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Estado de Minas COVID-19

COVID-19: Profissionais que t�m o medo como companheiro da dedica��o

Auxiliares revelam mudan�as no cotidiano de hospitais com chegada do coronav�rus e descrevem o temor que passou a dividir lugar com o empenho no dia a dia


16/05/2021 04:00 - atualizado 16/05/2021 08:21

"Sabia que nada poderia dar errado, que havia uma vida nas nossas m�os, e que era minha obriga��o me dedicar ao m�ximo"

Carlos Laurentino Neves, auxiliar de enfermagem

O esfor�o, a tens�o e o medo. Esses sentimentos n�o envolvem apenas os m�dicos que assistem os pacientes graves da COVID-19. S�o sensa��es tamb�m vividas por outros profissionais da sa�de que atuam no apoio �s equipes que atendem as v�timas da pandemia. S�o trabalhadores que aparecem menos, mas que t�m igual import�ncia na miss�o de salvar vidas.

 

Um deles � o auxiliar de enfermagem Carlos Laurentino Neves, de 39 anos, do Hospital Universit�rio Clemente de Faria, em Montes Claros, no Norte de Minas, refer�ncia regional no atendimento aos pacientes da COVID-19 e vinculado � Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Ele se recorda dos primeiros casos da doen�a, h� um ano, que envolveram uma mistura de sentimentos.

 

“Os primeiros casos atendemos com tranquilidade, apesar de tudo ser novo para n�s, pois t�nhamos pela frente uma doen�a com alta capacidade de matar ou deixar sequelas de grande impacto na vida das pessoas, e sobre a qual n�o sab�amos quase nada”, afirma. Depois, veio o medo, “pois tudo aconteceu muito r�pido”. “N�o t�nhamos protocolos que tivessem sido gerados ap�s estudos com comprova��o de efic�cia, como aconteceu com outras doen�as no passado, e n�s acompanh�vamos pelos jornais as tristes not�cias de profissionais da sa�de na Europa, que era o lugar da cat�strofe naquele momento, se contaminando e perdendo a vida em escala alta”, relembra o t�cnico em enfermagem.

 

Ele afirma que sempre manteve a f�, rogando a Deus para n�o se tornar mais um contaminado. “Sempre rezava antes de ter contato com qualquer paciente. Acredito que Deus estava ali comigo o tempo todo”, confessa Carlos.

 

Na �rea h� 14 anos, o servidor fala do diferencial dos procedimentos com pacientes contaminados pelo coronav�rus. “A maior diferen�a est� na larga escala de preocupa��o. Temos que agir r�pido. O paciente pode evoluir para quadro de complica��es muito rapidamente e vir a �bito em fra��o de minutos, al�m do risco iminente de contamina��o dos profissionais”, observa. “Em cada procedimento, sabia que nada poderia dar errado, que havia uma vida nas nossas m�os, e que era minha obriga��o me dedicar ao m�ximo em cada atividade”, completa.

 

A pandemia do coronav�rus tamb�m trouxe mudan�a significativa na vida da experiente auxiliar de enfermagem Maria de Jesus da Paz Queiroz, a Zuzinha, de 72. Ela trabalha no Hospital D�lson Godinho, tamb�m em Montes Claros, e convive diretamente com os impactos da doen�a nos servi�os de sa�de.

 

Os 39 anos dedicados � profiss�o n�o impediram que ela sofresse com a apreens�o que atinge os profissionais envolvidos no combate � pandemia. “O medo � um sentimento com que convivo a cada instante de minha vida”, admite. Al�m dele, h� a ang�stia do distanciamento dos familiares. “Fiquei sem poder encontrar com minha fam�lia constantemente, com saudade dos meus bisnetos.”

 

"Eu me sinto uma sobrevivente a cada amanhecer e agrade�o a Deus pela vida de todos os que est�o ao meu redor"

Luciana Patr�cia Silva Nobre, funcion�ria administrativa do Hospital Universit�rio Clemente de Faria

 

“Agrade�o a cada milagre” 

 

 

Tamb�m funcion�ria do Hospital Universit�rio Clemente de Faria, onde atua no setor de apoio administrativo do Departamento de Gest�o de Pessoas, Luciana Patr�cia Silva Nobre lamenta as perdas de vidas e diz que, mesmo n�o estando dentro de uma UTI, tamb�m encara a afli��o com o enfrentamento da pandemia.

 

“A doen�a me aflige muito, pois fazemos parte no momento de um contexto incerto e tenebroso. Perdemos pessoas todos os dias, e isso nos deixa muito tristes e inseguros”, comenta Luciana. Por outro lado, ela afirma ter orgulho de trabalhar em um hospital onde “as pessoas s�o tratadas com respeito, carinho e muita dedica��o”.

 

A servidora conta que a pandemia mudou muita coisa em sua vida, inclusive “o modo de pensar e agir. “Procuro a cada dia renovar esperan�as, valorizar as pessoas que amo e cuidar um pouco mais de mim. � sempre um novo desafio. Eu me sinto uma sobrevivente a cada amanhecer e agrade�o a Deus pela vida de todos os que est�o ao meu redor. Vejo o cuidado especial de Deus em cada detalhe e agrade�o a cada vida e a cada milagre”, afirma.  


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