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Estado de Minas PANDEMIA

'N�o faz o menor sentido', diz infectologista sobre desobriga��o de m�scara

Carlos Starling, que integra o Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, criticou a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)


11/06/2021 10:45 - atualizado 11/06/2021 14:08

Médico infectologista Carlos Starling, do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
M�dico infectologista Carlos Starling, do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
“Qualquer men��o a parar de usar m�scara agora � tornar esse momento ainda mais distante do que n�s estamos hoje”, afirma o m�dico infectologista Carlos Starling. Seguindo mais uma vez na dire��o contr�ria ao que orientam os especialistas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu a n�o obrigatoriedade das m�scaras para pessoas vacinadas ou que j� contra�ram a COVID-19.

“Acabei de conversar com o Queiroga e ele vai fazer um parecer para desobrigar o uso de m�scaras para pessoas vacinadas ou que j� contra�ram o v�rus”, afirmou Bolsonaro nessa quinta-feira (10/6). “N�o quero que isso seja um s�mbolo”, disse ele com uma m�scara na m�o.
 

Carlos Starling, que integra o Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, afirmou que a fala do presidente � descabida neste momento. “Isso � uma das coisas mais rid�culas que eu j� vi algu�m comentar. Exatamente no momento em que a Revista Science acaba de publicar a efic�cia das m�scaras tanto para COVID quanto para v�rias outras doen�as infecciosas, isso n�o faz o menor sentido”, ressalta.

O artigo “M�scaras faciais limitam efetivamente a probabilidade de transmiss�o de SARS-CoV-2” da Revista Science, mencionado pelo infectologista, foi publicado em 20 de maio. Ele trata de um estudo comprovando a efic�cia deste equipamento de prote��o contra o v�rus.

“O uso de m�scaras pode de fato manter o n�mero de v�rus inalados em uma baixa P inf. (probabilidade de infec��o) e explicar a efic�cia observada das m�scaras faciais na preven��o da propaga��o de COVID-19”, concluiu a revista. 

Starling tamb�m criticou a postura adotada pelo presidente durante a pandemia. “Mas n�o � de se estranhar. O presidente governa pela controv�rsia. Se voc� falar sim, ele vai falar n�o. Se voc� falar n�o, ele vai falar sim. Ent�o, isso � governar com a pol�mica, com a controv�rsia. A �nica coer�ncia que ele tem tido ao longo de todos esses meses tem sido a coer�ncia contra a ci�ncia. Nesse sentido, mais uma vez ele perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado”, disse.
 

Questionado se com o avan�o da vacina��o no pa�s, que conta com apenas 11,11% da popula��o imunizada com as duas doses, o uso de m�scaras poderia se tornar opcional, Starling afirma que ainda n�o � seguro.

“Nem a� d� para garantir porque n�o sabemos ainda. Pa�ses que est�o com mais de 50% de vacina��o est�o neste momento colapsados com o servi�o de sa�de, como � o exemplo do Chile e do Uruguai. Est�o muito na nossa frente e est�o com o sistema colapsado”, explica.

Por fim, sobre a desobriga��o do uso de m�scaras, ele conclui: “N�o � o momento para se comentar sobre isso porque estamos longe desse momento. Qualquer men��o a parar de usar m�scara agora � tornar esse momento ainda mais distante do que n�s estamos hoje”, disse.
 
Médico infectologista Unaí Tupinambás, do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
M�dico infectologista Una� Tupinamb�s, do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
 
Outro m�dico infectologista que integra o Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da PBH, Una� Tupinamb�s, concordou com o colega a respeito do lento ritmo de vacina��o.

"Este momento, que n�s estamos come�ando a vacinar a popula��o brasileira, est� muito aqu�m do ideal. Temos 10 a 15% da popula��o com as duas doses, e a pandemia ainda sem controle, estamos com mais de 1.800 casos di�rios de morte e mais de 65 mil casos de COVID-19 por dia. N�o � o momento de flexibilizar tirando a m�scara, � completamente inadequada essa fala do presidente da Rep�blica, mais uma", alertou.
 
Una� usou a Inglaterra como exemplo de postura correta para combate � pandemia. "Todos os pa�ses que come�aram a vacina��o, inclusive na Inglaterra, no Reino Unido, foi vacina��o em lockdown. Inclusive, o primeiro-ministro do Reino Unido disse que n�o foi s� a vacina que tirou a Inglaterra daquele caminho horroroso que estava seguindo, um dos pa�ses com maior n�mero de mortes na Europa", afirmou.
 
O infectologista ressaltou as medidas n�o farmacol�gicas para preven��o. "N�s temos que manter essas medidas n�o farmacol�gicas: distanciamento f�sico de dois metros, evitar aglomera��o, uso de m�scara, lavar as m�os e vacina��o para a gente conseguir sair o mais r�pido poss�vel dessa crise sanit�ria", disse.

"A gente acredita que at� no final deste ano, uma parcela grande da popula��o brasileira vai estar vacinada com duas doses e, a� sim, quem sabe, a gente pode ter um final de ano menos triste do que foi em 2020", destacou.


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