
Segundo o delegado Eduardo Vieira Figueiredo, do Departamento Estadual de Investiga��o de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), as primeiras den�ncias chegaram h� dois meses, vindas de moradores e da pr�pria Prefeitura de Belo Horizonte.
A partir da�, foi instaurado um inqu�rito e, at� o momento, foram identificados elementos que d�o peso �s den�ncias. “Come�amos a verificar que uma empresa foi constitu�da e, imediatamente, come�ou a usar uma plataforma digital, site e um perfil do Instagram com 30 mil seguidores para anunciar o empreendimento no Mangabeiras. Um loteamento de resid�ncias com lotes de 440 metros quadrados com pre�o de R$ 300 mil, aqu�m da regi�o”, detalha Figueiredo.
Os clientes eram atra�dos por meio das redes sociais e os respons�veis usavam informa��es de forma leviana, segundo o delegado, para tentar convenc�-los que a situa��o era regular. “Constava nessas plataformas que o empreendimento estava 100% licenciado, e conseguimos demonstrar com as investiga��es que esse empreendimento nunca teve licenciamento da prefeitura, nem de nenhum �rg�o competente para isso. Portanto, ele n�o tinha autoriza��o nenhuma, nem para ser realizado e nem para vender lotes. At� porque, o local onde o empreendimento se prop�e a ser realizado � protegido por lei, � patrim�nio hist�rico e cultural da Serra do Curral. � um terreno na regi�o da Serra do Curral, no alto do Mangabeiras, e parte dele compreende uma prote��o legal”, detalhou o delegado.
A opera��o realizada hoje foi batizada de Horizonte dos Sonhos. Isso porque os suspeitos levavam os clientes at� a �rea do mangabeiras e mostravam a vista privilegiada do local onde os im�veis seriam constru�dos. H� vest�gios de de movimenta��o de terra e desmatamento nessa regi�o que ser�o periciados. O delegado tamb�m pediu que a Justi�a tire do ar as plataformas digitais da empresa investigada.
Os mandados judiciais foram cumpridos nas regi�es da Pampulha, Noroeste e, o �ltimo, em um escrit�rio da empresa investigada que fica na Savassi. O delegado Eduardo Vieira Figueiredo listou quem s�o os suspeitos. “Um (mandado) contra um empres�rio que mora em uma resid�ncia de alto luxo no Bairro Ouro Preto, um outro em desfavor de um tenente-coronel da Pol�cia Militar da reserva, e outro em desfavor da empresa que estava sendo usada aparentemente nesse suposto esquema criminoso que agora � alvo das nossas investiga��es”, detalhou.
Os policiais civis apreenderam documentos, como contratos, e materiais relacionados � venda, assim como m�quinas de cart�o de cr�dito que podem ter sido usadas para os pagamentos.
Para n�o prejudicar as investiga��es ainda em andamento, o delegado optou por n�o detalhar a fun��o de cada um dos suspeitos no esquema. V�rias v�timas j� foram identificadas. O delegado explica que caso uma pessoa perceba que est� na mesma situa��o, ela deve procurar a Dema, que fica na Avenida Bernardo Guimar�es, no Bairro de Lourdes, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. H� uma equipe pronta para receber poss�veis v�timas ligadas � investiga��o.
O delegado tamb�m fez um alerta para quem pretende comprar um lote: � preciso desconfiar. “Os primeiros cuidados que a pessoa tem que ter � em rela��o ao terreno, se tem todas as licen�as da prefeitura, no papel, se tem autoriza��es para o empreendimento. Ver no cart�rio a legitimidade, o t�tulo de propriedade de quem est� vendendo e tomar cuidado com a diferen�a do valor do que � ofertado para o valor de mercado, grande indicativo de situa��o fraudulenta”, destacou. Segundo ele, algumas v�timas chegaram a pedir a papelada aos suspeitos, que diziam n�o ser poss�vel apresent�-los.