Empres�rios e trabalhadores dos estabelecimentos se queixam de que a flexibiliza��o das atividades esbarra na insufici�ncia de coletivos em circula��o no munic�pio no per�odo noturno, comprometendo o deslocamento de gar�ons, cozinheiras, seguran�as, entre outros oper�rios da boemia.
"Cada estabelecimento vai ter que avaliar, individualmente, o custo-benef�cio de manter as portas abertas at� mais tarde. O faturamento obtido com a amplia��o do atendimento at� 1h vai compensar a corrida de aplicativo que o empres�rio vai ter que pagar para os funcion�rios irem embora para casa? Diante do descaso do poder p�blico e dos �rg�o ligados � regula��o do transporte urbano com esta situa��o, resta fazer esse c�lculo", pondera Matheus Daniel, presidente da Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes - Se��o Minas Gerais (Abrasel-MG).
Em 29 de julho, a Abrasel encaminhou ao Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) uma representa��o na qual pede ao �rg�o para intermediar a amplia��o da oferta de �nibus na cidade, a��o que envolve a BHTrans, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH).
O MP chegou a confirmar que recebeu o documento, entregue � 14ª Promotoria de Justi�a de Defesa do Consumidor, e informou que encaminharia o caso para an�lise de um promotor. "Um m�s depois, nada foi feito", afirma Matheus Daniel.
Ele cobra um acordo entre estado, munic�pio e representantes de empresas de transporte n�o s� para ampliar a oferta de coletivos, como tamb�m para otimizar os hor�rios dos �nibus.
"Um gar�om que sai do trabalho hoje �s 23h e pega dois �nibus - um da BHTrans e outro metropolitano - enfrenta uma situa��o complicada. Ele at� consegue pegar o primeiro coletivo. Mas, ao chegar no ponto do segundo, o �ltimo �nibus j� passou. Ent�o ele fica a p�, pega um Uber ou precisa esperar at� o dia clarear pra voltar pra casa. � por isso que reinvindicamos uma a��o coordenada entre a PBH, a Seinfra as empresas de transporte", explica o dirigente.
Ainda segundo o presidente da Abrasel, o problema tem dificultado a contrata��o de funcion�rios e at� mesmo a manuten��o de empregados.
"N�o estou podendo arriscar"
Dono de uma pizzaria na Savassi, Regi�o Centro-Sul de BH, Dom�nico Cardamuro conta que, por ora, vai manter o encerramento dos expediente �s 23h. "J� tenho muito gasto pagando corrida de aplicativo para uma parte dos meus funcion�rios fechando �s 23h. Imagine se eu abrir at� 1h? Fiz d�vidas para n�o quebrar na pandemia, n�o estou podendo arriscar. Ent�o, vou aguardar um pouco antes de ampliar o hor�rio", diz o empreendedor, que passsou a contratar apenas funcion�rios que tenham moto ou carro.
O gerente Edson J�nior atua em um restaurante na mesma regi�o e mora a 20Km do trabalho, no Bairro Mantiqueira, na Regi�o de Venda Nova. Todos as linhas de �nibus que ele utiliza - entre eles a 62, do MOVE Municipal de Belo Horizonte - encerram as atividades �s 23h. "J� perdi as conta de quantas vezes esperei o dia clarear at� as 7h da manh� no ponto de �nibus. Tem dia que eu e uns colegas fazemos uma vaquinha e dividimos um Uber de volta para casa, mas nem sempre � poss�vel", queixa-se o trabalhador.
O que diz o poder p�blico
Procurados pelo Estado de Minas, o MP e a Seinfra ainda n�o se manifestaram sobre a quest�o.
J� a Prefeitura de Belo Horizonte respondeu, por meio de nota, que solicitou aos cons�rcios a revis�o completa dos quadros de hor�rios e incremento de viagens, cuja avalia��o pela BHTrans ocorrer� ao longo do m�s de setembro.
"Cabe pontuar que a programa��o e execu��o das viagens � atribui��o dos concession�rios e que a BHTrans intensificou a fiscaliza��o a partir de agosto para exigir o cumprimento das regras contratuais e do Decreto 17.362, que disp�e sobre medidas voltadas � preven��o da dissemina��o da epidemia de Covid-19 no servi�o p�blico de transporte coletivo de passageiros por �nibus do Munic�pio", diz o texto enviado � reportagem.