BH aplicou 240 mil doses de vacina antiCOVID-19 em n�o residentes; entenda

Belo Horizonte aplicou 240.403 doses da vacina antiCOVID-19 em cidad�os que n�o residem na cidade. As inje��es foram distribu�das a pessoas que trabalham em servi�os da capital mineira, como funcion�rios da limpeza urbana, motoristas de �nibus e profissionais de sa�de. O contingente corresponde a cerca de 18% de todas as doses utilizadas pelo munic�pio.

Ao todo, BH aplicou 1.305.220 doses desde o in�cio da campanha de imuniza��o. Os dados foram repassados nesta sexta-feira (18/6) pelo secret�rio municipal de Sa�de, Jackson Machado Pinto.

Os n�meros surgem em meio � “guerra” por vacinas que a administra��o belo-horizontina trava contra o governo estadual. Na �ltima ter�a (15/6), Jackson j� havia ido ao microfone reclamar que a cidade esperava receber 70 mil imunizantes na �ltima remessa encaminhada pelo poder Executivo mineiro. No fim das contas, a cidade ficou com pouco mais de 19 mil exemplares.

O m�dico garantiu que n�o h� disputa por dose contra outras cidades. "Belo Horizonte est� solicitando ao governo do estado que assuma um papel proativo no sentido de buscar vacinas no Minist�rio da Sa�de, j� que o governador � aliado ao presidente da Rep�blica, para trazer vacinas ao estado”, disse, em men��o a Romeu Zema (Novo).

Segundo o secret�rio, 35% das unidades de terapia intensiva (UTIs) destinados aos pacientes da infec��o montados em Belo Horizonte foram utilizados por pacientes de fora; no que tange �s enfermarias, esse �ndice � de 25%.

"Quando a gente vacina pessoas de outras cidades, a ocupa��o de leitos de enfermaria e UTI em Belo Horizonte tamb�m cai. � interesse de BH que pessoas de outras cidades sejam vacinadas", sustentou Jackson. A prefeitura alega que, proporcionalmente, Belo Horizonte � a capital que recebeu menos vacinas do governo de seu estado.

Em determinado momento, o secret�rio de Sa�de subiu o tom nas cr�ticas. “Isso � um absurdo! O que o governo fez para proteger o povo de Minas Gerais? BH n�o est� se queixando de ter vacinado de outras cidades, mas o belo-horizontino n�o pode ser prejudicado”, bradou.

Semana teve acusa��es de ‘uso pol�tico’ da vacina

Na ter�a, quando a batalha entre prefeitura e governo veio � tona, Jackson Machado denunciou suposto “uso pol�tico” das vacinas. Publicamente, o poder Executivo belo-horizontino n�o atribui a diferen�a nas doses esperadas e o quantitativo recebido � iminente disputa entre Alexandre Kalil (PSD) e Zema pelo Pal�cio Tiradentes.

O Estado de Minas apurou, por�m, que nos c�rculos internos da prefeitura belo-horizontina a corrida rumo ao pleito de 2022 � elencada como principal motivo para a repentina diminui��o nos repasses.

O governo de Minas, por seu turno, diz n�o ter autonomia para mudar o quantitativo dos repasses, definido preliminarmente pelo Minist�rio da Sa�de. O argumento foi mantido nesta sexta, quando a reportagem voltou a procurar a gest�o de Zema. A Sa�de Estadual garante seguir as diretrizes nacionais de imuniza��o e operacionaliza��o da campanha.

“Todos os munic�pios de Minas terminar�o a vacina��o concomitantemente, l�-se em comunicado. (A �ntegra da nota est� no fim deste texto)

Nesta semana, Kalil reconheceu que �, sim, pr�-candidato ao governo mineiro. O prefeito, contudo, assegurou que eventual participa��o na corrida eleitoral s� vai se concretizar se puder entregar Belo Horizonte em boas condi��es.

Zema tamb�m reconhece o desejo de buscar a reelei��o. Ele voltou a externar essa inten��o em agenda no Norte mineiro.

Na semana passada, o EM mostrou que h� costuras para viabilizar a candidatura do pessedista. O PDT deve caminhar com Kalil, que pode contar com o apoio do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus (PV).

O Novo, que montou chapa "puro-sangue" para a elei��o de 2018, deve ter coliga��o em torno de Zema. Um dos partidos que pode compor o cord�o � o PP, do deputado federal Marcelo Aro, pr�ximo ao governador.

Nota do governo mineiro sobre as alega��es da Prefeitura de BH

Em rela��o aos crit�rios de distribui��o de vacinas contra a covid-19 em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG) informa que a ordem dos p�blicos priorit�rios a serem vacinados e os crit�rios para a defini��o do quantitativo de doses enviadas aos munic�pios � definido pelo Minist�rio da Sa�de. No entanto, foi observado um desequil�brio na distribui��o do grupo de comorbidades. Para equilibrar essa diferen�a de doses recebidas entre os munic�pios mineiros, foi apresentada nova metodologia de c�lculo e legitimada em colegiado, tanto no Centro de Opera��es de Emerg�ncia em Sa�de (COES) quanto em reuni�o da Comiss�o Intergestores Bipartite (CIB SES-MG), espa�os que contam com a participa��o de representantes t�cnicos da SES-MG, do Conselho de Secretarias Municipais de Sa�de (COSEMS) e do Minist�rio P�blico (MP).

A nova metodologia de distribui��o de doses deste grupo � baseada na estimativa de que, em cada munic�pio, aproximadamente 14% da popula��o de 18 a 59 anos correspondem � parcela de pessoas que se enquadram no grupo priorit�rio de comorbidade. Os c�lculos levam em considera��o a proje��o populacional de 18 a 59 anos do IBGE/FJP de 2020.

Importante ressaltar que a distribui��o de doses segue crit�rios do PNI/PNO e todos os munic�pios de Minas terminar�o a vacina��o concomitantemente.