
O Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais (SEEMG), com apoio da Federa��o Nacional dos Enfermeiros e da CUT/MG, Central �nica dos Trabalhadores, promover� em Belo Horizonte, na tarde desta segunda-feira (14/6), uma manifesta��o para sensibilizar a popula��o e obter apoio ao Projeto de Lei 2564/2020, que institui o piso salarial para a categoria conforme carga hor�ria.
Segundo as entidades, o ato � uma prepara��o para uma paralisa��o nacional da enfermagem no Brasil, programada para acontecer no dia 30 de junho.
Os sindicalistas ir�o se reunir na Pra�a da Esta��o �s 14h e sair�o em carreata pelo centro da cidade at� a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na Regi�o Central da capital. No local, a comiss�o representativa das entidades sindicais, juntamente com representantes da CUT/MG, far�o o protocolo da pauta da categoria em busca de apoio do legislativo.
Entidades de outros estados, como S�o Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia tamb�m participar�o do movimento. Apesar de j� estarem vacinados, o presidente do SEEMG, Anderson Rodrigues, afirmou que a mobiliza��o ser� realizada cumprindo os protocolos de seguran�a contra o coronav�rus com o uso de m�scaras, �lcool em gel e distanciamento entre os participantes.
Neste momento, o Projeto de Lei de relatoria da senadora Zenaide Maia (Pros-RN) est� tramitando no Congresso Nacional. Caso aprovado, a medida fixa o piso em R$ 7.315 para enfermeiros.
Para as demais categorias, o piso ser� proporcional a esse valor, 70% para os t�cnicos de enfermagem (R$ 5.120) e 50% para os auxiliares de enfermagem e as parteiras (R$3.657). Os valores s�o para jornada de 30 horas semanais e v�lidos para Uni�o, estados, munic�pios, Distrito Federal e institui��es de sa�de privadas.
“O PL 2564/2020 vem no sentido de fazer justi�a para uma categoria que h� anos clama por ajuda e que mostra a sua import�ncia, enquanto trabalhador(a) da sa�de, sobretudo nesta pandemia da COVID-19”, disse Anderson Rodrigues.
Segundo os sindicatos, a recomenda��o da Organiza��o mundial da sa�de (OMS) e da Organiza��o Internacional do Trabalho (OIT) � que os trabalhadores da sa�de trabalhem por at� no m�ximo 30 horas semanais.
"A carga hor�ria � desumana com os trabalhadores. Al�m de tudo, os profissionais trabalham em dois empregos, �s vezes at� em tr�s, numa carga de quase 36 horas seguidas. Isso coloca em risca a sua vida. Lembrando que o nosso erro mata, n�s cuidamos de pessoas. Nossa maior preocupa��o � a prote��o do trabalhador e tamb�m do usu�rio", relatou o presidente SEEMG.
Maiores desafios durante a pandemia
Os enfermeiros, t�cnicos e auxiliares de enfermagem s�o alguns dos principais profissionais na linha de frente do combate da pandemia. As entidades representativas destacam que uma pesquisa realizada pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), em todo o territ�rio nacional, revelou que 45% dos trabalhadores da sa�de precisam ter mais de um emprego para se manter e que 14% da for�a de trabalho que atua na linha de frente da COVID-19 est�o no limite da exaust�o.
Al�m disso, tamb�m citam um documento da Secretaria Estadual da Sa�de (SES-MG) e do boletim epidemiol�gico do Centro Estadual de Vigil�ncia em Sa�de (CEVS), que revelam que s�o mais de 32 mil profissionais da sa�de que tiveram diagn�stico positivo para o coronav�rus, destes quase 50% eram enfermeiros ou t�cnicos e auxiliares em enfermagem.
“Isso j� havia sido denunciado. Os sal�rios, condi��es de trabalho, adoecimento psicol�gico e f�sico. Com um ano e quatro meses de pandemia isso piorou muito. Continuamos na linha de frente, sobrecarregados, correndo o risco de sermos contaminados e perdendo nossas vidas. S�o quase 800 profissionais no pa�s que foram v�timas fatais da COVID. S� em Minas, foram quase 50. Isso que chegou a ser contabilizado, ent�o o n�mero pode ser muito maior”, disse.