
Nesta quinta-feira (13/5), � lembrado o Dia do Autom�vel, e no m�s tamb�m chamado Maio Amarelo, dedicado � conscientiza��o sobre os acidentes de tr�nsito. Uma dobradinha que pede reflex�es sobre o tema. A origem do movimento Maio Amarelo leva a 2014. A ideia surgiu no intuito de chamar a aten��o da sociedade para o alto �ndice de mortos e feridos no tr�nsito em todo o mundo.
Todos os anos, em n�vel global, 1,35 milh�es de pessoas morrem em acidentes de tr�nsito. S�o dados de fevereiro de 2020, apresentados na 3ª Confer�ncia Global de Seguran�a Vi�ria, promovida pela Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), junto � Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), realizada na Su�cia. No recorte para o Brasil, balan�o mais atual, do Minist�rio da Sa�de, d� conta de 31.945 vidas perdidas no tr�nsito em 2019. � um �ndice consider�vel, por�m o mais baixo desde 2001, conforme o levantamento.
Na AutoMAIA Ve�culos, revenda de seminovos com sede em Belo Horizonte, considerando os anos anteriores a 2019, o diretor comercial, Fl�vio Maia, cita que entre 10% a 12% dos carros vendidos eram para clientes que estavam trocando o autom�vel devido a perda total. "De 2020 para c�, esse n�mero zerou. Dos modelos seminovos que negociamos, a procura por clientes recebendo seguro por esse motivo caiu drasticamente, o que corrobora a redu��o no n�mero de acidentes de tr�nsito de forma geral", diz o empres�rio.
"Mesmo com menos ve�culos transitando nas ruas, principalmente com a pandemia, ainda assim os acidentes no tr�nsito seguem em patamares elevados e preocupantes no pa�s", continua Fl�vio Maia, tamb�m diretor de marketing e planejamento da Associa��o dos Revendedores de Ve�culos no Estado de Minas Gerais (ASSOVEMG).
Na campanha do movimento Maio Amarelo para este ano, a 8ª edi��o, a reflex�o que o Observat�rio Nacional de Seguran�a Vi�ria incita � sobre respeito e responsabilidade. "Se colocar no lugar do outro � uma atitude que contribui para a harmonia no tr�nsito", continua Fl�vio Maia.
No Brasil, a mortalidade muitas vezes est� ligada � viol�ncia e doen�as cr�nicas, que pressionam os sistemas de sa�de. "Mas as mortes violentas por acidentes de tr�nsito tamb�m s�o uma epidemia, essa diferente do coronav�rus, nem por isso menos letal", pontua o empres�rio.
Em documento de 2015 elaborado pela OMS, ficou apontada estabilidade quanto ao �ndice de �bitos por les�es no tr�nsito a partir de 2007, mas em 2013 o Brasil ocupava a terceira coloca��o no n�mero de falecimentos por ATT, como se abrevia Acidentes de Transporte Terrestre. O pa�s ficava depois de China e �ndia, seguido por R�ssia e Estados Unidos. Em 2015, a maior taxa de mortalidade por esse motivo, por outro lado, era no Brasil, com 23,4 �bitos por 100 mil habitantes, conforme a OMS.
Em territ�rio nacional, viol�ncia e acidentes aparecem como o terceiro motivo para mortes na faixa et�ria entre zero a 9 anos, e entre os habitantes com 50 anos ou mais, mas a primeira causa de mortes entre 10 a 49 anos. A maioria das v�timas de acidentes de tr�nsito s�o homens e jovens em idade produtiva.
SEGURAN�A NO TR�NSITO
2020 encerra a D�cada de A��o pela Seguran�a no Tr�nsito, proposta conjunta entre ONU e OMS iniciada em 2009, que, pela Confer�ncia Global de Seguran�a Vi�ria, agora passa para a segunda D�cada de A��o, prosseguindo com o intuito de diminuir pela metade o total de mortes do tr�nsito para 10 anos daqui para a frente.
A aten��o � pela gravidade da situa��o: alto n�mero de mortos e feridos no tr�nsito em todo o mundo. "Acidentes impactam diretamente os servi�os de sa�de, principalmente pela forte demanda pelos aparatos p�blicos para emerg�ncias, bem como processos de assist�ncia, muitas vezes com necessidade de reabilita��o f�sica e psicol�gica", lembra Fl�vio Maia.
O QUE OS N�MEROS DIZEM
Segundo o Minist�rio da Sa�de, em dados divulgados pela Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG), entre 2010 e 2021, no estado, os ATT representam a segunda causa de interna��es em hospitais p�blicos, um �ndice que fica em 17,4% do conjunto das interna��es (1.375.976, no per�odo). E os homens s�o 79% dessas ocorr�ncias - totalizam 239.238 acidentados.
Os motociclistas concentram 48,6% das interna��es, dentre os quais 85,4% s�o homens. Considerando a motocicleta com meio de transporte, a diferen�a entre g�neros � a mais importante, com 71% dos acidentes entre o p�blico masculino em rela��o �s mulheres. Na sequ�ncia, os problemas com ciclistas, com 67% dos acidentes entre os homens, se comparado �s mulheres que andam de bicicleta.
Em outra ponta de an�lise, em classifica��o por faixa et�ria, a maior concentra��o do n�mero de mortes, em Minas Gerais, ocorreu entre pessoas de 20 a 49 anos, e a faixa et�ria de 20 a 29 apresentou o maior registro, perfazendo um total de 22% do total dos 44.731 registros de �bitos por acidentes de tr�nsito.
COMBINA��O PERIGOSA
Um problema que deve sempre ser lembrado quando se pensa em acidentes de tr�nsito � o consumo de bebidas alco�licas antes de dirigir. Estudo coordenado pela pesquisadora Giseli Damacena, associada ao Laborat�rio de Informa��o em Sa�de (LIS/Icict), que consta na Pesquisa Nacional de Sa�de (PNS) 2013, revela que 24,3% dos brasileiros admitem j� ter consumido bebida alco�lica antes de dirigir.
A propor��o de pessoas no pa�s que se envolveram em acidentes de tr�nsito com les�es corporais nos �ltimos 12 meses anteriores � pesquisa, conforme a autora, foi de 3,1% da popula��o geral, sendo que 7,5% foram os que referiram consumo abusivo e frequente de �lcool.
"Acidentes de tr�nsito podem ser evitados. Se trata de comprometimento entre autoridades e tamb�m a sociedade em geral. H� que se estabelecer a��es coordenadas. � uma quest�o complexa, e por isso mesmo a import�ncia de ampliar medidas de vigil�ncia, preven��o e controle", acrescenta Fl�vio Maia.
No meio desse caldeir�o, os riscos de acidentes muitas vezes podem ser previstos considerando o ser humano, os ve�culos, as vias de tr�fego de pedestres e motoristas. "Devemos projetar ambientes vi�rios seguros, vislumbrando inclusive o que os usu�rios dessas vias far�o, n�o o que deveriam fazer, como est� no Guia Vida no Tr�nsito, de 2015. O documento frisa: vias seguras s�o aquelas que 'perdoam erros', afinal, o ser humano pode eventualmente cometer erros", refor�a o empres�rio.