio p�s-pandemia, os professores ter�o a miss�o de lidar com a defasagem no aprendizado que decorre do formato remoto. Mas soma-se a esse desafio toda carga emocional que ficar� de heran�a da maior crise sanit�ria enfrentada pela humanidade desde o s�culo passado, quando o mundo lidou com a gripe espanhola. 

"O maior desafio dos educadores no geral ao retornar para a escola ser� conjugar os aspectos cognitivos da aprendizagem, retomar essas coisas que os alunos, provavelmente, chegar�o com defasagem e os aspectos emocionais. Ent�o, conjugar o afetivo com o emocional � fundamental”, afirma Priscila, que � pedagoga e escritora. 
 
Ser� preciso reaprender a conviv�ncia. “O isolamento pode ter provocado transtornos nas rela��es. Vamos ter que retomar a conviv�ncia, o afeto. Ent�o, a tarefa ser�  conjugar o olhar cognitivo com o olhar emocional”, diz Priscila.

Segundo ela, nesse momento, o professor n�o vai poder focar apenas voltar e dar a aula, ele ter� que, muitas vezes parar, fazer din�micas, acolher alunos, acolher fam�lias. “O desafio � fazer esse olhar para o ser humano integral”, completa.

'Um mundo diferente'


O professor da rede p�blica estadual Juvenal Gomes destaca que os docentes e alunos ter�o que reaprender juntos a construir o aprendizado em um outro mundo diferente do de antes da pandemia. 

"O maior desafio ser� realizar nosso trabalho como educador, tendo em vista que n�o estamos mais diante de uma mesma realidade. Teremos que passar por uma adapta��o”, afirma. 
 
Juvenal ressalta que a maior parte dos professores n�o foi formada para ensinar pelo formato remoto e que tudo ocorreu �s pressas. “Nos graduamos com a expectativa de ter o relacionamento presencial como a principal forma de nosso trabalho. Existe o EaD, mas o ensino remoto � diferente. Maior expectativa � conciliar a experi�ncia durante a pandemia com a realidade que vir� dos alunos. Tudo muito novo", diz.

Ele lembra, por exemplo, que, antes da pandemia, muitos educadores pediam aos alunos que desligassem os celulares, quando estivessem nas salas de aula. No entanto, com o ensino remoto, o celular passou a ser a sala de aula para muitos estudantes, principalmente os de rendas mais baixas. “� uma realidade que n�o tem mais volta no ambiente escolar”, diz.

Para Juvenal, o retorno ter� tr�s desafios: conciliar as ferramentas tecnol�gicas com o modelo presencial; a vacina��o dos professores contra a COVID-19 e a testagem regular dos alunos.

Como diretor do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais, ele critica a Secretaria de Estado de Sa�de, que, em sua avalia��o, n�o  promove a participa��o democr�tica na defini��o dos rumos da educa��o em Minas.

"� um ensino que enfrenta desafios, n�o pelo fato da pandemia, mas pelo modelo de gest�o que tem sido utilizado pelo governo estadual. Aus�ncia de uma gest�o democr�tica, grande desafio."

A subsecret�ria de Desenvolvimento da Edua��o B�sica da Secretaria de Estado da Educa��o, Geniana Guimar�es Faria, ressalta que o regime especial de atividades n�o presenciais teve in�cio em maio do ano passado na rede estadual de ensino.

"O objetivo maior era mitigar as perdas da suspens�o das aulas e promover o acolhimento dos estudantes. Precis�vamos manter o contato e o v�nculo com cada um dos estudantes", informou. 
 
O EM perguntou � secret�ria municipal de Educa��o de Belo Horizonte, �ngela Dalben, quais os desafios do ensino p�s-pandemia, mas, at� o momento, n�o obteve retorno.
 

O ensino remoto em Minas


Em nota, a Secretaria de Estado da Educa��o informou que Minas ficou entre os tr�s melhores estados no �ndice de Educa��o a Dist�ncia, de acordo com estudo da Funda��o Getulio Vargas (FGV).

O levantamento considerou as ferramentas implementadas durante o per�odo da pandemia da COVID-19 nos 27 estados e nas capitais. Minas obteve nota 5,83, atr�s da Para�ba, com 6; e o Distrito Federal, com nota 5,88.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (PNAD COVID19), do IBGE, realizada em outubro de 2020, Minas Gerais � o estado com o menor percentual de crian�as e adolescentes de 6 a 17 anos no pa�s que n�o frequentavam a escola - ensino presencial e/ou remoto - durante a pandemia.
 
Segundo o estudo, Minas apresentou 2% dos estudantes dessa faixa et�ria fora do ambiente escolar, mesma taxa de Sergipe - estado com uma rede de ensino 11 vezes menor que a de Minas -  e ficou abaixo da m�dia nacional, que foi de 4%. 


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