Ind�genas kaxix� denunciam uma poss�vel contamina��o do Rio Par�, entre as cidades de Pomp�u e Martinho Campos, na Regi�o Centro-Oeste de Minas Gerais. Nos �ltimos dias, os moradores relatam um aumento da mortalidade dos peixes e a altera��o no comportamento dos animais dom�sticos que bebem a �gua do manancial, com casos at� mesmo de v�mito.
De acordo com Ot�vio, n�o h� relatos de integrantes do povo kaxix� com problemas de sa�de at� o momento. "Chegaram informa��es de uma poss�vel contamina��o dessa �gua. H� probabilidade de garimpo ilegal", diz o ind�gena.
De acordo com Ot�vio, o povo kaxix� denunciou o problema ao Minist�rio P�blico Federal (MPF) e � Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa – veja a posi��o da empresa abaixo). A Prefeitura de Martinho Campos tamb�m est� ciente do problema (leia mais abaixo).
Eles tamb�m tentaram contato com a Funda��o Nacional do �ndio (Funai) por e-mail, mas n�o houve resposta at� a publica��o deste texto. A reportagem tamb�m procurou o MPF e a Funai, mas n�o houve retorno at� a publica��o deste texto.
J� a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) afirmou, por meio de nota, que fiscalizou nesta segunda-feira (2/8) o trecho. Leia a nota na �ntegra:
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) informa que est� tratando o caso, citado pela reportagem do Jornal Estado de Minas, junto ao Comando de Policiamento de Meio Ambiente (CPMamb) da Pol�cia Militar de Minas Gerais (PMMG). Uma fiscaliza��o j� foi realizada, nesta segunda-feira (2), no trecho do Rio Par� onde foi denunciada a mortandade de peixes.
O caso, segundo den�ncia feita � Pol�cia Militar, teria ocorrido na �ltima quinta-feira (29/08). O trabalho de inspe��o no local foi feito pela PM, que possui conv�nio firmado com o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos H�dricos (Sisema) e suas entidades vinculadas - dentre elas a Semad -, para delega��o de compet�ncia administrativa.
A fiscaliza��o ocorreu em um trecho de cerca de 7km, desde a ponte do Velho Taipa at� depois do pontilh�o. Em verifica��o preliminar n�o foram identificados pontos de lan�amento de produtos qu�micos no Rio Par�. Todavia, foram coletadas amostras de �gua do rio que ser�o encaminhadas para an�lise da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). A Semad e o Comando de Policiamento de Meio Ambiente da PM seguem acompanhando a situa��o e aguardam o resultado das an�lises para verificar quais provid�ncias ser�o adotadas.
Prefeitura de olho

Nesse s�bado (31/7), servidores da Prefeitura de Martinho Campos estiveram no local para coletar a �gua do Rio Par� e dar in�cio �s investiga��es.
De acordo com o secret�rio municipal de Agropecu�ria, Meio Ambiente, Ind�stria e Com�rcio, Rodrigo Ribeiro de Freitas, o objetivo � analisar tr�s coletas diferentes para verificar como a �gua do manancial tem se comportado com o passar do tempo.
As duas primeiras aconteceram no fim de semana e haver� uma terceira nesta segunda (2/8). Amostras de pontos diferentes do Par�, mais distantes das aldeias, tamb�m ser�o vistoriadas.
"Est� sendo analisado. Est� sendo acompanhado. Estamos aqui para abrir uma porta para apurar o que est� acontecendo. N�o podemos deixar que isso seja em v�o", diz o secret�rio.
O material coletado segue para a unidade da Copasa em Nova Serrana, na mesma regi�o do estado.
Frio � hip�tese
Em nota enviada � reportagem, a Copasa informou que "a causa exata da ocorr�ncia ser� determinada somente ap�s a conclus�o das an�lises".Mas adiantou que "trabalha com a hip�tese de que o fen�meno ocorreu em fun��o da queda brusca da temperatura na regi�o", diante da frente fria que chegou ao estado na semana passada.
"A temperatura da �gua � um dos fatores ecol�gicos mais importantes para os peixes, sendo que a toler�ncia a temperaturas extremas depende da esp�cie, do est�gio de desenvolvimento e do per�odo de aclimata��o a que os animais foram submetidos", esclareceu a Copasa.
A empresa informou ainda que a capta��o de �gua de Martinho Campos n�o tem rela��o com o Rio Par�. Em Pomp�u, o abastecimento vem do manancial, por�m a �gua "encontra-se dentro dos padr�es de potabilidade exigidos pelos �rg�os reguladores".