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Estado de Minas ARACNOFOBIA

Medo de aranha? Elas assustam, mas n�o � preciso entrar em p�nico

�poca de reprodu��o torna caranguejeiras mais vis�veis, mas sua picada n�o chega a ser perigosa. Especialistas ensinam o que fazer se aparecer alguma em casa


10/05/2021 04:00 - atualizado 09/05/2021 22:37

A caranguejeira pica, mas não causa envenenamento, apenas dor local. Pelos que recobrem o corpo podem desencadear coceira e vermelhidão em contato com a pele(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
A caranguejeira pica, mas n�o causa envenenamento, apenas dor local. Pelos que recobrem o corpo podem desencadear coceira e vermelhid�o em contato com a pele (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

A boa not�cia, logo de cara, � que as aranhas caranguejeiras n�o t�m veneno letal – podem causar alergia devido aos pelos, mas sem levar � morte – , desempenham papel ambiental importante e, contra todas as crendices, n�o “pulam” em ningu�m.

O lado ruim � que assustam a maioria das pessoas, afastam algumas que as encontram pelo caminho e “matam”, mas de medo, jovens e adultos quando entram em suas casas.

No in�cio do per�odo de reprodu��o, que vai at� setembro, as aranhas caranguejeiras (Oligoxystre diamantinensis) v�m tirando o sossego de moradores da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.

Em tempos de pandemia, com as fam�lias em quarentena, elas aparecem, sem pedir licen�a, em salas, quartos, jardins e quintais. S�o menos perigosas que as chamadas armadeiras (g�nero Phoneutria), que t�m tirado o sono de moradores do Bairro Buritis, na Regi�o Oeste de BH, mas causam tanto pavor quanto.

O administrador M�rcio Val�rio Costa sofreu na pele os efeitos de uma baita caranguejeira, quase do tamanho de um prato. Estava no s�tio em Jaboticatubas, com muitos familiares, incluindo crian�as, quando viu o bicho no ch�o da casa.

“Naquele momento, sem �culos, pensei que fosse um morcego. Mas a� cheguei bem perto e vi a aranha”, conta M�rcio, que pegou uma vassoura e bateu para espant�-la.

O resultado foi uma crise de tosse imediata, como se tivesse inalado muita poeira, e, na sequ�ncia, uma coceira intensa no pesco�o, peito e bra�os.

“Tive erup��es na pele em decorr�ncia da alergia, e tive que fazer tratamento durante 15 dias”, conta o administrador, ainda com coceira no bra�o.

Vivendo numa casa rec�m-constru�da, a profissional de tecnologia da informa��o Ana Alice Costa tremeu, na noite de s�bado, ao ver a caranguejeira no piso claro do corredor, no munic�pio vizinho de Santa Luzia.

“N�o nego que tenho pavor desse tipo de aranha, e minha primeira provid�ncia foi pegar uma vassoura para expuls�-la. Acredita que, de tanto pavor, a foto que fiz com o celular saiu toda tremida?”, afirma, com bom humor, lembrando que estava na sala, vendo tev�, com o marido, a sogra e a av� dele.

Em outro bairro de Santa Luzia, outra moradora n�o esconde o p�nico: “Fico paralisada. Sei que n�s invadimos o habitat delas, mas sinto verdadeiro horror de ver a aranha se movimentando no ch�o ou nas paredes”, confessa a moradora  que pega o que tiver � m�o para p�r o bicho para fora de casa.


MITOS

F� incondicional de todo o mundo animal, a bi�loga Cristiane Lafet� Furtado de Mendon�a, pesquisadora e professora da PUC Minas, explica que, desde crian�a, por uma quest�o cultural, “aprendemos a ver certos animais como monstros, perigo e amea�a, o que n�o corresponde � verdade”.

No caso das caranguejeiras ou tar�ntulas, Cristiane informa que esses animais s�o fundamentais ao meio ambiente, pelo controle que fazem, especialmente de insetos.

“N�o podemos mat�-los sem motivo. Basta coloc�-los para fora de casa com uma p� ou vassoura”, orienta.

Todas as aranhas produzem seda para tecer as teias e o veneno usado para paralisar a presa (moscas e mosquito) que lhe serve de alimento.

“No mundo, h� milhares de esp�cies, e no Brasil apenas tr�s s�o venenosas: a marrom (g�nero Loxosceles), a armadeira (Phoneutria) e a vi�va negra (Latrodectus), essa abundante no litoral.”

Com cerca de 20cm de di�metro e muitas cerdas no corpo, a caranguejeira, ao se sentir acuada, lan�a esses pelos no ar para se defender.

“Mas n�o s�o agressivas. Assim, ao expuls�-las de casa, o mais indicado � usar uma vassoura, sem ficar muito perto. Tamb�m n�o se deve tocar nos bichos”, avisa a bi�loga.

Na atual temporada de acasalamento, os machos se tornam mais vis�veis ao ser humano, pois, ca�adores por excel�ncia, saem em busca das f�meas e acabam invadindo espa�os urbanos e casas de campo.

O desmatamento, a limpeza de terrenos e o fogo no mato, na �poca seca, afugentam os bichos de seus habitats.

Para evitar acidentes dom�sticos, vale a dica: colocar anteparos sob as portas, a fim evitar que as aranhas entrem nas casas e, atr�s delas, venham predadores, a exemplo de roedores e cobras (veja o quadro abaixo). Outros inimigos naturais s�o vespas e p�ssaros.

Cristiane destaca que as aranhas gostam de ambientes escuros e tranquilos, sem movimenta��o, e por isso est�o presentes em locais como por�es de casas antigas.

“Sempre conscientizo meus alunos sobre a import�ncia ecol�gica desses invertebrados. E � bom que a popula��o entenda esse papel. As aranhas adquiriram m� reputa��o, embora sem motivo”, afirma a professora.

Em caso de picadas, procure o hospital

O Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII (HPS), em Belo Horizonte, registra acidentes com Phoneutria – conhecida como armadeira (respons�vel por 70% das ocorr�ncias) e 30% distribu�dos entre as esp�cies Lycosa (tar�ntula) e Loxosceles (aranha marrom).

“O acidente mais grave � causado pela Loxosceles, que pode causar a necrose no ponto de inocula��o do veneno, insufici�ncia renal e dist�rbio de coagula��o”, diz o coordenador do Centro de Informa��o e Assist�ncia Toxicol�gica de Minas Gerais (Ciatox-MG), m�dico Adebal de Andrade Filho.

O hospital atendeu � m�dia anual de  cerca de 30 casos com suspeita de picada de Loxosceles nos �ltimos anos – “Ou seja, n�o � t�o frequente”.

 

Tr�s perguntas para...


Adebal de Andrade Filho,
Coordenador do Centro de Informa��o e Assist�ncia Toxicol�gica de Minas Gerais (Ciatox-MG)

A aranha caranguejeira � venenosa?
S�o as maiores aranhas em nosso estado. Causam medo, mas n�o t�m veneno de import�ncia m�dica. Se acuadas podem picar, causando dor local, mas sem envenenamento. Al�m de picar, as caranguejeiras podem liberar pelos que causam coceira e vermelhid�o na pele em caso de contato.

Causam alguma irrita��o � pele?
Podem causar irrita��o por contato com os pelos. �s vezes, pode ser necess�rio o uso de antial�rgicos. Geralmente s�o quadros benignos, exceto para pacientes previamente muito al�rgicos.

H� ocorr�ncias no HPS de ataque? Os casos aumentam nesta �poca do ano, quando come�a a reprodu��o?
Essas aranhas n�o atacam, elas s� se defendem quando se sentem acuadas ou s�o molestadas. Os acidentes ocorrem durante todo o ano, n�o observamos a concentra��o desses acidentes em determinada �poca.

 

FIQUE DE OLHO

Dicas para evitar acidentes com aranhas e outros animais pe�onhentos:

  • Manter jardins e quintais limpos. Evitar o ac�mulo de folhas secas, lixo dom�stico e material de constru��o nas proximidades das casas, e tamb�m folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbustos e bananeiras) junto a paredes e muros da casa

  • Manter a grama aparada e limpar periodicamente terrenos baldios vizinhos, pelo menos numa faixa de 1 a 2 metros perto da casa

  • Sacudir roupas e sapatos antes de us�-los, pois as aranhas podem se esconder neles e picar ao serem comprimidas contra o corpo

  • Combater a prolifera��o de insetos para evitar o aparecimento das aranhas que se alimentam deles

  • Verificar a presen�a de aranhas em hortifrutigranjeiros

  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e v�os entre o forro e a parede para impedir a entrada de aranhas em casa

FONTE: INSTITUTO VITAL BRAZIL


Servi�o:

O Ciatox oferece atendimento remoto para orientar em casos de acidentes com qualquer agente de intoxica��o.
O contato do plant�o 24 horas � 0800-722-6001 ou diretamente no (31) 3239-9224


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