
De acordo com as investiga��es, o grupo criminoso atuava dentro da pris�o, facilitando fugas e a entrada de telefones celulares e outros objetos il�citos. Os celulares eram vendidos para os detentos por valores que variavam entre R$ 15 mil e 16 mil.
As investiga��es tamb�m apontam que havia um esquema de chegada dos aparelhos na penitenci�ria (distante 18 quil�metros da �rea urbana) pelo Sedex, com os agentes envolvidos facilitando a entrada dos equipamentos na unidade.
Al�m dos agentes penais (j� afastados de suas fun��es), na "Opera��o Trojan" foram presos uma advogada, quatro parentes de detentos e um comerciante de Francisco S�, que segundo a Pol�cia Civil, cuidada da lavagem de dinheiro do grupo criminoso.
Foram cumpridos mandados de pris�o contra tr�s detentos, sendo que um deles estava no regime semiaberto e agora ser� trancafiado. As investiga��es foram iniciadas em setembro de 2019, logo depois de uma fuga de tr�s detentos da pris�o de seguran�a m�xima, considerada em circunst�ncia "anormal", o que levantou a suspeita de agentes penitenci�rios.
Um dos coordenadores da opera��o, o delegado especial Alberto Ten�rio, de Montes Claros, afirmou que foram registradas na Penitenci�ria de Seguran�a M�xima de Francisco S� 80 ocorr�ncias, com a apreens�o de 100 celulares com caracter�sticas de terem entrado no local a partir do envolvimento dos policiais penais.
De acordo com o delegado, no trabalho de varredura foram identificadas 100.353 liga��es feitas nos 100 aparelhos de 2018 a 2020, sendo mantidos contatos com 18 mil linhas telef�nicas no mesmo per�odo.
Conforme o delegado Alberto Ten�rio, dois presos do servi�o de faxina da penitenci�ria faziam a articula��o com os demais detentos (normalmente, os de maior poder aquisitivo), que adquiriam os telefones celulares.
A advogada envolvida no esquema cuidava da interlocu��o entre os presos e os agentes penitenci�rios tamb�m vinculados � organiza��o criminosa. A advogada tamb�m fazia livrar de culpa os presos que eram flagrados com celular dentro da pris�o pelo sistema de monitoramento de v�deo da unidade prisional.
Neste caso, ela tentava culpar outros presos pela entrada dos aparelhos na penitenci�ria, livrando os detentos flagrados com os telefones, aponta a investiga��o.
Sedex e contas banc�rias
Conforme o delegado Alberto Ten�rio, uma das formas de entrada dos telefones celulares na Penitenci�ria de Seguran�a M�xima de Francisco S� era a entrega dos aparelhos por Sedex na pr�pria unidade prisional.
"Os agentes penitenci�rios envolvidos davam um jeito para os aparelhos enviados pelo Sedex chegarem � penitenci�ria quando eles estavam de plant�o. Nos procedimentos de vistoria das "encomendas" , eles faziam vista grossa", afirmou Ten�rio.
Tamb�m foi investigada a movimenta��o financeira da organiza��o criminosa, que teve 16 contas bloqueadas. Em uma das contas, foi identificada a movimenta��o de R$ 102 mil em esp�cie.
O que diz a Sejusp
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a Publica (Sejusp) destacou que "o Departamento Penitenci�rio de Minas Gerais (Depen-MG) n�o compactua com quaisquer desvios de conduta dos seus servidores". Informa tamb�m que os investigados ter�o direito � ampla defesa.
Confira a nota Sejusp na �ntegra:
"A Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp), por meio do Departamento Penitenci�rio de Minas Gerais (Depen-MG), participou da Opera��o Trojan, deflagrada pela Pol�cia Civil nesta quarta-feira (25).
Policiais Penais participaram, juntamente com Policiais Civis, do cumprimento de mandados de pris�o e de busca e apreens�o em Francisco S�, no Norte de Minas. As investiga��es est�o sendo capitaneadas pela Pol�cia Civil de Minas Gerais e a Pol�cia Penal contribui com as informa��es necess�rias.
O Depen-MG ressalta que n�o compactua com quaisquer desvios de conduta dos seus servidores. Um dos focos da gest�o da Sejusp � o enfrentamento e o combate � atua��o de Organiza��es Criminosas e � corrup��o.
Opera��es como esta s�o fundamentais em todas as esferas para que o servi�o p�blico seja desempenhado com a efic�cia e o comprometimento merecidos pela popula��o mineira.
Respeitado o direito a ampla defesa e o contradit�rio, todos os servidores do Depen-MG investigados pela Pol�cia Civil responder�o, quando couber, administrativa e criminalmente pelos seus atos. Os cinco policiais penais investigados, ap�s o fim dos procedimentos, ser�o encaminhados para unidades prisionais, onde ficar�o presos preventivamente aguardando os tr�mites judiciais".