
O evento ser� realizado virtualmente de 2 a 10 de agosto. Sob curadoria da antrop�loga Marcela Bertelli, do arquiteto e designer Wellington Can�ado, do jornalista especializado em ci�ncia e meio ambiente Bernardo Esteves, e da documentarista e antrop�loga J�nia Torres e promovido pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), o encontro promover� debates, cartografias, lives, exposi��o de artes visuais e mostra de filmes para promover um encontro de quem navega pelos conhecimentos dos rios.
“Juntamos m�sica, artes visuais, cientistas, ind�genas e antrop�logos, com diversas vis�es para falar sobre os rios Doce, S�o Francisco e Jequitinhonha. Os rios s�o protagonistas muito fortes em Minas Gerais e um elemento muito agregador da comunidade. Pelo rio, vemos tanta coisa acontecer pelo ponto de vista cultural, econ�mico, pol�tico e social. N�s n�o entendemos o rio perante uma perspectiva de recurso para os homens, mas sim uma perspectiva de seres viventes que est�o aqui e precisam estabelecer uma rela��o com eles. Da� vem o nome Seres-Rios”, disse Gabriela Moulin, presidente do BDMG Cultural.
A abertura do festival ser� na segunda-feira (2/8), �s 19h, com o debate “Pol�ticas c�smicas: Como viver sem o rio? Como viver com a Terra? Como viver no mesmo planeta?”, protagonizado pelo l�der ind�gena, ambientalista, fil�sofo e escritor Ailton Krenak, ao lado de Marisol de la Cadena, antrop�loga peruana, com media��o de Ana Gomes.
Em seguida, �s 20h, a cantora M�nica Salmaso, ao lado do pianista Andr� Mehmari e do saxofonista e flautista Teco Cardoso, far�o um show com can��es cl�ssicas que resgatam o l�dico dos rios.
A programa��o completa pode ser conferida no site do BDMG Cultural. O acesso ao evento � gratuito pela plataforma do Seres-Rios.
“Mais do que reunir a perspectiva dos humanos que vivem com o rio, do rio, para o rio, o festival quer dar voz aos pr�prios rios, aos peixes e outras criaturas que nele vivem, �s matas ciliares e a todos os seres em suas vizinhan�as. Pretende-se reimaginar a pr�pria ideia de rios como seres, organismos, sistemas vivos, para admiti-los como sujeitos que t�m ag�ncia, direitos, se relacionam socialmente com outros seres e contam hist�rias: Seres-rios”, ressaltou Wellington Can�ado, um dos curadores do festival.
Di�logos
No espa�o “Di�logos”, o festival apresentar� seis mesas de debates que discutir�o a mem�ria, a beleza, as dores e o futuro dos rios. S�o eles: Mesa 1 - Rios Urbanos: “Qual o futuro dos rios nas cidades?”, Mesa 2 - Futuro dos rios: “O que podem os rios no mundo p�s-desenvolvimentista?”, Mesa 3 - Extin��es: “Como morrem os rios?”, Mesa 4 - Desextin��o - “Como renascem os rios?”, Mesa 5 - Ecossist�micas: “Podem rios vivos curar humanos?” e Mesa 6 - Rios sujeitos de direitos: “O que pensam os rios? Quem fala em seu nome?”. A mostra de filmes “Rios para ver” apresenta quatro sub mostras – “Opar� - S�o Francisco”, “Wat� - Rio Doce”, “Y�kity – Jequitinhonha” e “Interfl�vios: outros Rios” – que trazem mais de 20 produ��es que falam sobre os rios, entre longas, curtas e m�dias.
Entre os participantes, est� o fundador do Projeto Manuelz�o, o m�dico sanitarista e ambientalista Apolo Heringer, que luta pela despolui��o e preserva��o das �guas do Rio das Velhas e da bacia do S�o Francisco. Segundo ele, o Seres-Rios � uma oportunidade para que mais pessoas se conscientizem sobre a causa, principalmente acerca da crise h�drica.

Apolo ressalta que a explora��o das fontes de �gua descontrolada � o fator prim�rio da crise hidroenerg�tica agravada em per�odos de seca, com o aumento na capta��o diretamente dos rios, causando assoreamento, escassez e a consequente queda na produ��o de energia.
“Desmatamento continental e a capta��o, sistem�tica e sem controle, de �gua dos rios e dos len��is causaram dois fen�menos associados: a seca subterr�nea e a dos rios, com os leitos com mais areia do que �gua. A crise energ�tica � consequ�ncia da crise h�drica que, anualmente, deixa os reservat�rios das hidrel�tricas com n�veis muito baixos”, completou o m�dico.
“Desmatamento continental e a capta��o, sistem�tica e sem controle, de �gua dos rios e dos len��is causaram dois fen�menos associados: a seca subterr�nea e a dos rios, com os leitos com mais areia do que �gua. A crise energ�tica � consequ�ncia da crise h�drica que, anualmente, deixa os reservat�rios das hidrel�tricas com n�veis muito baixos”, completou o m�dico.
Cartografias
Al�m dos di�logos, o evento tamb�m traz uma novidade com o trabalho de cartografia, que mapeia iniciativas e movimentos ribeirinhos das bacias dos rios Doce, Jequitinhonha e S�o Francisco, e uma exposi��o de obras art�sticas encomendadas a artistas com a tem�tica dos rios, em que ser�o exibidos trabalhos de Davi de Jesus, Edgar Xakriab�, Ana Pi, Nydia Negromonte, Paulo Nazareth e Sara Lana.
“A cartografia traz a vis�o de como queremos ser mostrados, expondo iniciativas e experi�ncias da sociedade para enfrentar os problemas, como o da crise h�drica que estamos vivendo. � um retrato do agora, do que est� acontecendo”, disse a curadora do festival, Marcela Bertelli.
Para as crian�as
O festival tamb�m contar� com uma programa��o infantil com a grava��o de um epis�dio especial do podcast Maritaca, a disponibiliza��o de uma oficina com Adelsin, de barquinhos naveg�veis com Roquinho e a transmiss�o do espet�culo “Pra Nh� Terra”, interpretado pelo grupo de teatro Ponto de Partida e Meninos de Ara�ua� e banda.
* estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz