ONG garante atendimento especializado a pessoas especiais, de prematuros a adultos, e seus familiares de toda a regi�o metropolitana. (foto: Jader Rezende/Divulga��o)
Ao comemorar 50 anos, o Centro de Atendimento e Inclus�o Social (Cais), em Contagem, na Grande BH, busca retomar as atividades presenciais, mas precisa ampliar e retomar parcerias, que, devido � pandemia, acabaram se afastando. Estima-se que a entidade perdeu em torno de 30% de seu suporte financeiro, mesmo mantendo o atendimento a mais de 500 pessoas especiais e seus familiares.
A ONG garante atendimento especializado a pessoas especiais, de prematuros a adultos, e seus familiares de toda a regi�o metropolitana. Mais de 400 j� foram integrados ao mercado de trabalho. Foi pioneira a se especializar no atendimento a beb�s sa�dos de UTIs neonatais.
Em parceria com o Sistema �nico de Sa�de (SUS), o Cais prioriza aten��o cl�nica a pessoas com defici�ncia intelectual e autismo, beb�s prematuros ou que sofreram algum tipo de intercorr�ncia durante o parto. Atende tamb�m crian�as com transtorno do d�ficit de aten��o com hiperatividade (TDAH). Todo o servi�o prestado � gratuito.
S�o 62 funcion�rios e especialistas nas �reas de sa�de, educa��o e assist�ncia social, que mantiveram acompanhamento online. Os conv�nios com o poder p�blico correspondem a 45% das receitas e o restante acontece atrav�s cursos de qualifica��o, de contratos e parcerias com empresas, pessoas f�sicas e atividades como jantares beneficientes , bazares e encontros.
Tudo isso foi reduzido com a pandemia. "Os encontros e cursos cessaram, algumas empresas parceiras deixaram de existir, outras reduziram os valores contratuais e, em alguns casos, os repasses foram suspensos. Mas nossos atendimentos cl�nicos, educacionais e sociais n�o pararam", explica a superintendente do Cais, psicanalista Cristina Abranches Mota Batista.
Frederico Abreu lembra a emo��o vivida h� dois anos, ao ser informado da conquista do seu primeiro emprego: ''Muito feliz'' (foto: Arquivo pessoal)
No in�cio da pandemia as equipes se reuniram, visitaram as casas dos assistidos para conhecer as condi��es, auxilia-los na adapta��o para os contatos online e elaboraram um plano de a��o para n�o suspender as atividades e manter o atendimento integrado. "Nos preparamos at� desenvolver um sistema para criar um prontu�rio eletr�nico do trabalho em equipe", conta a superintendente.
A dona de casa Joelma Silveira de Souza, 34 anos, recorreu ao Cais quando seu filho Kelvin, de 3, foi diagnosticado, aos 10 meses, com a s�ndrome Cri-du-chat, mais conhecida como s�ndrome do miado de gato. Trata-se de doen�a gen�tica rara que pode levar ao atraso no desenvolvimento intelectual, neuropsicomotor e at�, em casos mais graves, ao comprometimento do cora��o e dos rins.
Por seis meses, o atendimento de Kelvin foi remoto, e as sess�es voltaram a ser presenciais em mar�o deste ano. Segundo a m�e, sem o apoio do Cais, o progresso no acompanhamento do filho jamais teria sido alcan�ado. "N�o temos como custear esse tratamento, seria imposs�vel".
Joelma contou que at� o diagn�stico de seu filho, jamais ouviu falar da s�ndrome. E atribui as evolu��es piscomotoras e de fala ao tratamento que vem recebendo desde os primeiros meses de vida. "E mais importante, � o apoio que nossa fam�lia recebe para entender a doen�a e saber lidar com ela."
Tamb�m nas situa��es de inclus�o laboral foram mantidas as intermedia��es e o apoio na adapta��o tanto do trabalhador especial, quanto da empresa que o acolheu. "Algumas empresas e seus funcion�rios precisam se adaptar para a inclus�o. Por parte dos trabalhadores, foi preciso algumas visitas para prepara��o do ambiente de trabalho em casa, diante da pandemia", conta Cristina Batista.
Inclus�o rompe fronteiras em empresas
Empresas parceiras do Centro de Atendimento e Inclus�o Social (Cais) destacam que o processo de inclus�o de pessoas com defici�ncia em seus quadros rompe a fronteira da inclus�o, ao impactar positiva e diretamente a vida de centenas de pessoas.
Organiza��o de tecnologia que tem como diferencial a forma como lida com pessoas, a AeC figura entre as parcerias consolidadas com o Cais. O executivo de Pessoas, Alexandre Faria, destaca a import�ncia da a��o do Cais na inser��o de pessoas com defici�ncia no mercado de trabalho.
Joelma conseguiu apoio para o filho Kelvin e a fam�lia passou a entender e a lidar com a "s�ndrome do miado de gato" (foto: Jader Rezende/Divulga��o)
"A nossa sinergia com o Cais n�o � somente importante do ponto de vista da inclus�o por si s�. Ela � importante porque nos capacita juntamente com os assistidos pelo projeto", afirma Faria.
A rede Drogaria Ara�jo j� efetivou em seu quadro de pessoal mais de 20 encaminhados pelo Cais. A analista de recrutamento e sele��o da Drogaria Ara�jo, Lorena Moreira, � mais uma a comprovar que a mudan�a de paradigmas entre os funcion�rios � uma das grandes conquistas.
"A receptividade � muito boa. Para chegar a esse comprometimento, promovemos v�rias a��es de sensibiliza��o por meio dos nossos canais de comunica��o interna. O Cais tamb�m nos auxilia com a aten��o a ser dispensada pelo gerente que recebe esse profissional e com o tutor que ir� auxiliar no processo de adapta��o e trabalho, o que acaba por facilitar esse dinamismo com os demais funcion�rios", explica Lorena.
Acolhido pelo Cais ainda crian�a, o operador de telemarketing Frederico Goulart Abreu, 23 anos, lembra a emo��o vivida em 8 de julho de 2019, ao ser informado da conquista do seu primeiro emprego. "Fiquei muito feliz. Estava tentando trabalhar fazia tempo. �s vezes me dava um branco nas entrevistas e n�o conseguia falar direito", conta.
A defici�ncia intelectual de Frederico n�o o impediu de superar expectativas e seu empenho e dedica��o acabaram por destac�-lo no exerc�cio de sua fun��o. Recentemente, ele foi contemplado com o Certificado de Reconhecimento "pela excelente performance nos indicadores e cumprimento de metas" estabelecidas pela empresa, concedido pela equipe de Treinamento da AeC. "Foi uma grande conquista, me deu mais seguran�a e vontade de trabalhar, de crescer na empresa."
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