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Estado de Minas PATRIM�NIO

A��o popular pede socorro para recuperar Igreja do Ros�rio, em Caet�

Partes da constru��o da mais antiga igreja colonial de Caet� est� caindo. Iphan, Prefeitura e Arquidiocese de BH buscam recursos para restaura��o


24/08/2021 14:29 - atualizado 24/08/2021 16:49

O movimento popular 'S.O.S. Igreja do Rosário' pede atenção do poder público para a necessidade de obras no mais antigo templo religiosos de Caeté
O movimento popular 'S.O.S. Igreja do Ros�rio' pede aten��o do poder p�blico para a necessidade de obras no mais antigo templo religiosos de Caet� (foto: Reprodu��o Redes Sociais)
Uma a��o popular chamada ‘ S.O.S. Igreja do Ros�rio ’ pede socorro para o templo mais antigo de Caet� , na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), constru�do na funda��o da cidade, per�odo final do ciclo rococ�. A igreja, importante para o patrim�nio cultural e hist�rico, est� necessitando, urgentemente, de reformas j� que parte da estrutura est� desabando. Apesar de haver projeto, as autoridades buscam recursos para as obras.

O muro lateral desabou h� mais de um ano e o adro afundou, dificultando o acesso dos fi�is � igreja, e oferecendo riscos � comunidade com velhas ferragens expostas. Al�m disso, o entorno est� com entulho de constru��o e cheio de mato.

A igreja � circundada por um cemit�rio que, segundo o movimento popular, tamb�m est� com estrutura comprometida . N�o ocorrem novos sepultamentos no local, a n�o ser de pessoas que t�m jazigos perp�tuos. 

Todo o conjunto � considerado um museu a c�u aberto pelos historiadores. A igreja � tombada pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) e pertence � Arquidiocese de Belo Horizonte. O cemit�rio � de responsabilidade da Prefeitura Municipal. Esses tr�s �rg�os e institui��es s�o os respons�veis pelo monumento.

A restauradora e conservadora Maria Regina Ramos, moradora de Caet�, integra o movimento e afirma que os problemas poder�o piorar. “A igreja precisa, na parte interna, restaurar o p�lpito, mas o mais grave � o afundamento do adro com a escadaria interditada. Tem todo tipo de problema. A parte do cemit�rio corre risco com as fortes chuvas, que tendem a agravar esses problemas”, pontua a restauradora.

Um dos idealizadores do movimento S.O.S Igreja do Ros�rio, o jornalista Gustavo Pinheiro disse que a Igreja do Ros�rio n�o recebe a aten��o que merece. “Ao mesmo tempo em que a igreja Matriz de Nossa Senhora do Bonsucesso, uma edifica��o posterior � Igreja do Ros�rio, recebe investimentos nos �ltimos anos, a do Ros�rio fica � margem do poder p�blico”, lamenta Gustavo, que acredita em um poss�vel racismo estrutural.

A Igreja Nossa Senhora do Ros�rio � originada de tradicional irmandade dos negros, com invoca��o dos santos negros da Irmandade do Ros�rio, S�o Benedito, Santa Efig�nia e Santo Expedito.

“N�o gostaria de fazer uma acusa��o irrespons�vel, mas n�o quero crer que exista o racismo estrutural por ser historicamente um local dedicado � devo��o negra. Eu gostaria de acreditar que o local n�o esteja sendo preterido por quest�es racistas por parte dos gestores, s� que, a observa��o de outros templos religiosos hist�ricos da cidade, nos leva a essa compara��o”, ressalta Gustavo.

A faixa escrita “S.O.S” foi colocada na igreja no �ltimo s�bado (21/8) por integrantes do movimento popular. “O objetivo era alertar o poder p�blico e chamar a aten��o da comunidade para a precariedade que se encontra tanto o cemit�rio quanto a pr�pria igreja”, diz Gustavo.

O que dizem o Iphan, a Arquidiocese e a prefeitura


Em nota, o Iphan explicou que est� ciente da situa��o da igreja e far� uma nova vistoria para atualizar as informa��es sobre o estado de conserva��o da edifica��o. “No momento, a autarquia busca recursos para execu��o dos servi�os de restaura��o necess�rios e, somados aos esfor�os junto ao munic�pio de Caet� e Arquidiocese de Belo Horizonte, restabelecer as condi��es adequadas de preserva��o desse patrim�nio cultural protegido”, disse nota.

A Arquidiocese de Belo Horizonte ressaltou que o local re�ne bens tombados por diferentes inst�ncias do poder p�blico e, por isso, as obras nesses importantes espa�os s�o planejadas de modo compartilhado.

“Assim, foram elaborados os projetos de reforma da cobertura e drenagem do adro. O projeto dedicado � cobertura foi elaborado em 2015, por empresa contratada pela Prefeitura de Caet�, e aprovado pelo Iphan em 2016. O projeto de drenagem do adro foi elaborado em 2020 pela Arquidiocese de Belo Horizonte, por meio da PUC Minas e da parceria entre o Memorial Arquidiocesano com a Universidade Federal de Minas Gerais. O projeto foi encaminhado para an�lise do Iphan. Al�m disso, j� foram realizadas, em 2018, manuten��es emergenciais da cobertura”, informou a arquidiocese, salientando, por�m, a busca pelos recursos para execu��o.

“Atualmente, est�o sendo buscados recursos para as obras, a partir de legisla��es que estimulam investimentos da iniciativa privada na prote��o de bens culturais, de di�logos nas Casas Legislativas e de campanhas espec�ficas.”

Quanto ao cemit�rio, que � responsabilidade da Prefeitura de Caet�, a Secretaria Municipal de Obras informou que est� realizando um levantamento para solucionar o problema de drenagem de �gua pluvial, uma das causas do rompimento do muro. 

“Contudo, este � um muro de constru��o antiga, sem a�o e j� fr�gil. O que nos levou a ter aten��o tamb�m para a parte patrimonial da estrutura. A reconstru��o da parte aberta n�o pode ser nos moldes modernos e com os materiais que temos dispon�veis em nossa secretaria. Portanto, estamos estudando solu��es junto � Secretaria de Turismo, Cultura e Patrim�nio para que fa�amos a compra do material apropriado ou at� mesmo a terceiriza��o dos servi�os especializados o quanto antes”, posicionou a prefeitura por nota.  
 

Importante obra para a hist�ria colonial mineira


A Igreja Nossa Senhora do Ros�rio fica em uma parte elevada da cidade de onde se tem uma vis�o privilegiada de Centro Hist�rico de Caet�. A constru��o � anterior � Matriz de Nossa Senhora do Bonsucesso e tem adro murado que contorna toda a edifica��o, servindo de cemit�rio, inclusive com t�mulos � porta principal. 

(foto: Beto Magalh�es/EM/D.A Press - 07/05/2009-)
Sem torres, possui planta em partido simples composta por nave, capela-mor, corredores laterais e sacristia transversal ao fundo. A nave � em alvenaria de pedras, com cunhais, enquadramento dos v�os e guarni��o do front�o em cantaria. 

O forro da nave tem pintura que remonta provavelmente ao per�odo final do ciclo rococ� de pintura perspectivista mineira. 

A composi��o � feita por muro-parapeito sinuoso ao longo das paredes laterais, incluindo varandas nos eixos transversais e figuras dos santos dominicanos.

Destacam-se os altares do arco-cruzeiro, sob a invoca��o dos santos pretos, caracterizados pelo estilo nacional portugu�s, o mais antigo de Minas Gerais. 
 


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