COVID: Peregrino leva cruz at� Aparecida com fitas que representam v�timas

O peregrino Gerv�sio Costa, de 63 anos, est� em uma romaria do Sul de Minas Gerais at� o Santu�rio Nacional de Aparecida, em S�o Paulo, para homenagear as v�timas de COVID-19. Gerv�sio carrega sua mochila, um cajado para ajudar na caminhada. O estandarte da padroeira com os pedidos de ora��es e agradecimentos de quem n�o p�de ir na romaria.

 

E desta vez, o peregrino tamb�m carrega uma cruz. Nela est�o 417 fitas. Cada fita representa uma v�tima da COVID-19 em Pouso Alegre. "Como rezamos sempre, por todos, e continuamos rezando at� hoje, estamos homenageando eles, levando Nossa Senhora entregar a Jesus tantas almas que partiram. A gente caminha o dia todo em ora��o por elas", diz o peregrino Gerv�sio. Entre as v�timas est� a irm� de Gerv�sio, falecida a menos de 15 dias.

 

Quando iniciou a peregrina��o, no Caminho da F�, em Tamba�, no interior de S�o Paulo, na regi�o de Ribeir�o Preto, a cruz estava com 415 fitas. Na quarta-feira (14/7), a prefeitura de Pouso Alegre divulgou um novo boletim com mais duas v�timas da pandemia.

Na manh� seguinte, antes de iniciar mais um trecho do percurso, os romeiros fizeram as ora��es e amarraram as duas fitas na cruz. "Esperamos que n�o coloque mais nenhuma. J� t� bom. � dif�cil colocar. Mas, vamos homenageando, rezando sempre por eles".

 

Gerv�sio j� perdeu as contas de quantas vezes fez a romaria a p�, saindo de Pouso Alegre, no Sul de Minas. Antes da pandemia, eram cerca de 10 visitas por ano. S�o mais de 15 anos que ele organiza grupos de romeiros.

No trajeto, mais peregrinos v�o se agrupando. Nossa reportagem encontrou o grupo de romeiros em Consola��o, pr�ximo a Parais�polis, no Sul de Minas. O casal Renato Joia e Adriana Barros repete a romaria pela quinta vez.

 

"A gente come�ou em 2016. A gente estava com a f� um pouco abalada, na �poca, afastados da Igreja, e come�amos a entrar para esta turma de Nossa Senhora. Da� para frente forma s� b�n��os na vida da gente. Vimos caminhando, principalmente, em gratid�o por tudo que temos passado; pela sa�de, pela vida, pela nossa fam�lia. A gente fala que n�o tem nada a pedir, mas pelo caminho a gente leva um 'pedidinho' para Nossa Senhora", conta Renato.

 

A peregrina Renata afirma que a emo��o de chegar em frente � imagem da padroeira na Bas�lica � inexplic�vel. "� o quinto ano que estamos indo e cada ano � diferente, como se fosse a primeira vez. Tanto quando chegamos l�, como no caminho, as coisas que v�o acontecendo".

 

Na romaria a p�, os peregrinos aprendem o valor de pequenas coisas e gestos. Uma garrafa de �gua, uma ajuda para superar bolhas nos p�s e mais um morro a subir. O aposentado Jo�o Evangelista j� foi mais de 30 vezes saindo de Pouso Alegre e seis vezes pelo Caminho da F�. "N�o sei nem explicar o motivo. S� quem tem f�, que faz o caminho, sabe a b�n��o, o amor, � a f� em Deus e Nossa Senhora Aparecida".

O casal Eliane Tonsig e Adriano Tonsig � de Ara�atuba (SP) e, pela primeira vez, faz a peregrina��o. O casal come�ou a caminhada a partir de Borda da Mata. "Agradecimento; s� gratid�o. Gratid�o por estar todo mundo bem; toda nossa fam�lia; uma fam�lia maravilhosa, filhos perfeitos. S� agradecer", diz Adriano.

 

"Passamos pela COVID sem perder ningu�m da nossa fam�lia, nem amigos pr�ximos, nem parentes. E a gente tem muita gratid�o por isso", conta Eliane.

Gerv�sio, veterano nas romarias, diz que j� recebeu muitas gra�as e sempre esteve protegido pela padroeira. E agradece a todos que rezaram por ele. O peregrino foi atropelado durante uma romaria, em julho de 2019.

 

Do grupo ouvido pela reportagem, apenas Gerv�sio e Jo�o Evangelista iniciaram o Caminho da F� em Tamba�, a mais de 400 quil�metros de Aparecida. Os demais come�aram no Sul de Minas, a cerca de 200 quil�metros do Santu�rio Nacional.